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Inês Gutierrez: Sofisticação e glamour

É apresentadora, atriz e influenciadora digital e há cerca de um ano é mãe, da Maria Luísa. Também é empreendedora e empresária. Em 2020, criou a sua própria marca de roupa, a Gutierrez Collection, e é, ainda, a mentora do projeto Ponto Gutierrez, um ponto de encontro de ideias, de experiências e de partilhas, que conta, já, com duas edições. Enquanto influenciadora digital, trabalha com inúmeras marcas e projetos, sendo embaixadora da Lancôme em Portugal. Foi, não só, sobre sonhos e conquistas que falámos com a apresentadora, como, também, sobre o equilíbrio entre os seus projetos pessoais e profissionais, o autocuidado e a maternidade.

Fotografia Pedro Sacadura assistido por Rodrigo Mothe

Produção e Styling Diogo Raposo Pires

Make Up e Cabelos Andreia Almeida

Agradecimentos O BOM O Mau e O Vilão

Ser mãe era um grande desejo?

Nunca foi um sonho de criança (sempre o vi como uma realidade muito distante) mas, à medida que fui crescendo e que a minha relação com o João também foi, naturalmente, evoluindo, esse desejo ganhou espaço na minha vida. A dada altura, quis ver a família crescer, a refletir-se em gerações futuras e passar pela experiência incomparável de ser mãe.

Com o nascimento da Maria Luísa chegou uma grande mudança de vida?

Quem tem filhos e diz que a vida não muda, não pode estar a dizer a verdade! Deixamos de ser o centro da nossa vida, sentimos uma grande necessidade de uma melhor gestão de tempo, de organização e de planeamento, temos dúvidas a respeito de tudo, as noites não são mais as mesmas, a cumplicidade entre o casal sobe de nível, o conceito de família muda por completo e o amor passa para um patamar arrebatador que desconhecia.

O que lhe trouxe a maternidade?

Transformou-me numa mulher mais confiante e forte, mais altruísta e tolerante, prática, muito carinhosa e com outro tipo de prioridades. Comecei a valorizar e a desvalorizar coisas diferentes, ganhei um instinto animalesco de proteção e conheci a forma mais bonita de um amor sem limites. Percebi que ser mãe nos pode transformar e fazer crescer, tanto… Sinto que sou melhor pessoa desde que fui mãe.

A nível de expectativas… Quais eram?

Esse foi o meu grande segredo, nunca criei muitas expectativas e estava muito curiosa para me ver neste papel de mãe. Senti que tinha um livro em branco e que o podia colorir da forma que queria. Ao mesmo tempo, totalmente perdida e desorientada porque não há um manual secreto de instruções. Com o tempo, percebi que a minha filha vinha com o seu próprio manual escondido, como todos os filhos, aquele que funciona apenas para cada um deles. Não existe a mãe perfeita, mas tenho a certeza que tento ser, todos os dias, a melhor mãe que sei ser.

A maternidade mostrou-lhe novas vertentes da Inês? Tem descoberto, em si, características que desconhecia?

Descobri que a presença e a atenção são o mais importante que podemos dar a alguém. Errar tornou-se, também, muito útil e natural. E percebi que não preciso de uma noite de sono bem dormida para conseguir estar bem no dia seguinte. O ser humano adapta-se e aprende com tudo. E o maior dos clichés da maternidade: tudo passa. Sempre me disseram “são fases, tudo passa” e confesso que era uma frase que não me dizia muito – e até me enervava um pouco no auge de cada crise existencial no primeiro mês de vida da Maria Luísa – mas, agora, passados 11 meses, comprovo que é a maior das verdades. Se não dorme bem uma semana, achamos que será assim para sempre e passamos noites a tentar entender o motivo; na semana seguinte percebemos que já passou… Se não quis comer como de costume, achamos que a alimentação vai ser um verdadeiro pesadelo e, passado uns tempos, voltamos a estar cheios de orgulho porque tudo está a correr bem. Isto, porque vamos nos conhecendo cada vez melhor e vamos percebendo, através de sinais, risos e choros, o que nos quer dizer a nossa filha. Até porque aquilo que funciona hoje, amanhã já é diferente. E é assim, através desta aprendizagem e comunicação, que vou estando cada vez mais em sintonia com o maior amor da minha vida.

