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A Carne é fraca, mas o molho é bom!: luxúria e sopa de camarão

Está preparada para mais uma aventura e uma receita do ator Afonso Vilela?

Luxúria (ou talvez não)

Foi só mais uma daquelas modernices em que os dois se aventuravam, no entanto, nesta, nada foi deixado ao acaso.

Da comida à conversa, tudo se desenrolou no mais fantástico dos ambientes, superando todas as expectativas.

As entradas, marinadas numa combinação perfeita de acre suave com o aroma das ervas frescas, pareciam desenhadas para aquele espumante, ou vice-versa.

Antes do prato principal, um shot de caldo quente de lavagante e malagueta com um toque de lemongrass (citronela), suficiente para deixar qualquer um prostrado no chão em êxtase. Era a passadeira vermelha para o espetáculo que se seguiria.

A carne, macia e crocante ao mesmo tempo, o molho intenso e vibrante, perfeito para emparelhar com aqueles nacos de céu.

O vinho, servido no decantador, sem qualquer presunção de ser identificado, deixou-os a querer adivinhar quanto custaria cada garrafa.

Fora ela, a anfitriã, que escolhera os vinhos, sem sombra de dúvida. Só uma mulher teria a sensibilidade olfativa para criar aquelas combinações. O pairing estava exímio.

A sobremesa, uma obra de arte minimalista que mal preenchia o prato, a subtileza dos sabores e texturas, ameixa grelhada em calda gelada, num ponto entre o caramelo e o ponto de fio, algo que quimicamente parece impossível, combinada com camembert panado, prestes a fundir. O cremoso com o crocante, o doce com picante, o quente e o frio, todos combinados num prato só, que à primeira vista duas garfadas bastariam para o fazer desaparecer, mas pareceu demorar uma eternidade, de prazer e satisfação. Outro ex-líbris daquela refeição, uns a seguir aos outros, sem parar.

E deixou-lhes alguns momentos de reflexão. Já tinham atingido o clímax da gula há muito.

Nem sequer precisaram de olhar um para o outro para que os seus pensamentos estivessem devidamente sincopados. Eram muitos anos de vida em comum, daí que estas incursões, variantes na sua vida amorosa, tivessem surgido de forma quase natural, como uma necessidade e um desejo mútuo.

Os seus anfitriões, um casal fantástico, fora de série, talvez o que eles gostariam de ser dali a dez anos, cultos, interessantes, cúmplices q.b., com personalidades distintas e complementares.

Tirando a parte física, seriam arrebatadores. Talvez fruto deste tipo de jantares em demasia ou de uma vida mais inclinada para os prazeres do estômago e menos virada para o espelho.

Talvez tivessem razão nas suas opções. Quem eram eles para os avaliar? Eram pessoas sedutoras de uma forma diferente, mais profunda e menos óbvia.

O anfitrião longe de ser um adónis, cuja barriga saliente combinava na perfeição com o homem que tinha confecionado a refeição, se tivesse um six-pack até pareceria estranho. Nos 50s, aparentava um pouco mais, com o cabelo descuidado e os óculos de professor, que aliás deveria ser. Erudito e divertido sempre que necessário e de conversa cativante.

Ela começou a imaginá-lo sem roupa, com o corpo flácido e amorfo de encontro ao seu, e por momentos, retraiu-se, mas de imediato se predispôs, afinal de contas, um homem que tem sensibilidade e mãos para confecionar aquele jantar, decerto deveria ter outros atributos. E fê-la rir, era o que interessava. Estava disposta a arriscar, ele despertara os seus sentidos, iria para a cama com ele, apesar de todo o seu corpo lhe dizer o oposto.

Já a anfitriã, não se podia dizer que não se cuidasse, um pouco demais provavelmente. A pele ressequida do excesso de sol e solário, com a tonalidade das beringelas da moussaka que acompanhara a carne, e rugas profundas que desciam da cara até ao V do peito. Sempre passava na contra luz das velas que iluminavam a mesa fazia lembrar um índio velho. Mas tinha aquele ar de quem verdadeiramente gosta e sabe fazer as coisas. Para Ele isto bastava, o corpo dele não se retraiu por um momento, qualquer variação ao sexo matrimonial já instigava todos os seus sentidos.

Teria até dispensado o jantar.

Sopa de Camarão Abóbora e Gengibre

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Ingredientes

  • 250 grs Camarão (20/30)
  • 1 Lt Água
  • 1 Cebola média (Branca)
  • 100grs Aipo
  • 1 Kg Abóbora
  • 200grs Batata doce (laranja)
  • 1 Cl. sp. Gengibre picado (fresco)
  • 1 Malagueta
  • Coentros frescos
  • Sal, pimenta, azeite q.b.

 Modo de Preparação

  1. Descascar e retirar as pevides da abóbora, cortar em cubos grandes, fazer o mesmo para a batata doce e cebola. Colocar a assar no for­no com azeite, sal e pimenta, durante 30mim (190º);
  2. Descascar o camarão, reservar o miolo e colocar as cabeças e cascas em na água, deixar levantar fervura durante 15 minutos (lume médio);
  3. Picar o aipo e metade da malagueta e saltear com um fundo de azeite, numa panela média;
  4. Juntar os legumes assados ao aipo e a malagueta, adicionar o cal­do coado e o gengibre picado. Quando levantar fervura, desligar. Deixar arrefecer um pouco e passar na varinha e no passador chinês;
  5. Picar o miolo do camarão com a malagueta restante, saltear com azeite e sal.

Serviço

  1. Coloque uma porção do camarão no fundo do prato (tigela), deite a sopa por cima e finalize com os coentros frescos (ripados).

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