Nascidos e criados em Braga, estamos na casa dos 20. Um foi, até março de 2015, diretor de Marketing da Edigma (João Fernandes) e o outro é diretor de Operações da Ferro & Aço (Rui Ferreira). Fizemos as malas e despedimo-nos. Para viajar.
A decisão foi plantada nas nossas mentes um pouco por acaso. “Adoramos viajar, adoramos sair com os amigos, porque não fazemos uma viagem de três meses de mochila às costas?” Foi este o mote de que precisávamos para dar o passo final rumo à aventura das nossas vidas.
Claro que a consciencialização de que a viagem poderia ultrapassar o diletantismo de uma conversa de amigos não se deu de imediato. Primeiro, sonhámos sobre o que seria explorar o continente sul-americano durante um mês, e a ideia não soou a descabida, mas pareceu-nos que podíamos ir ainda mais longe.
Por volta do final de setembro, o Rui colocou a questão: “E se fôssemos para a Ásia? Mais exótica, mais barata, mais segura!” Há momentos em que a tua felicidade não pode esperar. A nossa não podia esperar.
Esta viagem é a resposta ao chamamento interior para deixar tudo para trás, não apenas para explorar o mundo, mas, principalmente, para nos testarmos e evoluirmos como seres multiculturais.
Mini Bio
Nome: Rui Ferreira
Idade: 25 anos
Naturalidade: Braga
Nome: João Fernandes
Idade: 26 anos
Naturalidade: Braga
Presença online: Blog | Facebook | Instagram
No nosso site encontra: Vídeos, fotos e textos sobre a viagem de três meses que fizemos pela Ásia (China, Vietname, Laos, Camboja, Tailândia, Myanmar, Nepal e Índia).
Rui Ferreira
Fotografia
A fotografia era um hobbie admirado mas não praticado. A partir da última viagem, que durou três meses, inaugurei a rubrica “foto do dia” e a paixão foi crescendo exponencialmente. Agora, olho para cada lugar de outra forma, muito mais atento aos pormenores e à envolvência. Quando já não pensava ser possível, o mundo tornou-se mais bonito, diferente e interessante. Admitindo que algumas fotografias dão mais trabalho do que outras, são aquelas tiradas de forma mais rápida, impreparada e imperfeita que mais adoro. Na verdade, a beleza da fotografia está no facto de conseguir paralisar determinados momentos, instantes, milésimos de segundo, que passaram e não voltam mais, mas ficam como que congelados quando o botão é premido.
Futebol
Sou um acérrimo fã de desporto em geral e estou sempre disponível para o praticar. No entanto, de todos, o futebol é aquele de que mais gosto. Jogo desde que tenho memória e foi graças a ele que conheci centenas de pessoas ao longo dos anos. É bom ganhar, é bom competir, mas são as amizades com várias das pessoas com quem me cruzei que dão ao futebol o especial valor e importância que lhe atribuo.
Ler
A minha professora de Português do Secundário teve um papel importantíssimo, como eu talvez não possa descrever, no meu gosto pela leitura. A influência positiva que acionou sobre mim fez-me tornar um ávido e sedento seguidor de tudo o que [José] Saramago produziu, ler clássicos como Camus, Hemingway ou Kafka, ou, ainda, invejar a complexidade mental de Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro. Quando leio, embarco numa viagem comigo e com o “Rui do futuro”, porque sei que, quando acabo a obra, o “eu do futuro” é melhor, mais crescido e ligeiramente diferente do que aquele que a iniciou.
Viver
Viajar, ler, viver noutros países ou conviver com os amigos faz-me entender que há realmente poucas coisas que importam na vida. Steve Jobs costumava dizer algo como: “Saber que vamos morrer é a melhor forma de evitarmos a armadilha de pensarmos que temos algo a perder. Já estamos nus.” Lembrarmo-nos com alguma frequência disto tira-nos uma enorme carga dos ombros para lidarmos com o dia a dia e torna a vida mais simples e feliz. Infelizmente, tenho a sensação de que apenas nos apercebemos do que realmente tem valor quando somos confrontados com a morte, seja de um familiar, de um amigo ou de um conhecido.
Amigos
Estar com os amigos é provavelmente o que mais gosto de fazer na vida. Ainda que tenha alguns bem parvos – sendo que suspeito que eles podem dizer pior relativamente a mim –, é com eles que gosto de passar o tempo. “Fazer nada” ou ter conversas metafísicas, beber um copo ou simplesmente ver um mau filme são planos sempre divertidos na presença deles.
Viajar
Viajar é olhar para as coisas de forma diferente. É ser curioso. É ser criança outra vez. A verdade é que, quando viajo, fico mais desperto, quase como se o carimbo no passaporte me munisse de um sexto sentido formado por uma lucidez acentuada. Esforço-me para tentar ser um “estrangeiro local” e adoro quando as pessoas me olham de forma indiscreta. Rio-me e contraponho com uma indagação semelhante ou pior.