Como se descreve enquanto mãe?

A minha mãe sempre me disse que eu ia ser uma mãe-leoa e acertou em cheio. Sou cúmplice, dedicada, companheira, intuitiva, protetora, afetuosa e divertida. Tornei-me capaz de enfrentar mais desafios do que alguma vez imaginei e descobri que não há nada mais puro do que uma relação entre mãe/pai e filha(o).

E as prioridades mudam?

Sim, especialmente quando surgem problemas. Nesses momentos, em específico, o que mais importa é o bem-estar da família. Ganhamos a coragem que não tínhamos e valorizamos o que está mesmo à nossa frente.

O que tem sido mais desafiante?

Ter filhos transforma as rotinas, as relações, a casa, as amizades, o trabalho, as noites e os dias. E, por isso, ainda estou a tentar perceber como é que consigo ser, no mesmo dia, uma boa mãe, uma boa namorada, uma boa amiga, uma boa profissional e, ainda, cuidar de mim, ir ao ginásio, alimentar-me bem e lutar pelos meus objetivos profissionais e pessoais. Talvez daqui a 30 anos ainda esteja à procura desta resposta…! Digamos que o dia começa e de repente: “ups, já são seis da tarde e não fiz metade daquilo que queria!” Estou a aprender a aceitar que, muitas vezes, dar o meu melhor corresponde apenas a 40% daquilo que idealizei. É importante perceber que não consigo controlar tudo, é preciso também deixar fluir, usufruir do processo, não exigir tanta produtividade…. e a saúde agradece.

Como estava a dizer mãe, mulher, profissional, amiga, filha, irmã… Como consegue conciliar tantos papéis numa só vida?

Com mais trabalho, regras, horários e força de vontade. Tudo isto, aliado a mais tolerância, proximidade, intimidade, comunicação e empatia

Apresentadora, atriz, tem a sua marca de moda, trabalha as suas redes digitais e recentemente avançou com um novo projeto, o @ponto_gutierrez. É muito importante, para si, ter disponibilidade e liberdade para se dedicar aos seus próprios projetos?

Sim, para mim é muito importante materializar os nossos sonhos, as nossas vontades e os nossos desejos. Todos os meus projetos são um bocadinho de mim e só com tempo, disponibilidade e dedicação é que conseguimos fazer coisas que impactam. As pessoas que me seguem têm-me dado bom feedback e isso vê-se nos lançamentos de novas coleções ou nos dias do evento do @ponto_gutierrez. Quanto entregamos carinho, recebemos carinho.

Quer falar-nos um pouco sobre o que é o @ponto_gutierrez e como surgiu a ideia?

O @ponto_gutierrez foi um projetor pensado por mim há algum tempo. Fiz um teste na minha própria festa de aniversário, onde convidei amigos e os desafiei a estarem presentes (física e mentalmente) em diferentes atividades. Queria ter um dia repleto de emoções e de partilha. Foi um sucesso e, então, juntamente com uma equipa de pessoas incríveis com as quais tive a sorte de trabalhar, desenvolvemos a 1° edição. Foi um dia memorável, inesquecível e arrebatador. Foi muito trabalhoso, mas tudo compensou.

