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Clarice Falcão

Além de fazer rir, a atriz de ‘Porta dos Fundos’ canta e encanta.

Surpresas destas não acontecem todos os dias… Clarice Falcão esteve a tocar na redação da LuxWOMAN, e apresentou-nos alguns temas do seu segundo disco.

Aqui fica a prova em vídeo, a entrevista e o aperitivo para ver a artista brasileira atuar em Lisboa, no Porto e em Faro, em outubro.

Clarice nasceu em Pernambuco, no Brasil, a 23 de outubro de 1989, tem dois discos editados e uma mão-cheia de boa disposição. Começou a carreira na música, a colocar vídeos no Youtube, o que lhe valeu a participação numa das mais aclamadas webseries da atualidade, ‘Porta dos Fundos’, com Fábio Porchat, Gregório Duvivier, Letícia Lima, Júlia Rabello, Rafael Infante e Marcos Veras.

Filha do cineasta João Falcão e da escritora e argumentista Adriana Falcão, a comédia sempre lhe esteve no sangue. “Em minha casa sempre se riu muito! Ao jantar, era uma delícia, com palhaçadas a toda a hora”, diz.

Apesar de se ter iniciado no mundo da representação com uma telenovela em horário nobre, ‘A Favorita’, em 2008, é na comédia que encontra realização pessoal e profissional: “A novela foi algo que me enriqueceu e foi uma escola, mas é uma experiência que não quero repetir, porque é drama e aquilo de que eu gosto mais é comédia…”, confessa. Quando a chamaram para ‘Porta dos Fundos’, fez-se luz: “É isto que quero fazer para o resto da vida!”

De brilho nos olhos sempre que se fala da “galera do ‘Porta'”, como diz, Clarice explica que foi esta webserie a grande escola da sua vida e o lugar que nunca mais vai esquecer. Voltar a fazer parte do projeto? “Talvez, mas não no mesmo formato. O ‘Porta’ é um grupo de amigos que ficou, uma família … Incluo-os sempre nos meus projetos, no sentido de lhes mostrar o que estou a fazer. Gostaria de voltar a trabalhar com eles, mas fazer aqueles sketches todos em massa, como fiz durante três anos, acho que não…”, explica.

‘Monomania’, um disco de 2013, foi o seu primeiro registo de estúdio, um trabalho feito com produção independente. O segundo foi agora editado e dá pelo nome ‘Problema Meu’. Foi este novo trabalho – outra produção independente – que a atriz e cantora apresentou na redação.

Falámos com ela sobre os concertos que fará em outubro em Lisboa, no Porto e em Faro, incluídos na tournée do novo disco, sobre Portugal, sobre a música e sobre a vida, em geral. Por ali ficaríamos, numa conversa interminável, não fosse a agenda da atriz e o relógio a ditar as horas…

Como tudo começou?

A música foi o motivo por que me chamaram para o ‘Porta dos Fundos’. Começou tudo quando fiz uma curta-metragem, ‘Laços’, para um concurso que ganhámos no YouTube. Foi o filme mais visto na Internet e ganhou o primeiro lugar no concurso mundial de curtas-metragens realizado pela Google, o ‘Project Direct’, promovido pelo YouTube. Era um concurso internacional e ganhámos! A banda sonora tinha de ser totalmente original, porque ia passar no Festival de Cinema de Sundance e, portanto, não podia ter direitos de autor. Foi então que decidi inventar uma música, em inglês, porque era um concurso internacional…

Com quem fez este projeto?

A minha mãe escreve, e portanto ela escreveu a curta. Eu e um amigo meu produzimos e representámos, e eu fiz a música. Eu ainda não sentia que era um projeto, não sentia que fosse o meu futuro, era algo que não me movia… Depois, comecei a escrever em português e pensei: ‘Hum, isto sim, é algo que quero fazer!” Comecei a apaixonar-me pela língua portuguesa, por mexer com as palavras, fazer as frases, contar as histórias…

É um trabalho mais difícil em português?

Por um lado, ter o domínio total da língua é uma delícia! Por outro, o inglês tem uma fluência muito maior. O português – e especialmente o português do Brasil – é uma língua que tem as sílabas muito acentuadas. Por isso, é mais difícil. Ao mesmo tempo, é um bom desafio, eu gosto! Parece que as músicas em inglês fluem mais, tornam-se mais melódicas… O português é um pouco mais difícil de colocar na métrica, mas eu gosto desse desafio!

“Cresci numa família muito engraçada, que gostava muito de fazer piadas, ao jantar era piadas o tempo todo!”

Como foi, depois, a criação do primeiro disco?

Comecei a gostar de escrever em português e adorei! Fui fazendo sempre mais e melhor, e a colocar os meus vídeos na Internet. Depois, percebi que era algo que podia fazer para o futuro, foi algo que deu supercerto! Hoje em dia, tenho cinco milhões de visualizações! Quando o ‘Porta dos Fundos’ ainda estava a formar elenco, chamaram-se para uma reunião – ainda era ‘a namorada do Gregório’, na altura – e disseram-me: “Queremos que faças parte do projeto.” Eu disse: “Mas só me viram cantar…” Eles responderam: “Sim, mas queremos apostar em ti e arriscar!” Aceitei o desafio e fui-me aprimorando! Dei o meu melhor e fui tentando melhorar, cada vez mais, porque o elenco era muito bom, as pessoas tinham imenso talento. Como era um volume muito grande de sketches, funcionou como uma escola incrível.

