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DJ Ketarina, a música como poder de união entre as pessoas

É um dos novos nomes da música eletrónica nacional. Ketarina deixa fluir a sua energia e ultrapassa todos os limites do género musical, numa realidade sónica experimental com uma aura sonora única, de frequências techno. Nasceu e vive em Lisboa e a música sempre esteve presente na sua vida. É licenciada em Marketing, tem um curso de vídeo e fez um estágio num canal de televisão, além de várias incursões no mundo corporativo antes de, incentivada por amigos, se aventurar e revelar como DJ. Para a DJ Ketarina, a música é uma plataforma poderosa para unir pessoas, independentemente das suas identidades ou origens. Desafiar outras mulheres a entrar no universo da música eletrónica é um dos seus objetivos. É na sua página de instagram, em @Ketarinaaa, que divulga onde a pode encontrar.

—–Créditos—

Fotografia Inês Costa Monteiro

Produção e Styling Diogo Raposo Pires  

Make-up e cabelos Natanael Tito 

Agradecimentos Ruby Rosa

Como surgiu a atividade de DJ na sua vida?

Sempre ouvi muita música, em casa, e de estilos muito diversos. Na adolescência comecei a apreciar géneros musicais mais alternativos, a relacionar-me com artistas e a interessar-me pela arte de misturar músicas. Foi nessa altura que comecei a ter, também, uma maior consciência social, que influenciou os meus gostos musicais, direcionando-me para estilos musicais que promovem a consciencialização e a intervenção social. Foi assim que surgiu a música techno, na minha vida. O entusiasmo e o apoio dos meus amigos foram o impulso adicional que faltava – foram eles que me encorajaram a partilhar esta paixão antiga com um público mais vasto.

Que objetivos tem traçados para o seu projeto musical?

Pretendo ter mais experiências musicais envolventes, aumentar a proximidade às pessoas que me ouvem, manter as questões sociais na agenda e desenvolver colaborações com outros artistas. Talvez, também, envolver-me mais com o lado da produção. Desde cedo, passei muito tempo em estúdio, com amigos, algo que fortaleceu a minha ligação com a música eletrónica, não apenas na pista.

Quero continuar a explorar novas sonoridades para enriquecer o meu percurso musical, sem esquecer os valores que me movem. Há que promover, cada vez mais, ambientes inclusivos dentro (e fora) da cena musical. A presença de mulheres na música eletrónica tem sido uma forma de desafiar os estereótipos de género. Se conseguir inspirar outras mulheres a entrar neste universo, atingi um dos meus objetivos!

Quais são as suas influências musicais?

 Como referi, sempre ouvi muita música, em casa. Estive exposta a uma gama eclética de sons, ao longo dos anos. Destaco a influência do hip hop e do trap mas, em simultâneo, acompanhei sempre a cena eletrónica, desde o drum and bass a genres mais experimentais. Mas foi o techno que acabou por moldar mais a minha abordagem como DJ e que continua a inspirar a minha expressão musical, até hoje. Os coletivos como Spiral Tribe, Wax Treatment e Heretik Soundsystem sempre foram uma influência para mim por preservarem os seus valores fundamentais ao longo do tempo.

Como descreve o seu projeto musical? 

Durante o meu percurso, estabeleci uma conexão estreita com a cultura rave e techno e o meu projeto musical tem o objetivo de partilhar as minhas experiências e perspetivas neste contexto.

Um DJ destaca-se pela sua seleção musical, pela técnica, pela capacidade de entender e interagir com o seu público e com a sala. Alguns artistas usam a sua plataforma para promover causas como justiça social, igualdade, diversidade e outras questões estruturantes. O meu projeto considera, também, todos estes vetores.

O que é que quer trazer de novo ao panorama do DJing nacional e o que a distingue de outros projetos?

Procuro introduzir texturas e elementos sonoros que permitam uma experiência diferenciadora. Propositadamente, não estou a fazer o caminho mais óbvio. Sou teimosa e procuro criar a minha própria assinatura sonora. Gosto de experimentar géneros e de incluir influências musicais, pontualmente, em contra a corrente. Deixo aqui uma palavra de agradecimento aos colegas e aos promotores que têm acreditado em mim e no meu trabalho, apesar da minha persistência em defender uma identidade sonora mais experimental.

O que diria ser mais difícil da área do Djing? Como é que lê o público? É difícil entregar aquilo que o seu público espera de si?

Preciso lidar com a pressão de me apresentar ao vivo, preciso compreender a sala em tempo real, ler rapidamente a pista e manter a atmosfera desejada. As minhas preferências musicais estão, muitas vezes, alinhadas com as do público presente. Normalmente, as pessoas sabem ao que vêm. Se isso não acontece, é necessário  perceber em que local/evento estou e encontrar o equilíbrio delicado entre as preferências da pista e as minhas próprias escolhas. Já aconteceu ter de incluir, gradualmente, músicas mais experimentais para que a sala se identifique com uma abordagem musical diferenciada. Se o DJ conseguir encontrar pontos de convergência, conquista a pista.

Quais diria serem as características ideais para ser um bom DJ?

Um bom DJ deve possuir uma combinação de skills técnicos, conhecimento musical, sensibilidade para ler a pista de dança, comunicação com a sala, empatia, flexibilidade, criatividade, originalidade, curiosidade, resiliência, presença e, acima de tudo, uma enorme paixão por música. Estas características combinadas permitem uma experiência única e inesquecível na pista de dança.

Quais são os seus projetos para breve?

Para 2024 tenho agendados vários eventos, em Portugal, mas gostava de ter também uma experiência internacional. Acredito que poderá acontecer em breve.

Onde é que a podemos encontrar e assistir aos seus shows?

Nos últimos tempos tive a possibilidade de tocar em locais fantásticos – Neopop, Brunch Electronik Lisboa, Ministerium Club, Kremlin e Temple Club. Tive o privilégio de atuar ao lado de artistas como Nina Kraviz, Hyperaktivist, Daria Kolosova, Lewis Fautzi e Temudo. Na página de instagram @ketarinaaa divulgo a minha agenda.

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