Como percebemos que este dia fez sentido, tanto para os participantes – que estiveram a usufruir de várias experiências ao longo de um único dia -, como para os parceiros – que estiveram a apresentar os seus projetos e a ensinar as suas artes -, e recebemos muitas perguntas e pedidos sobre uma próxima edição, decidimos avançar com a 2° edição, que aconteceu no princípio do mês de Março. A essência do dia manteve-se, mas tivemos mais atividades a acontecer. A escolha foi uma das palavras de ordem, assim como na vida. Era impossível participar em tudo e foi necessário fazer escolhas, o que é bonito, porque cada pessoa construiu a sua história dentro deste dia. O Ponto Gutierrez é um ponto de encontro, de partilha, de sensações e atividades onde pessoas desconhecidas entre si, de várias faixas etárias e de diferentes pontos do país, se juntam para fazerem uma viagem pelos cinco sentidos e fazerem workshops nas mais diversas áreas. Uma panóplia de momentos que serão sempre diferentes ao longo dos próximos eventos.

Ou seja, foi um sucesso? Está contente com o resultado?

Muito, sem dúvida! Foi um sucesso. Este é um projeto ainda muito recente e estamos todos a aprender com cada dia, mas fico sempre de coração cheio depois de cada edição. O ambiente intimista, as partilhas e a conexão que é criada entre mim e os participantes, e entre os próprios participantes, é especial. Dou-me a conhecer e conheço várias pessoas, muitas delas que já seguem e acompanham o meu trabalho. Aprendemos e saímos todos – juntos – da nossa zona de conforto. A missão deste projeto está a ser bem cumprida.

Como surgiu a vontade de ter a sua própria marca de moda?

Quando comecei a trabalhar em televisão, percebi que aquilo que vestia ditava, em parte, muito daquilo que comunicava. Nessa fase, quis desafiar-me e lançar apenas uma primeira  coleção. Esgotámos numa semana e percebi que a que seria a suposta “única coleção”, tornar-se-ia na minha própria marca de roupa. Passados dois anos, temos várias coleções, todas com histórias diferentes, e que têm sido um sucesso. A Gutierrez Collection é o resultado de um bonito trabalho de equipa, de uma grande evolução e crescimento, com valores e missões muito fiéis àquilo em que acredito. Um dos meus objetivos é ajudar a criar confiança a qualquer tipo de pessoa que vista uma peça Gutierrez.

Tem vários projetos em mãos, mostra-se uma pessoa com muita energia, capacidade de trabalho e de arriscar. De onde vem essa determinação em querer fazer acontecer?

Boa pergunta… sempre fui assim! Lembro-me de, por exemplo, ser a primeira do meu grupo de amigos a trabalhar e estudar ao mesmo tempo, não por necessidade, mas por vontade, ainda muito nova. É tudo isso que me faz sentir feliz e realizada. No fundo, são características que me definem e a verdade é que, quando vimos que os resultados surgem com capacidade de trabalho, produtividade e alguma ousadia em arriscar, percebemos que essa é a fórmula a seguir.

Trabalha numa área em que a imagem é muito importante. É muito exigente com a sua imagem e consigo própria?

Sou. E gostava de ser menos. Aliás, gostava que todos caminhássemos mais nesse sentido, com base na aceitação e não no ideal de perfeição irreal com o qual somos bombardeados todos os dias. Por outro lado, são ossos do ofício, como se costuma dizer! Acabo por ser refém da área de trabalho que escolhi para a minha vida.

Depois de ser mãe, continua a colocar-se a si, em primeiro lugar, enquanto mulher e profissional?

Tento encontrar diariamente o equilíbrio entre o meu bem-estar, o da minha filha, o do João e o da família que estou a construir, nunca anulando aquilo que sou, quero e sinto. Tem que haver espaço para todos. Para mim, este é o segredo para que seja saudável e sustentável.

A exigência com a sua imagem mantêm-se? De que forma é importante para si cuidar-se, sentir-se bem consigo e com a sua imagem?

Manter-me bem, interior e exteriormente, é importante para mim e para todas as pessoas, pois só conseguimos aproveitar o nosso potencial quando estivermos alinhados e de bem connosco. A nossa imagem reflete o que somos e quero que a minha imagem acompanhe todo o trabalho que faço. Se não cuidarmos de nós, quem cuidará?

