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Na “estrada” com Celina da Piedade

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A sensação de certa estranheza só se desfez quando nos sentaram finalmente à mesa de um restaurante. Somos tão mediterrânicos nisso… Comemos uma bela mistura de comida húngara com italiana e suspirámos de alívio quando finalmente chegou o organizador do festival, Vasa, que havíamos conhecido numa feira de música no ano anterior, e que fala muito bem inglês. Pudemos então perceber como seriam os dias seguintes. Pareceu-nos tudo incrivelmente bem pensado, ao nível de acolhimento dos artistas. Hoje, confirmou-se. Toda a equipa está calmíssima e bem-disposta.

Ainda fomos a um bar onde reuniram todos os músicos que já tinham chegado. Um caldeirão de viajantes: Mahmoud Fadi, um percussionista egípcio que mora na Alemanha; Akash Batt, percussionista indiano que mora na Sérvia…

Apresentaram-nos logo ali a pálinka, uma espécie de aguardente fortíssima, feita com fruta (ameixas, pêssegos, maçãs, cerejas, o que houver). Provei, de acordo com o meu espírito sempre desportivo, mas perdi logo o jogo. Sou uma menina, a pálinka derrotou-me ao primeiro trago. Muito, demasiado forte. Obviamente, passaram o resto da noite a perguntar-me “Pálinka?”, e eu: “Nãaaaoo!” Hoje, já me voltaram a perguntar o mesmo algumas vezes, entre risotas!

E, então, o Babel Sound Festival, em Balatonlelle. A cidade é muito pequena e vive praticamente para o turismo de verão. A presença de turistas alemães é tão significativa que tudo está escrito nas duas línguas, húngaro e alemão. Em inglês, muito pouco. Estamos na época alta, e este lado do lago é perfeito para famílias com crianças, por ser pouco fundo. Portanto, gente não falta! Aliás, a praia onde acontece grande parte das atividades do festival é um autêntico parque de diversões, com trampolins, escorregas, baloiços e muita relva onde estender as mantas e montar as tendas de praia.

O festival tem aqui o seu “acampamento”, o Babel Sound Camp, três tendas onde decorrem as atividades diurnas. É aqui que hoje escrevo, à sombra de uma delas, depois de um banho no “mar húngaro”. Nada podia ser mais relaxante.

Passámos o dia por aqui, a ouvir música, a mergulhar e a provar as iguarias que vão saindo do caldeirão mesmo aqui ao lado. Pela primeira vez, participo num festival em que o diretor não passa os dias a stressar e a gritar ao telefone, mas a cozinhar numa tenda, tranquilamente, à frente de toda a gente, com uma pequena equipa a ajudá-lo (uma família de ciganas húngaras, exímias cozinheiras) e, se possível, com a colaboração dos presentes.

Esta é mesmo a essência do Babel Sound, um festival para desfrutar com toda a calma e com todos os sentidos. Também para experimentar. Cada dia é temático, na gastronomia e, em parte, também na música. Hoje, prova-se Marrocos: couscous, salada de tomate, carne de borrego com molho de coentros.

Ao início da tarde, preparámos o nosso som para o concerto. Aproveitei a espera para pedir emprestada a bicicleta do hotel e dar uma volta pela cidade, fácil de circular pelo terreno plano e pela fartura de zonas pedonais.

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