Matias Damásio nasceu em Angola, no bairro da Lixeira em Benguela, e foi por lá que começou a cantar. Próprio de um bairro pobre, o cantor conta-nos que por lá existiam muitas “casas que vendiam bebidas alcoólicas e tinham uns gramofones que emitiam música”. Essa, fazia-se ouvir durante todo o dia e, Matias, sem televisão ou rádio em casa, foi quase obrigado a “ganhar o gosto pela música”.
Em Luanda, com 15 ou 16 anos, o cantor começou a aprender “guitarra e a escrever coisas da vida”. No entanto,embora tenha acontecido naturalmente, naquela altura ainda não olhava para a música como o seu futuro. O ponto de viragem, talvez tenha sido a participação no concurso “Gala Sexta-feira”, em 2003. “Eu acho que foi quando ganhei o concurso que despertei. Primeiro por ter ganho um carro e as dificuldades que vivia e ter ganho aquele prémio fizeram-me pensar, não só na profissão, como no caminho que eu poderia vir a percorrer”, explica-nos o cantor.
Da intervenção ao romance
Conhecido pelo grande público como um romântico e pelas músicas “Loucos” e “Como Antes” integrarem as playlists dos apaixonados, a verdade é que no início da sua carreira Matias escreveu músicas de intervenção sobre a Guerra Civil de Angola: “Naquela altura vivia-se um tempo de guerra em Angola e então ainda se falava muito sobre a paz e a instabilidade social. As músicas eram muito de intervenção, as minhas eram muito de intervenção. Ainda não era um cantor romântico”.
Mas como é que o músico se converteu ao romance? Em 2002, quando acabou a Guerra, Matias começou a interessar-se por músicas românticas e começou a escrever sobre as paixões típicas do jovem que era e, até, sobre os sentimentos que os amigos lhe contavam. Inspirado por grandes músicos, como Roberto Carlos, escreveu músicas como “Mboa Ana” – música sobre uma decepção amorosa.
“Também sentíamos que naquela altura as músicas de intervenção já não eram necessárias”, explica.
Catalogado como um cantor “romântico incurável”, Matias diz-nos ter encontrado o seu caminho e que adora escrever sobre as várias vertentes do amor. “Eu sinto que vou envelhecer a escrever canções de amor”.
Matias Damásio
Próximo álbum e próximas colaborações
Lançou o seu último álbum em 2018, “Augusta”, e em 2020 um EP, “Viver, Amar & Dançar”. Com muitas canções feitas e guardadas na gaveta, o cantor diz-nos estar com muita vontade de fazer um CD ou de, pelo menos, ir lançando algumas músicas. Diz, também, que janeiro ou fevereiro poderão ser os meses eleitos: “Eu sinto que janeiro ou fevereiro vão ser um momento de muitas e grandes canções. Não sei se será um EP, um CD ou se serão alguns singles, mas quero tirar algumas coisas da caixa”.
Pedro Abrunhosa, Rui Veloso e Marisa Liz são os artistas portugueses com quem Matias Damásio tem vontade de colaborar.
Concertos à porta
Com um repertório que passa por todas as fases do artistas, das antigas às mais recentes, e com convidados surpresa, Matias Damásio vai dar dois concertos em dezembro: no dia 10 atua na Super Bock Arena, no Porto; e no dia 16 atua no Campo Pequeno, em Lisboa.
Os bilhetes já se encontram à venda e podem ser adquiridos em matiasdamasiooficial.com.
