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A Carne é fraca, mas o molho é bom!: amores de Verão e Barriga de Porco

Está preparada para mais uma aventura e uma receita do ator Afonso Vilela?

Amores de Verão

Foi num desses verões, dos 80s, que apareceram os telemóveis, os de primeira geração. Uns aparelhos úteis, que serviam para telefonar e receber chamadas (acho que os atuais também têm essas funcionalidades). O meu era um Ericsson de plástico azul e amarelo, que hoje em dia seria facilmente confundido com um aparelho de cozinha ou de estética.

Foi também por esta altura que tive a minha primeira experiência desagradável com estes aparelhos maléficos, que apenas tinham capacidade de armazenamento (memória), para uns parcos números de telefone, com identificações de poucos caracteres. Também não tínhamos tantos “amigos” como agora, ainda não existiam redes sociais.

Numa das tardes em que a “grupeta” se juntava toda no areal, estava eu a sair da água, quando vejo uma das miúdas, com o meu telemóvel na mão, a bisbilhotar. Ainda não era possível enviar imagens e afins, e muito pouco da nossa vida privada podia ser consultado através daquilo, apenas uma lista telefónica pessoal com meia dúzia de nomes e algumas mensagens, escritas de forma abreviada. Cuscar um telefone alheio, não era uma tão grande invasão de privacidade como é hoje em dia, (ainda não fazíamos ideia do potencial maligno destes aparelhos), pelo que inicialmente nada de mal me ocorreu.

De repente, “fez-se luz”! E nesse preciso momento em que eu arregalei os olhos de pavor, ela clicou no seu nome, na minha lista…. Estava com o nome próprio, e o sobrenome não o de batismo, mas a descrição explícita de uma prática lúdica que ela desempenhava na perfeição(!). Arregalou os olhos ainda mais do que os meus, só que de ódio, e atirou o telemóvel com toda força para o chão (areia), felizmente que eram outros tempos e os aparelhitos eram bastante resistentes. Agarrou nas suas coisas e foi-se embora, compreensivelmente furibunda, comigo

especado de pé na areia, (a uma distância segura, não fosse ela lembrar-se de apanhar o dito e atirar-mo à cabeça), estático e mudo, sem saber o que fazer ou lhe dizer. Provavelmente nada do que pudesse dizer, iria melhorar a situação.

A partir desse momento, realizei o perigo que os telemóveis representavam para a nossa privacidade e para as gerações futuras.

Acho que ainda hoje não me fala. Que de certa forma, até entendo, mas ninguém a mandou ser cusca, já somos adultos, era escusado continuar com este extremismo.

Muitos mais verões haveriam de vir, mas a vida nunca mais voltou a ser a mesma.

Barriga de Porco Confitada Caramelizada em Moscatel

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Ingredientes

  • 1,5Kg Barriga de Porco (inteira)
  • 250grs Banha
  • 1 lt Vinho Moscatel
  • 600grs Pera Rocha
  • Sal marinho, Pimenta Preta, Paprika Fumada, Cominhos q.b.

Modo de Preparação

  1. Tempere bem a carne com pimenta, pimentão doce fumado e cominhos. Deixe repousar no frio durante a noite.
  2. Tempere com sal, coloque no tabuleiro, com a gordura para cima e espalhe a banha. Cubra com papel de alumínio. Lume brando 160º durante 4 horas, sem que a gordura (banha) chegue a ferver, até a carne se começar a desfazer com um garfo.
  3. Entretanto, coloque as peras a cozer no vinho durante 20 minutos. Retire e deixe-as esfriar no frio, para ganharem consistência.
  4. Volte a colocar o vinho em lume brando, até atingir 1/3 da quan­tidade inicial.
  5. Retire a carne, escorra bem numa rede de pastelaria, e guarde a gordura em recipiente no frio (dá para reutilizar).
  6. Volte a colocar a carne no tabuleiro de forno, com a gordura para cima, e regue com a redução de vinho, durante 10 minutos – Lume forte 200º-220º -, ou até caramelizar e o “courato” começar a fazer bolhas.
  7. Sirva com a pera fatiada ou em metades.
  8. Acompanhe com couve estufada (corte fino), cozinhada em vinagre e mel.

Veja mais em Afonso Vilela

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