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Caravana glam

Se sempre sonhou viajar de autocaravana, inspire-se nestas histórias e parta à descoberta, mas não sem antes ver o roteiro que preparámos para si na LuxWOMAN de maio.

Sofia Vieira, autora do blog e do projeto Pais com P Grande. Em março de 2004, encheu uma mochila com as coisas essenciais, deixou a casa e o emprego e partiu à aventura por terras britânicas. Conheceu o marido, Quentin Gillet, e casou. Tiveram dois filhos e partiram de novo à aventura. “Em outubro de 2014, mandámos a nossa vida estável e segura na Inglaterra à fava, enchemos as malas e viemos todos para Portugal. Convenci o camone a investir todas as nossas poupanças numa carrinha VW T3 de 1989. Adotámos uma cadela desobediente, pusemo-nos à estrada e vivemos tudo com o pouco que o espaço nos permitiu”, lê-se no blog.

Porquê a autocaravana?

Não existe absolutamente nada tão extraordinário como metermo-nos à estrada com um único plano: viver! Viajar de autocaravana possibilita liberdade, aventura e espontaneidade, sem qualquer dúvida três das minhas palavras preferidas. Não se trata apenas de viajar e ir conhecer um novo lugar, trata-se de descomplicar a vida e dar valor, da forma mais genuína possível, ao que realmente importa. Aprendemos que o que julgamos ser uma necessidade quando vivemos entre quatro paredes se torna desnecessário quando se vive sobre rodas. A vida é muito mais simples. Não existe forma mais completa e intensa de se viajar e de se conhecer um lugar.

Que recordações guarda da viagem que fez por Portugal?

As melhores de todas! O que começou com uma “ideia maluca” que me surgiu (comprar uma autocaravana vintage na internet e irmos para Portugal para vivermos nela um período de tempo), acabou por ser uma experiência que nos marcou a todos profundamente, da forma mais positiva possível. Os meus filhos “tornaram-se” portugueses durante esta viagem por Portugal, conhecemos pessoas fabulosas, desconhecidos que nos acolheram como amigos, crescemos espiritualmente como família. Será provavelmente uma das melhores memórias de infância que os meus filhos vão guardar.

Se pudesse partir amanhã de autocaravana, que local escolheria?

Ia até ao fim do mundo! [risos] Talvez Ushuaia, na Patagónia (Argentina).

Uma sugestão de viagem em autocaravana?

Portugal, sem sombra de dúvida! É um país tão pequeno e com tanto por explorar, tanta variedade e tanta gente interessante, com tradições absolutamente cativantes e uma gastronomia fabulosa. Recomendo sobretudo um passeio demorado pela serra do Açor, num dia de céu azul, com uma visita obrigatória à aldeia de Piódão. Lembro-me de que até fiquei emocionada quando estacionámos a autocaravana e visitámos aquele lugar, que deveria estar na “bucket list” de qualquer português!

Catarina Beato é jornalista e autora do blog Dias de uma Princesa. Partiu numa viagem de lua de mel entre Vila Nova de Mil Fontes e Almograve.

O que a fascina mais, numa viagem de autocaravana?

A liberdade. A ideia de poder estacionar em qualquer lugar em que nos apetece ficar, ou perto de um restaurante que queremos experimentar, ou numa praia em que as ondas estão perfeitas. Não precisar de mais nada se não daquela casinha em miniatura… Se existir verdade no conceito de ‘um amor e uma cabana’, então será numa autocaravana.

Se pudesse partir amanhã de autocaravana, que local escolheria?

Se fosse amanhã e tivesse de voltar cedo… Descíamos até Vale dos Homens e dormíamos com o cheiro a mar, acordávamos cedo e parávamos no Rogil para comer empadas de cozido. Depois, o Pedro [Góis] ia surfar e eu apanhava sol, dormia e escrevia. Jantávamos na nossa pizzaria preferida em Aljezur e repetíamos tudo no domingo até à hora de regresso.

Uma sugestão de viagem em autocaravana?

Uma viagem simples: fazer a costa alentejana até Aljezur. Com mais tempo: atravessar Espanha, ou conhecer cada recanto da Toscânia, em Itália. Uma viagem de sonho: aterrar em Sydney, alugar uma autocaravana e ficar na Austrália uns meses.

Que viagens guarda na memória?

A nossa lua de mel terá sempre um lugar especial nas memórias muito boas. Foram os primeiros dias de casados, testados ao limite num espaço pequeno. Correu exatamente como imaginámos: foi maravilhoso!

Petra Alves é jornalista freelancer e sempre gostou de viajar de autocaravana, habitualmente na companhia do marido. Marrocos foi a paragem mais recente.

Porquê a autocaravana?

Pela mobilidade que ela permite. Podemos ir para onde quisermos, quando quisermos. Não precisamos de comprar bilhete nem de estar à hora certa em lugar algum. Depois, há a questão do conforto. Dormirmos sempre na nossa cama, termos as nossas coisas à mão, sem precisar de desfazer a mala… E a vida de local que nos permite: comprar comida nos mercados, convidarmos alguém para ir a nossa ‘casa’…

Uma viagem de eleição?

Todas têm momentos de eleição, seja porque acabámos de ver o melhor pôr do Sol de sempre, seja porque está a chover lá fora e estamos no quentinho a olhar para a praia deserta… De cada viagem, por mais curta que seja, trazemos sempre recordações. A última que fizemos, a Marrocos, está ainda muito fresca. Andávamos à procura de artesãos, queríamos ver como era trabalhar o barro, as lãs, o ferro, etc… Fugimos das cidades! Numa aldeia, demos com uma cooperativa feminina e tivemos a sorte de encontrar a líder do grupo. Ela em marroquino, eu em francês, ambas a gesticular como se não houvesse amanhã, lá nos íamos entendendo… A senhora convidou-nos para jantar em casa dela, colada à cooperativa. Era uma sala com tapetes no chão, que serviam de cama e de sofá. Ao fundo, havia uma cozinha onde preparámos o jantar. No final, ela quis vir conhecer a nossa ‘casa’, e lá fomos. A expressão dela, e do filho mais novo, que nos acompanhou, foi impagável. Como é possível que, num carro, tivéssemos frigorífico, água quente, sofás e cama?

Se pudesse partir amanhã de autocaravana, que local escolheria?

Ia andando. Talvez chegar ao Sudoeste asiático, onde estivemos em 2015, de mochila às costas. Ficar por ali uns meses largos, subir à China…

Uma sugestão de viagem em autocaravana?

Marrocos. É muito perto e suficientemente diferente da nossa cultura para podermos aprender outras coisas, conhecer outras formas de estar na vida e ver o lado não industrializado…

O que se ganha, com este espirito aventureiro?

Ganha-se confiança, em nós e nos outros. Conquista-se liberdade. Aprende-se, ao contrário do que se possa pensar, a gerir: tempo, trabalho, dinheiro, expectativas. Enfrentam-se medos, sobretudo os que estão ligados à ideia que temos de estabilidade.

Imagem de destaque: © VisualHunt.

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