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Covid-19 trouxe mais limpezas aos armários e maior preocupação em economizar

Relatório de Moda de Micolet mostra como o confinamento potenciou a moda em segunda mão.

Micolet.pt, o marketplace de moda em segunda mão, fez pela primeira vez um estudo sobre a Moda Circular em Portugal. Um estudo de mercado feito a mulheres com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos de todo o território português e com um grau de confiança de 95%.

Devido ao confinamento, a Micolet duplicou as suas recolhas de roupa, e atualmente recolhe 10.000 artigos por dia. Observando esta mudança tão repentina, foram incluídas questões sobre como as mulheres portuguesas passaram o confinamento.

No relatório de Moda Circular 2020 observa-se como o Covid-19 afetou o setor da moda em segunda mão, os hábitos de consumo e quais as alterações mais significativas. Mais de metade das mulheres portuguesas fizeram uma limpeza no seu armário este ano. O estudo revela que 54% das mulheres fizeram uma limpeza no armário durante o confinamento.

É surpreendente descobrir como da roupa descartada nestas limpezas 40% foi doada, 33% foi oferecida a familiares e amigos, 16% reciclada e 4% vendida em plataformas de venda de roupa em segunda mão.

É notável ainda a consciencialização atual pela sustentabilidade. As consumidoras procuram opções mais sustentáveis antes de deitar fora a roupa que já não usam. Para além disso, 5% das mulheres compraram em segunda mão durante o confinamento.

O armário português é ainda dominado pela fast fashion

Analisando o tipo de roupa que as portuguesas têm nos seus armários verifica-se que a fast fashion continua a crescer. Cerca de 67% dos artigos da Micolet são de marcas fast fashion (versão high-street e low cost).

60% das mulheres que compram fast fashion planeiam aumentar o seu consumo neste segmento. É importante destacar que a roupa em segunda mão já representa 3% do guarda-roupa das portuguesas. 56% das mulheres afirma que as suas compras em segunda mão são motivadas pelos preços baixos e a necessidade de economizar. Podemos verificar que a crise provocada pelo Covid-19 está a afetar os hábitos de consumo.

Armário cheio e nada para vestir

33% das mulheres admite ter roupa sem estrear no seu armário. Ainda que exista um excesso de roupa, 61% das mulheres sente que ainda não tem nada para vestir. Apesar da necessidade em poupar já mencionada, 20% das mulheres admite comprar por impulso, aumentando assim a quantidade de roupa acumulada no armário.

O futuro da moda em segunda mão é promissor

39% das mulheres já compra em segunda mão. A geração dos millennials é a que mais compra em segunda mão, com 54% das compradoras. É curioso que 3% das mulheres que ainda não compraram em segunda mão é porque não sabem onde fazê-lo.

As principais motivações para comprar em segunda mão estão em ordem de importância: Economizar, sustentabilidade e a possibilidade de encontrar artigos exclusivos.

60% das mulheres assume que a sua perceção sobre a moda em segunda mão melhorou nos últimos 5 anos. Por outro lado, 74% das mulheres estão dispostas a vender a sua roupa nos próximos anos.

Estes resultados reforçam a ideia de que é possível instaurar a moda circular como forma habitual de consumo. Tal opção ajudaria a aliviar os efeitos que a fast fashion tem no meio ambiente. A Micolet garante economizar atualmente 60.000 peças todos os meses, o equivalente a 204.876.180 litros de água (mais de um milhão de banhos) e 397.200kg de CO2.

Micolet é um marketplace de origem espanhola de compra e venda de roupas em segunda mão, que já conta com mais de 1 milhão de usuários. Todos os dias recebe 10.000 peças no seu armazém para serem examinadas, publicadas e vendidas em 6 países: Espanha, França, Portugal, Itália, Alemanha e Reino Unido.

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