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DPOC: Uma Doença Pulmonar que afeta milhões

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma doença respiratória que atinge milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar de ser pouco diagnosticada e ainda pouco conhecida, é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em todo o mundo. A sua prevalência está a aumentar nos países em desenvolvimento, sendo, atualmente a terceira causa de morte a nível mundial e a quinta em Portugal. A DPOC é responsável por 3.000.000 de mortes por ano.

Compreender esta doença é o primeiro passo para preveni-la e tratá-la.

A DPOC é uma doença respiratória crónica, prevenível e tratável, geralmente causada por inflamação e danos nos pulmões. As duas condições mais comuns que compõem a DPOC são a bronquite crónica, caracterizada por inflamação e produção excessiva de muco, e o enfisema, que danifica os alvéolos, as estruturas responsáveis pelas trocas gasosas nos pulmões.

A principal causa da DPOC é o tabagismo, mas não é a única. A exposição prolongada a poluentes ambientais, como fumo de madeira, poeiras e produtos químicos, também pode levar ao desenvolvimento desta doença. Além disso, fatores genéticos, como a deficiência de alfa-1 antitripsina, podem predispor algumas pessoas, mesmo que nunca tenham fumado.

Os sintomas da DPOC geralmente desenvolvem-se lenta e progressivamente e podem incluir:

  • Falta de ar, especialmente durante atividades físicas;
  • Fadiga (cansaço);
  • Tosse, muitas vezes acompanhada de expetoração (muco);
  • Pieira (chiadeira no peito);
  • Sensação de aperto no peito.

Esses sintomas habitualmente agravam com o tempo, especialmente se a doença não for tratada. Além do impacto físico, viver com esta doença devastadora pode, também, causar um efeito significativo na saúde mental, incluindo ansiedade, depressão e distúrbios do sono. Os doentes com DPOC podem ter eventos respiratórios agudos, caracterizados por agravamento dos sintomas, que se denominam exacerbações (crises).

O diagnóstico desta doença é feito por meio de uma avaliação clínica, exames clínicos e testes respiratórios, como a espirometria, que avalia a capacidade pulmonar e mede o fluxo de ar nas vias respiratórias e que é obrigatória para o diagnóstico da DPOC.

Após o diagnóstico, o correto tratamento é fundamental para melhoria dos sintomas e da qualidade de vida dos doentes e evição da progressão da doença. As principais abordagens no tratamento desta doença são:

  • Parar de fumar: É o passo mais importante para impedir a progressão da doença.
  • Medicações: Broncodilatadores (por via inalatória) e corticosteroides (por via inalatória ou oral) ajudam a aliviar os sintomas e reduzir as crises.
  • Reabilitação pulmonar: Programas que combinam atividade física, reabilitação pulmonar, nutrição e educação são eficazes para melhorar a capacidade física e mental.
  • Oxigenoterapia: em casos mais graves, o uso de oxigénio suplementar pode ser necessário.

A melhor maneira de prevenir a DPOC é evitar o tabagismo (se fuma e está motivado para deixar de fumar deve procurar ajuda médica) e reduzir a exposição a poluentes. Consultas médicas regulares, manutenção de atividade física e a vacinação contra gripe, COVID-19, pneumonia e outras vacinas específicas, também ajudam a prevenir complicações.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem melhorar significativamente a qualidade de vida dos doentes e reduzir o número de mortes.

Se tem sintomas respiratórios persistentes, procure ajuda médica. Respirar bem é viver melhor!


Artigo de Opinião de Maria Sucena

Pneumologista no Serviço de Pneumologia, Hospital de Santo António, Porto

Maria Sucena

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