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As doenças cardiovasculares afetam mais mulheres do que homens. Saiba porquê!

Segundo a Fundação Portuguesa de Cardiologia, todos os anos há cerca de mais 4 mil mulheres a morrerem devido a doenças cardiovasculares do que homens, ultrapassando em nove vezes o número de óbitos por cancro da mama.

De entre os fatores de risco associados às doenças cardiovasculares, o colesterol elevado é principalmente preocupante, uma vez que não apresenta sintomas evidentes, sendo apenas identificado aquando da realização de exames. Por esse motivo, é considerado um inimigo silencioso. Atualmente, mais de metade da população portuguesa (58%) desconhece os seus níveis de colesterol, podendo estar, por esse motivo, em risco de vir a sofrer de alguma doença cardiovascular.

Hoje, assinala-se o Dia Mundial do Coração e a LuxWoman falou com a Dra. Catarina Reigota para perceber porque é que isto acontece, quais são os riscos que existem e o que é pode ser feito para prevenir.

Dra. Catarina Reigota

Dra. Catarina Reigota

Porque é que há mais mulheres a morrer devido a doenças cardiovasculares do que homens?

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte na Europa (mais de 4 milhões de mortes por ano). Segundo a Fundação Portuguesa de Cardiologia, morrem mais 4000 mulheres que homens por ano por doenças cardiovasculares, sendo estas a principal causa de morte das mulheres portuguesas, ultrapassando as mortes por cancro da mama. Esta discrepância deve-se ao seu subdiagnóstico e subcomunicação na população feminina, culminando numa reduzida procura dos médicos por estas doenças.

Quais são as doenças cardiovasculares que estão a provocar estas mortes?

As mortes devem-se principalmente ao Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM) e ao Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A que sintomas devemos estar atentas?

As mulheres podem ter sintomas diferentes dos homens na sua apresentação. Por exemplo, no enfarte agudo do miocárdio, além da tradicional dor torácica, podem apresentar apenas enjoos ou vómitos, tonturas, cansaço extremo ou falta de ar (muitas vezes interpretados como ansiedade ou stress).

A prevenção é de extrema importância. Que medidas de podem ser adotadas?

As medidas de prevenção são importantíssimas e assentam na promoção de um estilo de vida saudável. Para tal, concorrem vários fatores, como a dieta mediterrânea que se associa à redução do risco cardiovascular (rica em azeite e fibra, cereais, fruta, vegetais, leguminosas e nozes; restringe a ingestão de carne vermelha e processada e promove a ingestão de peixe rico em ácidos gordos pelo menos uma vez por semana); a atividade física aeróbica (150 a 300 minutos por semana de intensidade moderada) e treino de resistência dois ou mais dias por semana.

A alimentação e os hábitos saudáveis são também bastante importantes. Existem alguns alimentos e hábitos que devem ser evitados?

De forma a adquirir um estilo de vida saudável é importante: reduzir a ingestão de sal (<5 gramas por dia); substituir as gorduras saturadas por insaturadas e preferir gordura vegetal em detrimento da gordura animal; evitar ingestão abusiva de bebidas alcoólicas (máximo 100 gramas por semana); restringir consumo de açúcar (especialmente refrigerantes açucarados): não fumar; praticar exercício físico e combater o excesso de peso assim como evitar o stress, dentro do possível.

Com que frequência devemos realizar exames ao coração?

Recomenda-se avaliação do risco cardiovascular global de 5 em 5 anos nas mulheres com mais de 50 anos ou na pós-menopausa sem fatores de risco cardiovascular conhecidos como tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, hipercolesterolemia e obesidade. Caso apresentem fatores de risco, deverão ter um seguimento mais periódico, com abordagem multifatorial e variável consoante esses  fatores.

O que é se deve fazer para evitar que as Doenças Cardiovasculares continuem subdiagnosticadas e subcomunicadas?

Para reduzir o peso da morbilidade e mortalidade da Doença Cardiovascular será necessária uma relação de confiança e colaboração entre os médicos e a população. Outros intervenientes como enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e treinadores têm também um papel importante. As doenças cardiovasculares têm um início silencioso, mas podem ser travadas se se seguirem as recomendações sugeridas, principalmente a otimização do estilo de vida.

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