Enjoos na gravidez afinal podem ser bom sinal

Afinal, é mesmo tudo por uma excelente causa. Os desagradáveis enjoos matinais na gravidez estão associados a um menor risco de aborto espontâneo. É esta a conclusão de um estudo norte-americano, divulgado por vários meios de comunicação, que refere que os vómitos e as náuseas podem mesmo ajudar a proteger o feto.

Entre 50% e 80% das grávidas descrevem sentir-se mal dispostas ou vomitar durante o primeiro trimestre, de acordo com o estudo, publicado no Jornal da Associação Médica Americana de Medicina Interna. Habitualmente designada ‘enjoo matinal’, esta condição pode afetar as grávidas em qualquer altura do dia e da noite.

Neste ensaio, que envolveu 797 mulheres, as náuseas e as náuseas com vómitos foram relacionadas com uma redução (de 50% e 75%) do risco de perda de gravidez.

As participantes, que antes tinham tido um ou dois abortos, registaram os sintomas de enjoos num diário e as gestações foram confirmadas por testes de urina.

Já em investigações anteriores tinha sido sugerido que vómitos e náuseas estão, de facto, associados a um risco mais baixo de aborto espontâneo.

Alguns especialistas acreditam que os enjoos podem estimular uma gravidez saudável, ao levar as mulheres à redução de consumo de comida, diminuindo, deste modo, o risco de exposição do feto a toxinas e os níveis de insulina a circular, encorajando o crescimento da placenta, avança o estudo, orientado por Enrique Schisterman, do Instituto Nacional dos Estados Unidos da América para a Saúde da Criança e o Desenvolvimento Humano.

De realçar que a presente investigação não esclarece de que forma os enjoos estão relacionados com um menor risco de aborto. Porém, foi destacado o seu contributo para o trabalho nesta área por ter métodos rigorosos de comparação entre mulheres que já tinham sofrido abortos antes e as que tinham levado as gestações até ao fim.