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Inês Pires Tavares: “A minha personagem tem uma incidência pequenina, ela entra na série para criar uma tensão com outra”

A LuxWoman esteve à conversa com a atriz portuguesa Inês Pires Tavares sobre a sua participação na série “A Gentleman in Moscow”, que já está disponível na SkyShowtime.

Estreou no dia 18 de abril, na plataforma de streaming SkyShowtime, a série “A Gentleman in Moscow”.  Nesta adaptação do best-seller internacional de Amor Towles, acompanhamos o Conde Alexander Rostov (Ewan McGregor), que, no rescaldo da Revolução Russa, percebe que o seu passado dourado o coloca no lado errado da história. Livrando-se da execução imediata, é condenado por um tribunal soviético a ficar num quarto, no sótão do luxuoso Hotel Metropol, com a ameaça de ser executado se alguma vez sair de lá. À medida que os anos passam, e algumas das décadas mais tumultuosas da história russa se desenrolam do lado de fora das portas do hotel, a clausura de Rostov leva-o a explorar e aprofundar as suas próprias emoções. Enquanto constrói uma nova vida dentro das paredes do hotel, descobre o verdadeiro valor da amizade, da família e do amor.

Atriz Inês Pires Tavares. Créditos: Joanna Correia

Atriz Inês Pires Tavares. Créditos: Joanna Correia

Embora com uma breve participação, podemos ver Inês Pires Tavares no quinto episódio, “Uma Chegada”, onde dá vida a Mila Federova, uma jovem atriz. Este foi o primeiro trabalho internacional da atriz portuguesa, que contou à LuxWoman com mais detalhe como foi esta experiência.

Este foi o seu primeiro projeto internacional?

Sim, foi.

Como surgiu a oportunidade de participar na série?

Há 2 anos, participei no concurso Passaporte, uma iniciativa da Patrícia Vasconcelos que acontece todos os anos em Portugal. Basicamente, há um grupo de atores que é selecionado e tem a oportunidade de conhecer vários diretores de casting. A partir daí, comecei a trabalhar com a minha agente internacional, a Maya Hambro, e foi um bocado por aí. Comecei a fazer self-tapes e houve um dia em que recebi a notícia que tinha ficado com este papel.

Qual foi a sua reação quando recebeu essa notícia?

Não estava à espera. Desde a altura em que tinha feito o self-tape até ter a resposta, demorou ainda uns meses. Portanto, eu já nem estava a pensar nisso. Então, a minha primeira reação foi “O que é que se está a passar?!”. Sei que pulei, gritei um pouco e, depois, acalmei-me (risos). Foi muito bom. Fiquei muito feliz.

Inês Pires Tavares no quinto episódio a interpretar Mila Federova. Créditos: SkyShowtime

Inês Pires Tavares (ao fundo) no quinto episódio a interpretar Mila Federova. Créditos: SkyShowtime

Na série interpreta a personagem Mila Federova. Quem é esta jovem atriz?

A minha personagem tem uma incidência pequenina, ela entra na série para criar uma tensão com outra. A Mila é uma jovem atriz que está no centro das atenções na Rússia naquela altura. Ela tem muita ambição, gosta daquilo que faz, mas também é humilde e sabe que nem tudo vale para atingir o que quer. E nós depois podemos ver isso na cena que ela tem com outra personagem, onde se percebe que ela sabe que não pode prejudicar os outros para chegar onde quer e é honesta e pede desculpa. Apesar de querer muito chegar ao auge da sua carreira, não vai pisar os outros para lá chegar.

Foi este um papel diferente daqueles que tem vindo a fazer? O que foi mais difícil para si?

Foi bastante tranquilo. Eu tinha duas cenas, bastante simples, portanto não havia um grande enredo à volta da minha personagem. Por isso, não houve uma construção de personagem muito complexa. É diferente, claro, porque estamos a falar de um projeto que passa por várias décadas, nomeadamente os anos 30 e 40. Tem, também, uma realidade completamente diferente da minha. A série passasse na Rússia, a Mila é russa. O que fiz foi tentar enquadrar-me no contexto histórico daquela altura e tentar perceber um pouco como é que era. Portanto, foi diferente nesse sentido. E, também, porque era o projeto que era.

Ewan McGregor a interpretar Count Rostov. Créditos: Ben Blackall/Paramount+ With Showtime

Ewan McGregor a interpretar Count Rostov. Créditos: Ben Blackall/Paramount+ With Showtime

Sentiu mais pressão por ser um projeto internacional e o seu primeiro?

Eu tenho uma sensação peculiar com este projeto, porque a filmar estava super tranquila. Estranhamente calma, até. Os meus momentos de stress, curiosamente, aconteciam quando chegava ao hotel e o dia acabava. Ficava num estado de nervos…não sei. Acho que inconscientemente devia estar a pensar “Estou mesmo aqui?!”. Então, ficava nervosa e sem fome. Mas, assim que chegava ao estúdio e começava o dia, era tudo muito calmo. A equipa também era super simpática, nunca me fiz sentir pressão de alguma forma.

Créditos: Ben Blackall/Paramount+ With Showtime

Créditos: Ben Blackall/Paramount+ With Showtime

Como foi trabalhar ao lado de atores como Ewan McGregor e Mary Elizabeth Winstead ? Teve a oportunidade de falar com eles?

Sim, ainda tive a oportunidade de estar com muitos deles. Foi incrível. Primeiro há aquele choque. Com o Ewan McGregor, ele estava na mesma cena que eu embora não tenhamos contracenado diretamente, foi uma sensação incrível. Ele disse-me “Olá, prazer em conhecer-te” e eu tentei agir naturalmente (risos). Apesar de ter sido tudo muito rápido, ainda tive tempo para conversar com alguns deles e foi muito bom poder partilhar experiências das diferentes indústrias, de Portugal e do Reino Unido.

Que diferenças encontrou entre gravar em Portugal e no Reino Unido?

A maior diferença, a que está mais à vista, foi em termos de organização. Era tudo muito rápido e muito eficaz. Quando soube que tinha ficado com o papel, recebi uma mensagem no dia a seguir a perguntar se podia ir a Manchester experimentar roupa e fazer testes de caracterização. Foi tudo muito rápido e organizado. Não tive de me preocupar com nada. Em termos de rodagem, é tudo muito bem esquematizado e está tudo pensado ao minuto. Depois, também, os cenários. Neste caso, o lobby do hotel era gigante. Tudo é perfeito, desde arte, figuração, atores…dá mesmo para te sentires dentro da série. É muito fácil entrar no ambiente.

Inês Tavares, durante as filmagens, no camarim

Inês Pires Tavares a experimentar o figurino para a série

Que balanço faz desta experiência?

Foi incrível, porque já tinha esta vontade há muito tempo, de começar o meu percurso internacional. Este projeto trouxe-me alguma esperança e resiliência nesta profissão, que, às vezes, é um pouco difícil. Serviu, também, para conhecer uma nova realidade e perceber que se calhar é possível, e é, ter atores portugueses e europeu em projetos internacionais. No total, foi uma experiência super positiva.

Porque devemos ver “A Gentleman in Moscow”?

É uma história muito bonita, baseada num romance também muito bonito. Acho que as pessoas deveriam ver, não só porque a série parece estar com uma qualidade e atores incríveis, mas também porque temos atores portugueses e, portanto, temos que apoiar os nossos (risos). Acho que vão gostar.

Veja o trailer:

 

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