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Ao Som de Sarah McCoy

Durante a infância, a música nunca fez parte da sua vida familiar. Revela-nos, até, que o “gira-discos acumulou muito pó”. Quando se expôs à música e percebeu que a podia fazer, foi emocionante. Em 2019 lançou o seu primeiro álbum, “Blood Siren”, e este ano apresenta “High Priestess”, um álbum «termonuclear», com batidas graves, piano e uma capacidade vocal deslumbrante que desafia as certezas da realidade e apresenta texturas pós-apocalípticas nas entrelinhas. Hoje, dia 8 de março, faz 5 anos que se apresentou pela primeira vez em Portugal. O seu regresso ao nosso país, no entanto, está já agendado para abril e os bilhetes já se encontram à venda na Ticketline e nos locais dos espetáculos:  a 5 de abril vai estar no Teatro Municipal de Bragança, dia 6 segue para o Teatro Municipal da Covilhã, dia 8 é a vez do Teatro-Cine em Pombal e termina depois em Lisboa no dia 10 no Teatro Maria Matos.

Quem é Sarah McCoy?

Muito como recordar um sonho, quanto mais tento contar-vos, menos me lembro. Quem verão em palco é apenas um segmento selvagem e brilhante de quem eu sou.  Quem eu vos digo que sou é apenas o que outros me disseram que eu sou. Só o meu espelho sabe realmente, e ele só é simpático para mim metade do tempo.

De onde veio a sua paixão pela música?

Penso que foi porque a música não era de facto uma grande parte da minha vida familiar. Na realidade, não a tocávamos assim tanto em casa. O gira-discos acumulou muito pó. Por isso, quando finalmente comecei a ficar exposta à música, foi, como tenho vindo a dizer muito recentemente, como perceber que estava desidratada. E género por género, mesmo agora, só estou obcecada até encontrar uma nova obsessão. Assim, perceber que eu podia fazer música era apenas emocionante. Não só isso, mas na maior parte da música, quer-se letra, e eu já me tinha tornado, nessa altura, bastante talentosa em juntar as palavras de uma forma que pudesse alcançar uma intenção específica. Assim que pude tocar um instrumento, a composição de canções assumiu imediatamente o seu papel.

Quais eram/são as suas referências na música?

Elas estão sempre a mudar! Quando era mais pequena, adorava Alanis Morisette e Fiona Apple e vocais femininos mal-humorados. Enquanto adolescente, adorava GWAR e heavy metal. No início da idade adulta, mudei-me para Pink Floyd, Led Zeppelin e The Beatles…rock.  Depois foi Bessie Smith e Skip James e os blues. Algures no início da minha vida adulta a Missy Elliot tornou-se a minha fixação e de repente Chilly Gonzales estava a mandar-me todo o tipo de merdas para ouvir. A obra-prima de Cardi B “Invasion of Privacy” e o hipnótico Droptop Wop de Gucci Mane foi a minha música de bastidores durante uns sólidos 2 anos. 2019 foi quando comecei a ficar obcecado com Sevdaliza, Flavian Berger, Polo e Pan e esse tipo de coisas electro-moody europeias.

O que é que significa para si regressar a Portugal?

É engraçado, eu tenho este apego muito romantizado a Portugal. Eu acho que cada uma das vezes que vim, o meu coração ficou numa espécie de limbo e, no final da viagem, ele renasceu. Da última vez que cá estive, eu lembro-me de estar a chover e de eu estar a descer esta colina gigante, em direção ao Arco da Rua Augusta e isso foi simplesmente eufórico e perfeito. Como se eu estivesse a revisitar-me há 400 anos atrás.

Tive audiências tão calorosas e fui recebida com este encanto geral em Portugal, e penso que isso me surpreende sempre porque… quem sou eu para merecer isso?

Além disso, sejamos realistas, Portugal tem algumas das melhores comidas do mundo e eu sou apaixonada pelo ótimo vinho que lá encontrei. (Não digam à França!)

O que podem os portugueses esperar deste concerto?

Haverá versões de canções do meu álbum muito quebradas porque a minha banda não se vai juntar a mim, mas não haverá menos poder nisso. Tenho a certeza de que também vou tocar algumas das minhas canções favoritas de “Blood Siren”

Muitas das músicas que toco são extremamente poderosas no sentido em que estão ligadas às emoções menos favoráveis da humanidade, mas não estou lá apenas para esmagar almas. Tudo é entregue com ternura e um pouco de humor.

De onde surge a inspiração para o novo álbum “High Priestess”?

O álbum inteiro começou a manifestar-se com uma mudança no meio. Muito pouco dele foi composto apenas num piano. O que é ótimo, porque pelo que eu estava a sentir naquela altura, o piano e a voz ficaram um pouco aquém da criação da atmosfera que eu desejava.  A inspiração, é claro, vem de vários lugares diferentes. Claro que há ali a dor, mas muitas das letras deste álbum foram encontradas enquanto eu estava a fazer terapia (e ainda faço). É um facto que passar por esse processo interrogativo comigo mesma, e com o meu terapeuta, ajudou-me a articular o que estava a experimentar.

Quais são as suas músicas favoritas?

“Oracle” é a minha favorita. “Sorry For You” e “Weaponize Me” ficam em segundo. Eu amo-as a todas e de forma igual. Diverti-me tanto a ouvir os masters durante o verão, enquanto andava de bicicleta à noite.

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