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Desfile de moda ou manifestação feminista?


Coleção primavera/verão 2017 de Micaela Sapinho, da plataforma Sangue Novo.

Desfile de moda ou manifestação feminista?


Coleção primavera/verão 2017 de Micaela Sapinho, da plataforma Sangue Novo.

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Desfile de moda ou manifestação feminista?


Micaela Sapinho, 21 anos.

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  • Desfile de moda ou manifestação feminista?


    Micaela Sapinho, 21 anos.

     

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Desfile de moda ou manifestação feminista?

Micaela Sapinho levou à passerelle da ModaLisboa um apelo à igualdade de género, de forma jovem e divertida.

Terminou o curso de Fashion Design, na Cambridge School of Art, Inglaterra, há pouco mais de três meses e já quer revolucionar mentalidades através da moda. Micaela Sapinho foi uma das jovens criadoras da última edição do Sangue Novo, e o seu desfile ficou, muito provavelmente, na memória de muitos dos presentes da plateia naquele primeiro dia de ModaLisboa.

Do alto dos seus 21 anos, Micaela está preocupada com a defesa da igualdade entre mulheres e homens, considerando que este é “um assunto não resolvido”. “Todos deveríamos ser feministas”, diz à LuxWOMAN. Afinal, “a moda, como qualquer outra forma de arte, pode ser usada para revolucionar as mentalidades”. E esta jovem designer, nascida em Évora, já está a fazer a sua parte.

A coleção ‘The Other’, que apresentou na passada sexta-feira na 47ª edição da ModaLisboa, integrada na plataforma de talentos emergentes Sangue Novo, é a sua primeira e levou até à passerelle cartazes como “Free the Nipple” ou “My Body My Choice”, em jeito de manifestação. Foi difícil não recordar a ‘manif’ feminista de Karl Lagerfeld, no desfile das propostas de verão 2015 da Chanel.

Falámos com ela e ficámos a perceber como pensa.

Como nasceu a coleção ‘The Other’?

Acho muito importante que as coleções tenham um conceito bem estruturado, e a literatura e filosofia parecem-me bons pontos de partida para conseguir um trabalho coerente e conseguir transmitir uma mensagem. Porque a moda, como qualquer outra forma de arte, pode ser usada para revolucionar as mentalidades. Neste caso, o livro que me inspirou foi o ‘Segundo Sexo’, de Simone de Beauvoir, que é das obras mais relevantes do movimento feminista.

Por que razão decidiu abordar o tema do feminismo na sua primeira coleção?

Sempre me identifiquei muito com o movimento feminista… Se pensarmos na verdadeira aceção da palavra, deveria ser algo consensual, todos deveríamos ser feministas, ou seja, defender a igualdade de género como princípio. Como já disse, esta coleção partiu de um livro que foi escrito em 1949 e é muito triste ver o quão pouco evoluímos em alguns aspetos. Foi também para relembrar que isto não é um assunto resolvido, que é um problema atual.

Porquê o título ‘The Other’?

Das reflexões que Simone faz no livro, uma das que mais me tocou foi a de que a mulher é sempre o ‘outro’, ou seja, o homem é considerado o principal, o ‘the one’, enquanto a mulher surge como secundária, como comparada mas nunca como comparador. O problema real é que isto não é apenas uma dependência conceptual, as mulheres dependerem dos homens ainda é, infelizmente, uma realidade.

Que mensagem pretende transmitir?

A mensagem principal é a defesa da igualdade entre mulheres e homens. Mas dentro deste tema tão abrangente escolhi ainda retratar dois submovimentos, que têm tido maior visibilidade com as redes sociais. Um deles é o movimento ‘free the nipple’ (libertem os mamilos), que nos alerta para a importância da autodeterminação em relação ao corpo feminino. Outro foi o movimento ‘not asking for it’ (não estou a pedi-las), relativo à cultura de culpabilização da mulher vítima de violação. Isto são tudo realidades que, no fundo, decorrem do problema ‘mãe’: a desigualdade de género. E é isto que pretendo espelhar nesta coleção, de uma maneira mais jovem e divertida.

Que materiais foram utilizados na confeção das peças?

Usei vários materiais para a coleção. Um deles foi a ganga, tendo como inspiração a masculinidade da roupa de trabalho americana dos anos 60, com um twist atual e jovem. Para os estampados, escolhi imprimir tecidos como o ‘scuba’ e ‘polycotton’. Em alguns coordenados usei ainda ‘body mesh’ para se ver o corpo à transparência e simular, de algum modo, as frases de protesto escritas na pele em manifestações feministas.

Os cartazes, com mensagens como “Woman Up!”, pretendem transportar-nos para a ideia de uma manifestação?

Sim, no fundo voltamos ao objetivo final, que é a revolução de mentalidades. Ao reproduzir uma “manifestação” na passerelle, quis alertar as pessoas para uma luta que ainda não acabou. Mas como é obvio, é uma luta que terá de sair da passerelle para se traduzir em políticas efetivas, como o pagamento igual para mulheres e homens que façam o mesmo trabalho, entre outras.

Que trabalhos destacaria do seu portfolio profissional?

Terminei o curso este ano e portanto ainda estou no início, mas dos trabalhos que tenho feito, os estampados originais são uma constante. Em relação às temáticas, já abordei o feminismo mais do que uma vez, bem como a saudade, patente no livro ‘Mensagem’ de Fernando Pessoa. De um modo geral, gosto de abordar os conceitos de uma maneira divertida e com um toque cómico, normalmente visível no design dos estampados.

Que ambições tem para a sua marca?

Tendo sido a minha primeira coleção oficial a que foi apresentada na ModaLisboa, a marca ainda está a dar os seus primeiros passos. A próxima etapa será a produção e venda, provavelmente online, desta coleção. E também gostaria de, eventualmente, criar uma coleção de roupa de homem e de uma linha de acessórios. Para já, estou muito contente por ter participado no Sangue Novo e com o feedback positivo que tenho recebido.

#theother #ss17

Uma foto publicada por MICAELA SAPINHO (@micaela.sapinho) a

Fotos © Rui Vasco/ModaLisboa

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