[wlm_register_Passatempos]
Siga-nos
Topo

Berg: o novo álbum

1 de 2

Teófilo Sonnenberg, mais conhecido como Berg, já trabalha na indústria da música há mais de 30 anos, mas foi com a vitória no concurso ‘Factor X’ que ganhou a visibilidade que desejava.

O seu novo álbum, homónimo, chega hoje às lojas e inclui uma versão de ‘Chuva’, bem como de ‘Alice’ e ‘Tell Me’, num total de 11 temas originais. Estivemos à conversa com o artista e descobrimos tudo sobre a nova etapa da sua vida.

Numa palavra, como é que define o álbum?

Verdadeiro.

Onde é que foi buscar inspiração?

A inspiração vai-se buscar todos os dias. Não sou muito apologista daquela ‘treta’ do ‘estou a ver o mar e surgiu-me uma luz’. Não, a inspiração vem de coisas tão simples, de uma gota a cair, do barulho de um motor, de tudo e mais alguma coisa. Todos nós temos isso no subconsciente. É intuitivo e espontâneo. Claro que a inspiração vem também da vivência: se estamos bem, se temos uma relação saudável, se moramos num sítio tranquilo.

É um álbum diversificado, mas também com uma corrente única. Como é que chegou ao resultado final?

Eu sou instrumentista, toquei com o Rui Veloso durante anos, trabalhei com outras bandas internacionais nas quais tocava baixo, teclas, guitarra, bandolim, cantava… Sou um bocadinho como o Lenny Kravitz (sem estar a ser presunçoso!). Gravei o disco praticamente sozinho. Como sou compositor, consigo fazer num dia rock e no outro funk. Na editora, tínhamos esse problema: não sabíamos para onde ir. Tenho estilos muito definidos, o soul e o pop. Gosto de Mary J Blidge, de Sting, de Norah Jones, mas também gosto dos Keane e dos Coldplay. Gosto dos Clã, do Rui Veloso, do Pedro Abrunhosa… Como é que eu meto isto tudo no mesmo saco? Tentei arranjar um fio condutor (o meu timbre de voz, que é muito específico), e puxo sempre um elemento acústico. A sonoridade é analógica e acústica. É natural.

Quer conquistar Portugal e o mundo? Ou primeiro o público português e depois passar para terras internacionais?

A televisão deu-me o arranque de que eu precisava. Penso que é um pouco demais dizer ‘tour mundial’. Desde o ‘Factor X’, fiz muitos concertos. Em seis meses, fiz mais do que muitos artistas em dois anos. Começar por Portugal é bom, mas, como eu tenho raízes noutros sítios (por exemplo, em Nova Iorque e Genebra, porque morei lá, em Paris, porque toquei com um amigo francês que é ator), estamos a tentar marcar concertos em sítios que, obviamente, têm comunidades portuguesas. Temos Toronto, houve um pedido para Tóquio… Falar em tournée mundial é dizer muito, mas confesso que já dei a entender à editora que vamos fazer coisas só vocacionadas para o estrangeiro. Uma vez, perguntaram-me porque é que tenho canções como ‘Alice’ ou o ‘Chuva’. Tenho-as porque essas canções são genuinamente portuguesas, e é isso que nos leva para uma carreira internacional. Quem é que sai? É a Ana Moura, a Carminho, a Mariza. É a alma portuguesa.

Pensa vir a cantar em francês?

Voltei de África aos três anos. Depois, fiquei até aos 15 no Porto. Aos 12 ou 13, comecei a ir à Suíça… Sou francófono: não gostava de francês, mas aprendi a amar a língua. Não é fácil cantar em francês, mas, quando se tem esse dado adquirido, torna-se muito giro. No entanto, a música francófona só funciona em países francófonos. Neste álbum, cantei um tema em inglês com um verso em francês: ‘Je t’aime à la folie passionnement’. É uma frase que se diz muito, é antiga, e lá conseguimos encaixá-la!
´

Já tem quase trinta anos de ligação à música. Colaborou com Rui Veloso, Boss AC, Rita Guerra, Nuno Guerreira, Pedro Abrunhosa… Editou dois álbuns a solo. Sente que Portugal não o acolheu?

Acho que trabalhei com as pessoas erradas no momento errado. Vim para Portugal em 1999, para a Valentim de Carvalho, uma editora que adorei. Esforçaram-se ao máximo, fizeram videoclips e promoção. Pura e simplesmente, na altura, era um artista do funk e do R&B, e não era isso que se ouvia. Foi uma questão de timing errado. Eles tentaram! Acho que chegou a disco de prata, mas não era o momento. A seguir, acho que trabalhei com as pessoas erradas. Nunca culparia os portugueses, que, simplesmente, não sabiam que eu existia. Sofri daquela síndrome do artista que fica na gaveta. É uma vida de dedicação…

1 de 2

Veja mais em Música

PUB