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De ‘Gossip Girl’ para a web

A designer portuguesa Ana Romero abre loja online.

Lembra-se de ‘Gossip Girl’, a série de televisão que, pela primeira vez, pôs todos os olhos sobre a forma como as vidas dos adolescentes podiam ser escrutinadas através dos smartphones? Na mão de uma das personagens principais, Serena van der Woodsen, estava um telemóvel com uma capa hipnotizante e cheia de cor. A designer portuguesa Ana Romero era a responsável pela criação, chamada Butterfly Wings, cujas vendas dispararam.

Ana começou por criar e vender padrões para lojas como Anthropologie e Macy’s, que os aplicavam nos seus produtos. Em 2012, criou a sua própria marca, Ana Romero Collection, e apresentou-a em Nova Iorque. Foi também nesse ano que foi abordada pelo responsável dos adereços da série norte-americana.

Na semana passada, concretizou o sonho de abrir a sua própria loja online, na qual se pode encontrar desde almofadas a capas de telemóveis, passando por produtos em pele, lenços e cadernos de seda, e impressões em acrílico. Em 2014, a criadora sediou a sua empresa em Portugal, e os portes das compras realizadas no País são grátis.

De futuro, Ana pretende que este espaço online seja também uma plataforma para publicar editoriais e colaborações com outros criadores. Falámos com a designer, que nos falou mais sobre a sua marca e o que conseguiu atingir.

O desejo de ter uma loja online era algo que já existia no ano passado. Gostaria também de ter uma loja física?

Gostaria muito! O comércio online é fantástico para alcançar públicos de todo o mundo, mas tem as suas limitações. O cliente não pode tocar nem apreciar os pormenores do produto. Como invisto muito na qualidade e tento criar objetos especiais, sinto que falta essa parte. Gostaria muito de ter uma concept store, à semelhança de lojas como a Colette, em Paris, ou a 10 Corso Como, em Milão.

Quando começou, vendia os seus padrões a marcas que tinham depois exclusividade de direitos sobre eles. Com a nova loja, vai ter peças à venda tanto no seu site como em outros locais?

Comecei por vender os meus desenhos para outras marcas, mas nem sempre me revia no produto final. Uma vez que vendia os direitos do desenho, perdia qualquer controlo sobre o seu destino. A marca é vendida principalmente em pequenas boutiques de luxo e grandes armazéns, como o Barney’s, em Nova Iorque. A loja online permite-nos chegar diretamente ao cliente, testar novos produtos e explorar a parte criativa da marca através de editoriais e colaborações com outros designers e marcas. A clutch Ombré vendeu-se na Anthropologie, mas esgotou.

No início da sua carreira, viu uma personagem de uma série de televisão muito popular usar as suas criações. Hoje, quem gostaria de ver com uma peça sua?

Não tenho ninguém em mente, gosto de me surpreender! Fico sempre em êxtase quando alguém usa as minhas peças. Acho que é normal, ser designer é um trabalho muito visceral.

Pretende manter a capa Butterfly Wings, usada pela personagem da série, disponível para venda?

Temos alguns exemplares disponíveis. Se continuar a haver procura, claro que sim!

De onde lhe surgem as ideias para desenhar os padrões? Como é o seu processo criativo?

Não é muito linear. Normalmente, pego numa imagem, ou numa textura, e há todo um processo de desconstrução e reconstrução da imagem que é muito intuitivo. O meu trabalho é muito digital, trabalho principalmente no Photoshop. Passo de artista a designer quando seleciono os desenhos para as coleções, faço o tratamento das cores e a conceção do produto propriamente dita. A cor é o aspeto fundamental, aquele a que dedico mais tempo. Muitos desenhos não chegam a ver a luz do dia. Para fazer parte da coleção, um desenho tem de ser especial, diferente e apelativo. Tem de ter o chamado ‘fator X’, que é difícil precisar.

Qual será a relação da marca com Nova Iorque, agora que sediou a empresa em Portugal?

A presença de “Lisboa – New York” no logotipo é uma homenagem às duas cidades: a cidade onde nasci e cresci e a cidade onde lancei a marca. Nova Iorque foi muito marcante no meu percurso, ainda que só lá tenha vivido durante três anos. Foi marcante tanto a nível pessoal como profissional, e deu-me muitas oportunidades extraordinárias. Continuo a ir lá pelo menos uma vez por ano, e continuo a ter lá os meus principais clientes. Quis também equiparar as duas cidades, visto que não é habitual ver as duas associadas.

Fotos: Ana Romero Collection © Maria Rita. Styling: João Pombeiro.

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