Tomei a decisão me tornar vegan depois de ver o documentário ‘Earthlings’, que resume, de uma forma profunda e realista, tudo o que se encontra inerente ao veganismo.
Lembro-me como se fosse hoje do momento em que o vi e do turbilhão de sentimentos que despertou em mim. No dia seguinte, após uma profunda introspeção, resolvi retirar da minha alimentação e do meu estilo de vida tudo o que tivesse origem animal ou que contribuísse de alguma forma para a exploração animal.
O que começara com uma motivação ética rapidamente se tornou um estilo de vida saudável que melhorou significativamente a minha vida. “Porque nós somos o que comemos.”
Apaixonei-me pela cozinha vegan, viciei-me nela, e decidi partilhar esta paixão. Tomei uma decisão que implicou uma mudança significativa na minha vida. Deixei o trabalho de auditoria numa consultora para me dedicar exclusivamente à cozinha. Surge assim ‘A Cozinha Verde’, em maio de 2013.
O processo de mudança não foi fácil. Mas a partir do momento em que tomei a decisão, senti imediatamente que tinha feito a escolha certa. Por vezes é difícil aceitar que o caminho que escolhemos não era o melhor para nós.
A verdade é que me fui apercebendo, ao longo dos cinco anos em que trabalhei em auditoria, de que aquilo não me preenchia, não me realizava nem acrescentava nada à minha vida. Sempre tive muitos sonhos, sonhos esses que estiveram hipotecados durante tanto tempo, pura e simplesmente por uma questão de comodismo e estabilidade. Porque tinha um salário certo ao final do mês e, principalmente, porque era mais fácil não arriscar.
O veganismo foi para mim o impulso para ir atrás dos meus sonhos. Comecei a desejar partilhar aquilo que estava a viver com outras pessoas e a inspirá-las de alguma forma. Encontrei o meu propósito de vida e lutei por ele. Tão simples quanto isto.
A minha rotina mudou drasticamente. Aprendi a trabalhar sozinha. Pelo facto de trabalhar muito a partir de casa, aprendi a organizar-me e a gerir o meu tempo da melhor forma. Aprendi a não ter horários certos e a ter autodisciplina. Aprendi a controlar a ansiedade e a aceitar a imprevisibilidade do meu trabalho.
Tudo isto não seria possível se não gostasse verdadeiramente do que faço. Se não vibrasse a todo o momento com isto. Se não sorrisse todos os dias pelas palavras bonitas e sentidas que ouço das pessoas que conheço nos workshops, que me fazem encomendas ou que me enviam mensagens a pedir ajuda. Sinto que estou a fazer a diferença na vida de alguém. E por isso, tudo isto vale a pena.
Mini Bio
Nome: Filipa Range
Idade: 28 anos
Naturalidade: Vila Franca de Xira
Presença online: Blog | Facebook | Instagram
No meu blog encontra: as minhas receitas, os meus workshops de cozinha, um menu 100% vegetal para se deliciar em casa ou num evento mais especial, os espaços que visito, eventos, as marcas que adoro e apoio, dicas, artigos e notícias. No fundo, uma grande parte de mim.
Cozinhar
Com a mudança de alimentação, descobri um novo prazer. Cozinhar. Cozinhar exclusivamente com alimentos de origem vegetal foi encontrar um novo mundo de cores, sabores e texturas à minha volta. Um novo mundo de possibilidades, sem limites para a criatividade. E, acima de tudo, saudável. Começou como um hobby. Mais tarde, tornou-se o meu trabalho. E não há nada melhor e mais gratificante do que fazermos aquilo que nos apaixona. E no que toca à comida, quando esta é feita com amor e dedicação, sabe sempre melhor.
Workshops
É a minha forma de sensibilizar outras pessoas para a cozinha e o estilo de vida vegan, de as inspirar a adotar hábitos alimentares mais saudáveis, ecológicos e éticos. Adoro cozinhar, mas gosto ainda mais de cozinhar para os outros.
Primo Basílico
Ponto de paragem obrigatório na capital. No Primo Basílico, em Alfama, servem-se as melhores pizzas vegan de Lisboa e arredores. Servidas à fatia, mas fatias generosas, num espaço despretensioso e muito acolhedor. Os donos, verdadeiros italianos, são a alma daquela casa. A minha preferida? Calzone de bolonhesa de seitan. Não me canso de lá ir.
A Khaleesi
A minha princesa. A minha menina. A minha loirinha. A minha Khal. Acho que já deu para ter uma ideia do amor que sinto por esta pequenina de quatro patas. Não vejo ‘A Guerra dos Tronos’, mas foi esta série que serviu de inspiração para o seu nome. E assim ficou. Há quase quatro anos a preencher a minha vida de felicidade, amor e sorrisos. E sei que vai ser sempre assim.
‘A Cozinha Verde’
Mais do que o meu projeto, ‘A Cozinha Verde’ é a minha vida, a marca que quero deixar no mundo. Tão simples quanto isto.