Artigo de Opinião de Dra. Joana Sousa Coutinho, Médica Tricologista, Clínica Insparya Lisboa
Dra. Joana Sousa Coutinho
Quando falamos em alopecia, ou falta de cabelo, pensamos automaticamente nos homens, mas a verdade é que é uma doença que afeta também as mulheres. Mas mais do que o número de mulheres que afeta, importa lembrar que o impacto pessoal e social desta doença é consideravelmente superior nas mulheres do que nos homens!
E a realidade é que a calvície nas mulheres tem aumentado muito nos últimos anos, sendo a alimentação fortemente manipulada e o stress causas muito importantes para este facto. Estima-se que 10 em cada 100 mulheres sofra desta patologia e que este número continue a aumentar com o passar dos anos e com a mudança dos hábitos e estilos de vida.
Os fatores genéticos e as mudanças hormonais que sofrem ao longo da vida vão ditar a saúde capilar de cada mulher.
A alopecia é uma doença na qual se vai observando uma miniaturização das unidades foliculares até ao ponto em que não nasce cabelo numa determinada área, sendo uma condição para a qual não existe cura.
Existem alguns tratamentos que visam retardar a miniaturização do folículo capilar e a respetiva perda de cabelo, mas não solucionam o problema. Existem no mercado tratamentos como a mesoterapia e o PRP (Plasma Rico em Plaquetas). Ambos visam melhorar a saúde capilar e retardar a queda do cabelo com resultados excecionais ao nível da melhoria da densidade e da saúde do cabelo, sabendo a mulher que deve tratar sempre aquele cabelo com tendência à queda crónica.
É importante que a mulher saiba distinguir a queda sazonal do cabelo, aquele cabelo que cai para dar lugar a um cabelo novo dentro de um ciclo de vida expectável. Se quando passa a mão na cabeça vem uma quantidade considerável de cabelos estamos certamente perante uma queda aguda e sazonal, isto porque a alopecia androgenética leva a uma miniaturização do cabelo, ele não cai abruptamente, mas vai-se tornando cada vez mais fino até não nascer mais.
Deve ser um profissional qualificado a fazer uma avaliação rigorosa de cada caso e oferecer o melhor tratamento disponível. É essencial uma consulta de avaliação, para uma observação detalhada, classificação da doença e do seu estádio, para então se definir o tratamento a fazer.
É difícil definir a idade em que as mulheres começam a desenvolver alopecia, pois depende da causa. Existem alguns tipos de alopecia que se desenvolvem numa idade madura, no período pós-menopausa.
Em estados mais avançados da doença ou em áreas da cabeça em que a densidade já não seja a que a mulher tinha outrora, ou que expectava ter, a única forma de reverter a situação é através do transplante capilar. Só este tratamento visará obter uma melhoria drástica da densidade capilar. A contínua investigação e o desenvolvimento da tecnologia utilizada para cada transplante permitem solucionar a alopecia de centenas de mulheres por ano, ajudando a resolver um problema que tanto baixa a auto-estima e valorização pessoal.
O cabelo na mulher é mais do que um acessório de beleza. É uma fonte de bem-estar pessoal, com implicações diretas a nível social.