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Dolce far niente

Novo artigo de opinião da Profª Teresa Damásio, administradora do Grupo Ensinus

Os famosos T.P.C. – trabalhos para casa – têm ocupado desde sempre as mochilas dos nossos filhos e os portfólios dos nossos professores.

A partir do 25 de abril de 74 que o Sistema Educativo tem tido diferentes reformas, desde a avaliação de conhecimentos, com o consequente surgimento e posterior desaparecimento de exames, provas globais, provas nacionais, provas de aferição, testes intermédios à cadência dos mandatos dos sucessivos governos, à eterna discussão em torno dos Manuais Escolares, passando pelo grande debate em torno da introdução do Ensino Pré Escolar na Escolaridade Obrigatória e do respetivo alargamento até ao 12ºano. Transversalmente assistimos, sempre na qualidade de espetadores passivos, ao aceso debate à volta da avaliação dos professores e da progressão na carreira docente.

Enquanto aconteciam todas estas discussões, reformas e reorganizações, os nossos filhos continuavam a chegar a casa todos os dias carregados de trabalhos de casa.

Ao longo destas quase quatro décadas e meia já muito se discutiu acerca da bondade dos professores mandarem trabalhos para casa todos os dias.

Creio que atualmente é unânime o sentimento de que há muitas formas de consolidar as aprendizagens, essenciais ou não, sem ser através dos T.P.C.

A metodologia do trabalho por projeto permite que a criatividade do aluno seja o ponto de partida para a aquisição dos saberes, bem como permitir ao estudante a utilização do seu tempo de lazer e de repouso, ou se quisermos de dolce far niente, para aprender a gostar de ler e de assim poder ampliar o seu vocabulário, melhorar a escrita e potenciar a criação artística nas suas múltiplas vertentes.

Se centrarmos a vida da escola no aluno e em melhorar o seu potencial, encontrando as ferramentas para o empoderar, estaremos com isso a contribuir para melhorar a sua auto estima, assim como os resultados escolares.

Conseguiremos ter estudantes felizes e motivados para irem para a escola!

Se flexibilizarmos o currículo e dermos mais autonomia aos professores e aos órgãos diretivos estaremos a desafiar todos os membros da comunidade educativa a definirem entre si o caminho que melhor serve o respetivo grupo! Sem dúvida que se alterarmos as metodologias em que assenta o ensino em Portugal estaremos a contribuir para termos alunos mais felizes.

Se o dolce far niente é uma causa ou uma consequência só fazendo a experiência é que saberemos!

Sem introduzir a mudança nunca avançaremos e para fazer mais e melhor é sempre preciso alterar alguma coisa! Que tal começar por reduzir os T.P.C.?

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