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Dior e Raf Simons

Dior, Chanel e Yves Saint Laurent são os três primeiros nomes que me vêm à cabeça quando penso em casas de moda de luxo francesas. Sobre as duas últimas, já o cinema se havia pronunciado: em 2009, estrearam os filmes ‘Coco Avant Chanel’ e ‘Coco Chanel e Igor Stravinsky’, e em 2014, ‘Yves Saint Laurent’ e ‘Saint Laurent’. Faltava, pois, um filme sobre a maison Dior. E eis que chega, sob o formato de documentário, intitulado ‘Dior e Eu’.

O filme, que estreou em abril do ano passado no Tribeca Film Festival, em Nova Iorque, foi realizado por Frédéric Tcheng. Não é a primeira vez que o realizador francês se debruça sobre a indústria da moda e a transpõe para o cinema. Tcheng, que já nos apresentou filmes como ‘Valetino: The Last Emperor’ (2008) e ‘Diana Vreeland: The Eye Has to Travel’ (2011), mostra estar à vontade neste campo, e este seu mais recente trabalho comprova-o.

‘Dior e Eu’ retrata a chegada de Raf Simons à Dior e o desenrolar da criação da primeira coleção do designer belga para a casa francesa. Simons chega num momento decisivo, um ano após o escândalo que envolveu o anterior diretor criativo da Dior, John Galliano. Entre março de 2011 e abril de 2012, a marca esteve sob a alçada de Bill Gaytten, designer da equipa interna da casa que assumiu as rédeas das coleções durante 13 meses.

Durante esse tempo, a Dior foi alvo de críticas e, sobretudo, de muita especulação. As coleções desenhadas por Gaytten não estavam a ser bem recebidas pelo público, que continuamente se questionava sobre o sucessor de Galliano. Quem iria, afinal, ficar à frente de uma das mais icónicas marcas de luxo francesas?

A resposta foi anunciada por Sidney Toledano, CEO da Christian Dior, perante toda a equipa de designers, artesãos e estilistas da casa. É desta forma que o filme começa, com Raf Simons, um dos reis incontestáveis do vestuário masculino, a ficar encarregue das futuras coleções femininas da Dior.

O filme, que constitui uma via de acesso privilegiado ao interior da casa francesa, acompanha as oito semanas desgastantes que Simons teve para concluir a sua coleção de estreia: uma coleção de Alta Costura, campo nunca antes explorado pelo designer belga. A seu lado surge Pieter Mulier, o braço direito de Raf.

Da conceção ao desfile, o filme nada esconde. Em ‘Dior e Eu’, ficamos a conhecer as inspirações que movem o trabalho de Simons, os seus processos criativos e ambiciosos e os traços mais marcantes da sua personalidade, ora frágil, a fazer lembrar uma criança, ora intransigente.

Mas desengane-se se pensa que este é um filme centrado na figura de Raf. Igualmente importante é o papel das costureiras do atelier da Dior. Elas que vêm sair e entrar os diretores criativos que já passaram pela casa francesa, elas que têm de se adaptar às diferentes visões de cada designer, elas que costuram tudo à mão, como manda a boa tradição da Alta Costura, elas que trabalham incansavelmente dia e noite para cumprir prazos e datas, elas que são, também, a alma da maison Dior.

‘Dior e Eu’ é um retrato íntimo, transparente e sem filtros, de um grupo notável de pessoas dedicadas e cativantes que tentam honrar, da melhor forma que conseguem, o legado de Christian Dior. E só por isto o filme já vale a pena ser visto. Porque é verdadeiro. A pressão que Raf sente é real, assim como as suas lágrimas. O trabalho daquelas costureiras não é encenado. Momentos de tensão e de afogo, de alegria e júbilo, estão todos lá.

Mais do que um documentário sobre a casa Dior, sobre o seu fundador ou sobre Raf Simons, ‘Dior e Eu’ é um filme contemporâneo sobre a indústria da moda, aquela que tanta curiosidade desperta e sobre a qual ainda tão pouco se sabe.

O filme estreará em simultâneo nas salas de cinema, em DVD e nos videoclubes dos canais de TV a 10 de setembro.

Imagem de destaque: Raf Simons.

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