A sua rotina de beleza alterou-se muito depois de ser mãe?

Ouvi muitas vezes: “vais deixar de ter tempo para secar o cabelo e para pôr os teus cremes!” Não podiam estar mais enganados… Lembro-me bem de, na primeira semana de vida da Maria Luísa, depois de ter tomado um grande duche, estar na casa de banho a tratar de mim e da minha rotina de pele, com os meus produtos favoritos da Lancôme, e a pensar que, para mim, momentos como aquele tinham que ser obrigatórios. Por isso, e respondendo à pergunta, mantenho as minhas rotinas de beleza e cuido de mim diariamente. Algo que já fazia muito antes de ser mãe, e que faço de igual maneira depois de o ter sido.

Quais são os principais cuidados de beleza que tem?

Beber água, fazer o meu jejum de 16 horas, tentar não me deitar muito tarde, beber as minhas infusões diárias, tomar os meus suplementos naturais, desmaquilhar-me e limpar sempre bem a pele, cumprir a minha rotina de skincare com os produtos da Lancôme que resultam muito bem comigo, e sempre com protetor solar. Apanhar sol, ver o mar, fazer exercício físico e conversar também são, para mim, ferramentas poderosas de beleza.

Quem são as mulheres que mais a inspiram e porquê?

A minha mãe, pela sua inteligência e capacidade lógica e pragmática de resolver a vida, a minha avó, pela elegância, educação e ousadia, e a minha filha, pela inocência, determinação, curiosidade e alegria que tanto a caracteriza.

É este exemplo de mulher autoconfiante e determinada que pretende passar para sua filha?

Quero que ela veja a mãe tal como ela é, com momentos de determinação, de confiança e felicidade, e com tantos outros de medo, de insegurança e tristeza. Quero que ela veja a verdade.

Que outros valores quer passar para a Maria Luísa?

Ser mãe é proteger, dar afeto, segurança e cuidar, de forma inesgotável. É ensinar a gostar, a perdoar, a compreender, a partilhar, a ser tolerante. É mostrar que somos todos vulneráveis, que erramos e que aprendemos. É descobrir os limites deste mundo novo em conjunto. Quero conseguir dar-lhe a maior estrutura de autoconfiança para que sinta que tem as ferramentas necessárias para, mais tarde, de maneira autónoma e informada, consiga ser a sua melhor versão, a fazer o que quiser, com quem quiser. Quero muito passar-lhe também valores estruturantes de carácter; de honestidade, de verdade, de generosidade… valores fundamentais que façam dela uma pessoa boa, claro. Quanto a mim, estarei sempre aqui, para o bom e para o mau.

Voltar à apresentação está nos seus planos? E à representação?

A apresentação continua a fazer parte da minha vida. Amanhã, por exemplo, tenho um grande evento no Algarve que vou apresentar. Foi esta a área que estudei e é a área que quero continuar a seguir.

Quanto à apresentação em televisão, sou uma eterna apaixonada pela conhecida caixinha mágica, e tenho a certeza que o meu futuro passará por aqui. Quanto à representação, quero muito voltar. Há muitas pessoas que não sabem, mas também sou atriz de formação, tive algumas experiências em séries televisivas e fiz teatro durante vários anos. A verdade é que a última vez que estive com uma peça em cena já foi em 2015… depois, acabaram por surgir muitas oportunidades como apresentadora de televisão, e a representação ficou suspensa. Mas achava muito interessante, numa fase nova como a que estou a viver, voltar ao meu papel de atriz.

O que quer muito fazer acontecer em breve?

Gosto cada vez menos de planear o meu futuro. A vida perde a sua graça assim… Mas uma viagem a três para um destino com calor vai ser muito bem-vinda no próximo mês. Isso é certo!

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