[wlm_register_Passatempos]
Siga-nos
Topo

‘Cuba Libre’: Beatriz Godinho conta-nos quem era Annie Silva Pais

Baseada na história biográfica da vida de Annie Silva Pais, filha única do diretor da polícia política portuguesa (PIDE), “Cuba Libre” estreia amanhã, dia 21 de setembro, na RTP 1

Dotada de uma notável beleza e sensualidade, mas também possuidora de um enorme espírito de rebeldia, Annie é uma mulher em busca de liberdade e de sua verdadeira identidade.

Em 1965, aos 30 anos, casada com um diplomata suíço e a morar em Havana, ela abandona o marido e a família para se entregar à revolução cubana, enquanto se apaixona secretamente por Che Guevara.

Realizada e escrita por Henrique Oliveira, a protagonista é interpretada por Beatriz Godinho. A LuxWoman falou com a atriz. 

Beatriz Godinho interpreta Annie

Beatriz Godinho interpreta Annie Silva Pais

Quem é  Annie Silva Pais?

A biografia da Annie Silva Pais parece-me extraordinária. Filha do último diretor da PIDE que aos 30 anos decidiu abandonar a família e o marido para se juntar à revolução cubana, perseguindo a paixão que nutria pela figura de Che Guevara.

Como esta série se centra na história de vida desta mulher portuguesa, temos a oportunidade de a acompanhar ao longo de momentos de paixão e desilusão, momentos de perda e luto, momentos de solidão e comunhão, momentos de renascimento e esperança renovada.

Sinto uma grande responsabilidade e felicidade também de poder ser um veículo para a disseminação desta história ainda tão pouco conhecida. Mas prefiro deixar que cada um se relacione com ela à sua maneira. Não nego que desejo secretamente que as pessoas se consigam relacionar com esta história e esta personagem de alguma forma, mas não ouso mais do que isso.

Como é que foi interpretar esta mulher?

A história de vida da Annie Silva Pais apaixonou-me desde o primeiro momento de tão intensa, complexa e curiosa que é. Uma história, ainda hoje, muito pouco conhecida. É por isso impossível não referir o maravilhoso trabalho de investigação dos jornalistas José Pedro Castanheira e Valdemar Cruz, autores do livro A Filha Rebelde, do qual partiu todo o meu prazeroso e desafiante estudo para esta personagem. Não menos importante foi a cumplicidade entre todo o elenco e equipa durante a rodagem deste projeto, que constantemente ambicionavam fazer o seu melhor. É uma grande responsabilidade retratar a vida desta mulher tão apaixonante, e um grande prazer também, mas acima de tudo acredito no trabalho de equipa, na troca de ideias e opiniões, na procura de caminhos possíveis em conjunto. E isto foi o que mais me marcou em toda esta experiência tão avassaladora pela qual guardo tanto carinho.

"Cuba Libre" estreia amanhã na RTP 1

“Cuba Libre” estreia amanhã na RTP 1

Qual foi o seu primeiro contacto com o projeto? E o que sentiu quando soube que iria interpretar a protagonista? 

O primeiro contacto que tive com o projeto foi através do processo de casting. Foi um casting longo em 3 línguas diferentes, seguido de mais uma segunda fase de casting e, por fim, uma conversa com o realizador, Henrique Oliveira.

Saber que, efetivamente, iria ter a oportunidade de interpretar a Annie Silva Pais foi um turbilhão de emoções entre um entusiasmo feliz e um sentido de responsabilidade crescente, turbilhão que aproveitei logo como embalo para começar a trabalhar no projeto.

Foi difícil criar uma relação com a personagem?

Sendo honesta, não diria que foi difícil porque senti logo à priori que percebia muitos dos motores que moviam esta personagem instintivamente. Mas foi desafiante conhecer mais profunda e estruturadamente uma pessoa que aparentemente parece um poço de contradições mas que na realidade, apercebi-me entretanto, se tratava de uma mulher que carregava dentro de si muitas verdades ao mesmo tempo. Não é contraditória mas complexa e ágil no pensamento, nos sentimentos, decisões e ações que toma. Este foi o caminho que me pareceu mais justo para a personagem. Trata-se de uma história baseada em factos verídicos, e eu tentei manter-me fiel a toda a informação que tinha disponível mas ao mesmo tempo existem sempre espaços em branco a serem preenchidos. E talvez essa tenha sido essa a tarefa mais desafiante, encontrar um equilíbrio justo entre episódios factuais da vida da Annie e as minhas propostas pessoais.

O que é que considera ter sido mais desafiante?

Acompanhar uma personagem durante um arco de ação tão grande é sempre um desafio, então quando se trata de uma história tão rica e complexa como a de Annie Silva Pais, mais ainda. Perceber as diferentes fases de vida ao longo de mais de 30 anos, a forma como as relações que estabelece com quem a rodeia também se alteram ao longo desse período e crescer com ela no tempo certo, à medida do que ela vai aprendendo a partir das experiências que vai passando foi, de facto, um desafio avassalador para mim. É uma mulher carregada de paixão que vive muito intensamente no presente e que por isso obrigava a uma atenção constante no seu desenvolvimento nunca linear. No entanto, não posso esconder o fascínio e entusiasmo que este tipo de desafios despertam em mim.

Assista ao trailer aqui

Assista ao trailer aqui

Este é um papel muito diferente daqueles que já fez? 

Todos os projectos e personagens são diferentes e eu esforço-me por criar universos diferentes e específicos para cada desafio que me é apresentado. Talvez, neste caso, o facto desta série ser baseada em factos verídicos tenha alterado um pouco o meu processo de trabalho e algumas decisões que tomei para a personagem. A dimensão da responsabilidade talvez tenha sido mais evidente também, por se tratar de um protagonista, no entanto, tendo a apreciar e mergulhar o máximo que consigo em cada projeto.

Que peso tem este papel na sua vida? 

Dediquei tanto tempo a tentar conhecer e perceber esta mulher que não sei bem o que destacar desta viagem. Admito que tenho um fascínio desde a infância por mulheres com uma personalidade forte e procurava esses exemplos à minha volta constantemente. Acho que a jovem Beatriz gostava de ter conhecido esta história: uma mulher forte que não perde a sua feminilidade; uma mulher independente e com opiniões próprias que vive as suas paixões intensamente, uma mulher que ousou construir a vida que queria viver. A Annie Silva Pais viveu uma vida que me comove e inspira muito na sua globalidade.

Veja mais em Cinema

PUB