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Cynthia Nixon: “o que fizemos pela Miranda foi tirá-la de todas as zonas de conforto”

Carrie, Miranda e Charlotte voltaram à HBO Max no mês passado. A segunda temporada da série And Just Like That…chegou no dia 22 de junho à plataforma de streaming com dois episódios, sendo que os restantes nove saem semanalmente às quintas-feiras. Neste novo capítulo, que promete vários comebacks, as três amigas voltam a ter de lidar com problemas na amizade, na família e, até, na cidade de Nova Iorque, que já não é a mesma.

A representar Miranda Hobbes, Cynthia Nixon revela detalhes da sua personagem, bem como da segunda temporada da sequela de “O Sexo e a Cidade”.

Com o arranque da segunda temporada, onde está Miranda agora?

Quando vimos a Miranda no final da primeira temporada, ela tinha pintado o cabelo de vermelho, e tinha desistido do seu estágio muito procurado e difícil de conseguir, a favor do amor, a favor de seguir Che até Los Angeles. É aí que a apanhamos – com o seu cabelo ruivo e o seu novo estilo de vida californiano. Ela está num estado de euforia, diria eu.

Como é que foi voltar ao cabelo ruivo?

Foi engraçado porque as pessoas, às vezes, reconhecem-me na rua mas, depois de pintar o meu cabelo de ruivo, era como se toda a gente me reconhecesse! Mas uma coisa querida em que não tinha pensado: o meu filho mais novo tem 12 anos e é ruivo. E ele nunca me conheceu como ruiva. A minha mulher tem cabelo ruivo. Os nossos outros filhos já saíram de casa, por isso fomos esta pequena família ruiva durante sete ou oito meses, o que foi muito divertido.

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Sentiu-se tentada a ficar com ele?

Dá tanto trabalho. Não se pensaria que teria tanta manutenção, mas tem!

Qual foi a sensação de estar fora de Nova Iorque como Miranda?

O que fizemos pela Miranda foi tirá-la de todas as zonas de conforto. Ser uma advogada, ser casada, ser estudante, ser nova-iorquina, até ser a pessoa dominante numa relação. Agora, está a sair com alguém que é famoso e que se move e agita, e a Miranda nunca teve isso. A Califórnia é parte integrante porque é ostensivamente um sítio muito descontraído: comida saudável e ecologia… não são as coisas da Miranda.

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Como é que ela está a lidar com essa mudança?

Ela esteve a dormir durante muito tempo. E acordou. E está muito grata por ter acordado. Ela era casada com um homem que gostava muito que a vida deles fosse completamente previsível e completamente doméstica. Tudo era confortável, e nada era novo. E ela tentou durante muito tempo aceitar isso porque não o queria magoar. Por isso, ela não consegue acreditar na sorte que teve por, de facto, não estar presa. Ela podia abrir a porta e sair. Então agora a vida está a atirar-lhe todas estas coisas que ela não sabe ou talvez não seja tão boa. E isso é ótimo! Porque dizem sempre que, se quisermos manter o cérebro ativo à medida que envelhecemos, devemos aprender uma língua estrangeira, mesmo que isso seja muito difícil. Ou, se fores destro, tenta usar exclusivamente a mão esquerda. Tentar andar para trás. Todas estas coisas que não parecem ótimas porque não as fazemos bem são, na verdade, as coisas que abrem os caminhos no cérebro, e é isso que mantém a sua perspicácia. Manter-se atento e descobrir coisas novas é muito importante para a Miranda.

Sente que aprendeu alguma coisa com ela?

Sim, sem dúvida. Comecei a interpretá-la quando tinha 31 anos. Ela tem muita confiança, mas é um pouco construída na areia. Mas a sua bravura ensinou-me a ser um pouco mais ousada e franca.

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O que é que acha que o programa e estas personagens têm de especial para as pessoas?

É uma série de coisas. A escrita é muito boa, essa é a primeira. Também é bonito de se ver, em termos de roupas, iluminação e tudo isso. Mas também acho que, na série original, era sobre como se podia ser uma mulher solteira na casa dos 30 anos e não estar desesperada para casar. E isso era algo que estava a acontecer em toda a América, mas a televisão ainda não o tinha apanhado. Os programas de televisão que realmente se destacam mostram algo que está a acontecer no terreno, mas a cultura ainda não se apercebeu. A cultura ainda estava a contar a velha narrativa. Mas estas mulheres tinham carreiras, pagavam as suas próprias contas, estavam interessadas em sexo, homens e romance, mas nos seus próprios termos. Isso fez explodir a ideia da divisão entre virgem e prostituta, certo? Ou se é uma boa rapariga ou se faz muito sexo; não as duas coisas. São raparigas muito simpáticas e, sim, fazem muito sexo. E não são demasiado tímidas para falar sobre isso, francamente. Não havia um espetáculo sobre um grupo de mulheres que eram amigas e que estavam no centro de tudo. E agora, com o novo espetáculo, não há realmente um espetáculo como este: sobre um grupo diversificado de mulheres, na sua maioria na casa dos 50 anos, a viver a vida. E o título é realmente instrutivo. Um dos principais temas da nova série é a rapidez com que as coisas podem mudar, num instante, quando menos se espera. Uma pessoa importante morre e é horrível e, de repente, ficamos viúvas e perdemos a nossa alma gémea. Ou as coisas mudam para melhor: um dia deixas o teu emprego de advogado e dizes: “Quero fazer parte da solução, não do problema. E não sei o que virá a seguir, mas sei que estou farto dessa vida antiga”.

Tem algum momento preferido da Miranda?

Oh meu Deus. A Miranda a comer take-away do lixo era tão fantástica. E o ataque de pânico da na segunda temporada de “O Sexo e a Cidade”. Porque ela é tão forte e tão realizada e impressionante. E estava a dar o grande passo de comprar um apartamento sozinha, e sentia-se óptima com isso, mas também teve um ataque de pânico: o que é que isto significa? Será que isto significa que vou estar sempre sozinha? Será que vou viver sempre sozinha e morrer sozinha? E também as discussões! A discussão da Miranda com a Carrie por causa do Petrovsky. Ou a discussão da Miranda com a Charlotte por esta ter decidido deixar o emprego e tentar engravidar. A Miranda ficou tão desiludida. Adoro estas coisas, porque se trata mesmo de apoiarmo-nos e amarmo-nos mutuamente, mas, por vezes, isso significa ter uma discussão e ficarem mesmo zangadas umas com a outras durante algum tempo.

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Consegue ver outra temporada de And Just Like That…?

Claro que sim. Há algumas coisas importantes que acontecem durante toda a segunda temporada, mas particularmente no final. Espero muito que haja uma terceira porque grande parte da primeira temporada foi ocupada com a introdução de todas estas novas personagens, e descobrir como toda a gente se ia relacionar entre si e estar neste mundo. E sinto que, com a segunda temporada, começámos a trabalhar a sério. Estamos a encontrar o nosso caminho, por isso uma terceira temporada seria muito bom.

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