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Música: Eneida Marta

Eneida Marta é embaixadora da Unicef pela Guiné-Bissau e uma das mais aclamadas cantoras guineenses. ‘Nha Sunhu’ (Meu Sonho) é o seu quarto disco.

O que é a música, para si?

Além de ser vida, a música, para mim, é um veículo para atingir um objetivo maior, que é poder trabalhar mais ativamente na área social. Vejo a música como um veículo para conseguir fazer isso. Ao longo da minha carreira, fui fazendo, com as possibilidades que fui tendo, concertos para angariação de fundos para alguma instituição mais carenciada, como a Casa Emanuel ou o Ninho da Criança, entre outros. Isso acabou por levar a Unicef e as Nações Unidas a fazerem-me a primeira embaixadora da Unicef na Guiné-Bissau, o que me dá ainda mais vontade de continuar e a certeza de que estou a fazer aquilo que faço.

Porquê a área o social?

É algo pessoal, algo que sempre quis, desde muito pequena. Quando a minha mãe mandava vir para a Guiné bonecas importadas, eu dava-as sempre às outras crianças mais carenciadas. Para mim, inventava uma boneca de ossos, punha-lhe uma saia também improvisada, com cabelo feito de espiga de milho, e brincava assim…

Faz falta esse trabalho na Guiné?

Sim, muito. Talvez porque as pessoas, de uma forma errada, puseram na cabeça que ajudar é só dar bens materiais, mas não: ajudar é dar afeto, é dar amor… Por exemplo, para esta instituição que eu ajudo bastante, o Ninho da Criança, cheguei a levar algumas vezes uma carrinha cheia de alimentos. Quando lá cheguei, houve uma criança que me disse: ‘Eneida, não era preciso trazeres isto, bastava vires’! Senti que, realmente, mais do que de comida, do que eles precisam é de amor…

Há muitas pessoas a fazerem isso?

Não. Uma vez fiz um apelo aos meus colegas músicos: “Peguem numa guitarra, vão para lá, façam uma música, deem-lhes alegria. Talvez seja a coisa de que uma criança mais precisa…”

Como está a Guiné-Bissau, como país?

As dificuldades continuam a existir, mas há sempre aquela esperança de uma reviravolta grande. O país está a caminhar para isso, sente-se cada vez mais a possibilidade de as coisas melhorarem…

Ainda há muitas crianças sozinhas?

Talvez não estejam sozinhas. Na Guiné, as crianças nunca estão sozinhas, mas podem estar carenciadas. Não estão sozinhas porque há sempre um vizinho que está lá para ajudar. Há muito espírito de entreajuda, e ainda bem! Se não fosse isso, tudo seria muito mais difícil. Entretanto, é a forma como as coisas acontecem. As crianças nunca estão sozinhas, mas estão carenciadas.

Com a música, como ajuda?

Tento que as minhas músicas ponham as pessoas alegres, evito cantar coisas negativas. A minha forma de estar no palco e na vida é dar sempre alegria a quem me rodeia.

Sente-se realizada?

Ainda falta! (risos) Tenho muito caminho pela frente, e tenho esse objetivo maior que é abrir uma casa de acolhimento para crianças mais desfavorecidas. No dia em que conseguir isso, então sim, serei uma mulher realizada.

Saiba mais sobre o novo disco da artista na LuxWOMAN de junho, já nas bancas.

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