Fez algum curso de representação?

Eu já tinha uma certa experiência, já tinha atuado na curta-metragem e já tinha feito uma novela das oito, mas não em comédia. Então, fui aprendendo muito com eles, e descobri que esta é a área de que mais gosto!

É mais desafiante do que a telenovela?

Achei a novela muito desafiante, mas não gostei de fazer, acho que não o faria de novo.

“Uma das coisas mais divertidas no ‘Porta’ era precisamente como nós improvisávamos, como inventávamos coisas para fazermos o outro rir. Na novela, não dá, é tudo muito sério….”

De que é que não gostou?

Primeiro, a minha personagem era muito dramática, muito pesada… Prefiro fazer coisas mais misturadas, que tenham drama, OK, mas que sejam misturadas com outra coisa… Drama puro e duro, tenho dificuldade em fazer. Depois, a novela é algo muito rápido, que dá pouco espaço para improvisar. Uma das coisas mais divertidas no ‘Porta’ era precisamente como nós improvisávamos, como inventávamos coisas para fazermos o outro rir. Na novela, não dá, é tudo muito sério…. Foram nove meses assim, sem improviso. A novela foi ótima, deu supercerto, foi aclamada pelo público, mas não gostei do projeto em si. Na comédia, há um desafio grande, porque há um objetivo muito claro: fazer rir.

É preciso ter capacidade para improvisar e fazer rir?

Sim, claro. Eu cresci numa família muito engraçada, que gostava muito de fazer piadas, ao jantar era piadas o tempo todo! Aliás, não sei como nunca pensei em fazer algo relacionado com a comédia, porque foi algo de que sempre gostei, sempre fui palhaça… A nível profissional, nunca me ocorreu, fui sempre fazendo outras coisas. No ‘Porta’, foi como se me tivesse encontrado comigo própria, foi muito bom!

Como correu o primeiro disco?

Já tinha as músicas prontas e já as tinha colocado na Internet, e então pensei: ‘Já tenho músicas para um disco.’ Cheguei a enviá-las para algumas produtoras, que me respondiam: ‘Não está pronto, está muito cru.’ Fiquei um bocado agoniada [risos], até que resolvi pegar no meu dinheiro e arriscar. Na época, a mãe do Gregório, a Olivia Byington, também gostava muito das músicas e disse-me que queria entrar comigo no projeto. Por isso, começámos a produzir o álbum de forma independente.

“Adoro Portugal! Já tinha adorado, quando vim da primeira vez, e estou a adorar de novo!”

Como surgiu o segundo disco?

Comecei a viajar muito com o primeiro, passei um ano assim, em tournée, em função do primeiro disco. Eu vou-me apaixonando pelos projetos… Quando o primeiro disco saiu, não sabia se ia fazer outro, assim como agora não sei se vou fazer outro… [risos] Apaixonei-me por esse primeiro projeto e vivi-o intensamente. Depois, fui fazendo outras coisas. Quando me vinha alguma inspiração, ia escrevendo. Às tantas, tinha material para um segundo trabalho…

Foi uma produção independente, outra vez?

Sim, também foi com o meu dinheiro que o fiz, e com a minha distribuidora. É uma distribuidora independente, é tudo artesanal: são eles que fazem, que embalam, que enviam e fazem acordos com as lojas, etc.

Vem novamente a Portugal em outubro. Já conhecia Portugal?

Tinha vindo uma vez, em trabalho … Até agora, foi só em trabalho que vim. Amanhã é a ultima entrevista, e depois começo a diversão! [risos]

“O projeto ‘Porta dos Fundos’ é algo muito divertido… Já fiz algumas participações, depois de ter saído, e é algo que adoro fazer…”

O que está a achar do nosso país?

Adoro Portugal! Já tinha adorado, quando vim da primeira vez, e estou a adorar de novo! Além de ser um país lindo, pelo menos a parte que conheço, o centro de Lisboa é muito bonito. As pessoas são muito simpáticas, são muito engraçadas, muito carinhosas. Estou a gostar muito de Portugal!

Voltar à ‘Porta dos Fundos’ é um objetivo?

Acho que nos vamos encontrar mais para a frente, sim. Ficámos todos muito amigos, ficámos muito uma ‘galera’, como se diz no Brasil. Tudo o que eu faço, por exemplo, mando para eles verem, para ver o que acham… Se tenho um projeto, quero fazer com eles. O projeto ‘Porta dos Fundos’ é algo muito divertido… Já fiz algumas participações, depois de ter saído, e é algo que adoro fazer… Agora, não sei se voltaria a fazer aqueles sketches todos outra vez, porque foram três anos a fazer aquilo intensamente. São as pessoas mais incríveis com quem já trabalhei, ficámos como irmãos, uma família, mesmo!

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