Mariana Capão Filipe e Frederica Quintas e Sousa sempre tiveram vontade de ter um negócio próprio, uma marca de roupa para mulheres, que aliasse “a elegância e feminilidade a pilares importantes para nós tais como a sustentabilidade e a ética no processo de produção”. A ALMA, que nasceu durante a pandemia, é o resultado dessa ambição.
ALMA
Lançada em maio de 2021, a primeira coleção (Capsule One) consistia em 12 peças que as fundadoras consideraram ser peças-chave no armário de uma mulher. No fundo, o conceito da ALMA Capsule Collections é mesmo esse: permitir que uma mulher possa criar o seu próprio “armário cápsula”, comprando apenas as peças com que mais se identifica e considera essenciais.
Por isso, nas coleções da marca, vamos encontrar peças intemporais, quer no design, quer na qualidade. E apesar de não se guiarem pelas tendências, revelam não querer fugir da cor, apostando numa paleta variada.
Após um ano do lançamento da marca, lançaram recentemente a Capsule Two com peças complementares às da primeira coleção – mais variedade de vestidos e calças e, ainda, blusas – que não tinham antes.
Com o objetivo de reduzir o desperdício e educar o consumidor a procurar opções sustentáveis, quebrando o ciclo do fast fashion, na ALMA todos os produtos são confecionados com materiais deadstock ou orgânicos, no norte de Portugal. Além disso, as etiquetas e embalagens são feitas a partir de materiais reciclados e recicláveis.
“Cada vez temos mais consciência das consequências da produção em massa e trabalhamos no sentido de diminuir o impacto negativo da moda no ambiente”.
Para adquirir os produtos, que variam entre os €65 e €160, pode ir até ao site, em almacapsule.com, ou até à Cale Lab– uma plataforma multimarcas que promove pequenas marcas portuguesas-, em calelab.com.
“Em breve, iremos passar a estar disponíveis em lojas físicas no Porto e em Lisboa”.
Por detrás de um grande projeto, estão duas grandes mulheres
Frederica Quintas e Sousa (à esquerda) e Mariana Capão Filipe (à direita)
Mariana Capão Filipe tem 26 anos, é licenciada em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa e tem um mestrado em Marketing Estratégico tirado na Imperial College em Londres. Em paralelo com a ALMA, trabalha desde 2018 na indústria do Retalho, tendo trabalhado como Buyer em Moda e estando, atualmente, a trabalhar na área da Publicidade em E-commerce de Retalho Alimentar.
Ser empreendedora sempre foi uma ambição, tendo estudado na área de comunicação e gestão. Conta-nos que a vontade de lançar este projeto em particular, “surgiu ao trabalhar na indústria do fast fashion e ter tido um contacto tão próximo com o desperdício que é gerado”.
“Tinha desde cedo uma grande vontade de lançar um negócio próprio e, após vários projetos de inovação no meu mestrado aliado a alguma experiência profissional, decidi que era o momento certo para tentar”
Frederica Quintas e Sousa, um ano mais nova, é formada em Arquitetura na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Trabalha como stylist e fotógrafa de moda freelancer desde 2017. Tendo, em 2020/21, estudado Styling na Modatex.
Sempre foi muito criativa e sempre gostou de criar e contar histórias a partir da imagem, quer em arquitetura, quer na área de direção criativa de moda, no entanto, nunca se imaginou a ser empreendedora. Não obstante, revelou-se a aliada perfeita para este projeto, devido às suas competências artísticas e profissionais.
“A Frederica surgiu como a sócia ideal por ter a experiência na parte criativa do mundo da moda, tendo estudado e trabalhado como stylist e fotógrafa freelancer”.
Ambas revelam ter sido um caminho difícil, pois, na altura, nenhuma tinha os conhecimentos necessários para acompanhar o desenvolvimento dos moldes e produção das peças. “Fomos aprendendo ao longo do caminho, procurando sempre a ajuda de pessoas mais experientes nesta área e temos vindo a aprender cada vez mais à medida que a marca vai crescendo.”
Por outro lado, destacam também que é um verdadeiro desafio lançar uma marca de roupa online num mercado que está cada vez mais saturado. “É uma dificuldade que temos tentado ultrapassar através da comunicação e criação de uma identidade própria.”
E o que é que o futuro reserva?
Para o futuro, contam-nos querer consolidar ainda mais a sustentabilidade da marca. “Isto é, apesar dos nossos materiais serem deadstock, gostávamos também de garantir que são materiais orgânicos ou de origem vegetal, algo que ainda não conseguimos atingir”.