Saúl e Dóris Garcia são venezuelanos e escolheram Portugal para viver. Vieram pela oportunidade de uma vida melhor, mas, também, pelo espírito de acolhimento, fugindo do país de origem, fruto da instabilidade. EcoMassage foi o nome da empresa que criaram, um espaço dedicado ao bem-estar. Neste que é o mês em que celebramos o Dia de São Valentim, apresentamos-lhe um casal que escolheu Portugal para viver, um exemplo de superação no nosso país…
Exemplo inspirador de força e resiliência, Saúl e Dóris Garcia conseguiram transformar a sua paixão pelo bem-estar num negócio de sucesso em Portugal. Criado em 2018, o espaço EcoMassage conta, já, com dois espaços, um no coração de Lisboa e, outro, no Porto, e reflete uma história de vida inspiradora, nesta que é uma altura em que tanto se discute a emigração em Portugal.
Há quanto tempo chegaram a Portugal?
Chegámos a Portugal há oito anos, em 2016, com apenas duas malas de 23 quilos e 800 euros no bolso. Viemos em busca de novas oportunidades e, mal aterrámos, soubemos que era este o local onde queríamos – e iríamos – recomeçar a nossa vida. Hoje, olhando para trás, podemos dizer que foi, sem dúvida, uma decisão acertada.
Por que razão vieram para Portugal? Como aconteceu?
A instabilidade na Venezuela levou-nos a tomar a difícil decisão de deixarmos o nosso país, à procura de uma vida melhor. Na Venezuela, eu era contabilista e a Doris era médica. Sabíamos que começar do zero, num país onde não falávamos a língua e não conhecíamos ninguém, seria um grande desafio, mas Portugal recebeu-nos de braços abertos e tornou-se o nosso lar. Aqui, encontrámos um sítio onde pudemos demonstrar o nosso potencial, enquanto jovens qualificados e cheios de ambição. Em 2018, concretizámos o nosso sonho de fundar a EcoMassage, um espaço de bem-estar focado em promover saúde e qualidade de vida, através de uma ampla gama de experiências de massagens terapêuticas. Apesar dos desafios, conseguimos construir um negócio de sucesso, do qual estamos profundamente orgulhosos.
Que desafios encontraram ao início?
Acreditamos que os desafios que enfrentámos são comuns a muitos imigrantes. A adaptação a uma nova cultura, longe da família e dos amigos, foi uma das primeiras dificuldades. Apesar das semelhanças entre o por tuguês e o castelhano, a diferença de idioma exigiu um esforço adicional da
nossa parte para garantirmos uma comunicação clara no dia a dia. Encontrar um emprego adequado às nossas formações foi outro grande desafio. No início, aceitámos os trabalhos que surgiam, mesmo fora das nossas áreas – a Doris chegou a trabalhar numa churrasqueira, por exemplo –, porque sabíamos que precisávamos de garantir a nossa subsistência, mas, acima de tudo, sabíamos que cada experiência seria um passo em frente. Em 2018, decidimos arriscar. Durante uma semana, saía de casa e dizia à Doris que ia para o trabalho, mas, na realidade, andava à procura de um espaço para dar vida ao nosso projeto. Investimos todas as nossas poupanças e, se as coisas corressem mal, ficávamos com um espaço vazio, no coração de Lisboa, sem dinheiro e sem rumo. Felizmente, o esforço valeu a pena, e a EcoMassage tornou-se uma realidade.
O que acharam do nosso país, ao início?
