Desafio superado!

No site da Rexona Corre Por Mais o conta-quilómetros não para: 72.715 km, 72.739 km, 72.747 km… O número aumenta a cada minuto, à medida que os portugueses vão palmilhando mais um quilómetro, e outro, e mais outro.

Quando nos lançaram o desafio de correr ao lado de Jorge Pina, aceitámos de imediato. “Vamos a isso”, disse. E só depois me questionei: conseguiria eu aguentar a pedalada do ex-pugilista e agora atleta paralímpico e maratonista cego? E logo eu, que estou há quase dois meses sem fazer qualquer atividade física (porque correr para apanhar os transportes não conta, ou conta?).

Tracei como meta os três quilómetros. E foi com este valor em mente que subi a uma das muitas passadeiras da sala de musculação do Holmes Place de Miraflores. Antes, tinha estado à conversa com Jorge Pina. “Hoje já corri 7 km, logo de manhã. Quantos pensas correr?” perguntou-me. E o “três” saiu-me disparado da boca. Agora é que não havia volta à dar. Teria mesmo de conseguir correr esta distância!

Em menos de cinco minutos equipei-me: voltei a calçar os ténis de corrida, eles que, há meses, eram os meus fiéis companheiros; enfiei-me nas leggings de desporto e só não consegui atar o cabelo porque não tinha um elástico comigo. “Vamos, não há de ser nada. Três quilómetros.”

Enchi-me de confiança e lá fui eu direta para a passadeira. Ao meu lado já o Jorge aquecia, a um bom passo. “Estás pronta? Tu consegues. Dá o teu melhor.” E com estas palavras de incentivo, comecei a correr. Primeiro, um leve aquecimento, que em minutos passou a jogging ligeiro, e depois a corrida, já com a passada controlada.

Vi a distância a aumentar no ecrã da passadeira: um quilómetro, dois… E nisto já ia o Jorge com três quilómetros e meio. Fiquei com vontade de correr mais depressa. Não para o ultrapassar, mas para me superar e ver o quanto seria capaz de correr.

Quando dei por mim já tinha ultrapassado os três quilómetros. Tanto eu como o Jorge continuámos a correr. Eu, porém, já apresentava alguns sinais de cansaço: a respiração mais ofegante, as pernas mais pesadas, a rapidez e a agilidade a sumirem-se… Mas nem por um momento pensei em desistir. Afinal, tinha ao meu lado um homem que era a prova viva de que nunca devemos baixar os braços (ou, neste caso, parar de correr) perante as adversidades. Devemos enfrentá-las e, como me tinha dito o Jorge, dar sempre o nosso melhor.

O meu melhor, naquele dia, foram 5 km, um número que foi depois convertido em dinheiro. Sim! Eu estive a correr por uma causa, no âmbito da campanha “Rexona Corre Por Mais”, que já vai na segunda edição. Através dos meus cinco quilómetros, contribuí com €5 para a manutenção e o crescimento da única Escola de Atletismo Adaptado de Portugal, criada este ano pela Associação Jorge Pina.

E o melhor? Todas as pessoas podem participar. Basta dirigir-se a um clube Holmes Place, comunicar que quer contribuir para a campanha Rexona Corre Por Mais e lançar-se à passadeira. Não precisa de ser sócio dos ginásios, nem precisa de correr: todos os quilómetros percorridos contam, até uma mera caminhada. Pode participar quantas vezes quiser, gratuitamente.

No momento em que termino este texto, o conta-quilómetros marca 73.577 km. Os meus cinco já aqui estão contabilizados. Os mais sete que o Jorge fez ao meu lado também. Até domingo, dia 25, o número continua a aumentar. A meta? “Chegar, pelo menos, aos 100.000 km”, diz-me o Jorge.

Eu já dei o meu contributo. E você?