O NewsMuseum, em Sintra, inaugura a 25 de abril, data que assinala o seu primeiro aniversário, a exposição temporária ‘Macho Media’, uma experiência multimédia interativa que revisita os principais marcos e episódios mediáticos da luta contra o machismo e da emancipação feminina.
Esta mostra, que é também uma homenagem a Manuela de Azevedo, a primeira jornalista a obter a carteira profissional em Portugal, foi desenvolvida em parceria com a Capazes, uma plataforma que tem como propósito promover igualdade de género.
“O nosso objetivo, além de mostrar e enfatizar esta luta, é mostrar como as mulheres se emanciparam e conquistaram a visibilidade mediática”, explica a apresentadora e jornalista Rita Ferro Rodrigues, uma das fundadoras da Associação Feminista, à LuxWOMAN.
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Nesta exposição, com uma acentuada vertente de sensibilização, os conteúdos serão apresentados em plataformas multimédia interativas. Alguns deles serão exibidos num filme exposto em 200 graus, numa espécie de tablet de grandes dimensões que cobre as paredes do lounge do NewsMuseum.
Pelas restantes salas, os visitantes serão convidados a interagir com conteúdos adicionais, à medida que são também confrontados com dados e questões que desafiam estereótipos, e que avaliam, até, o seu próprio grau de machismo. “Ainda há muito a fazer, apesar de estarmos a caminhar na direção certa”, responde a apresentadora à pergunta “Afinal, quão machistas ainda somos?”, lançada pela mostra.
“Os conteúdos da exposição Macho Media, que contam com a nossa curadoria, desenvolvem-se a partir de momentos e marcos que simbolizam a luta pela emancipação feminina, criando narrativas para cada um deles”, explica Rita Ferro Rodrigues. “Os momentos de afirmação do corpo, de emancipação social, educacional e laboral são temas que se cruzam nesta viagem cronológica e imersiva”, acrescenta.
De entre episódios mediáticos da história da luta feminina pela emancipação e reconhecimento dos seus direitos fundamentais exibidos pela exposição, destaca-se a luta pelo direito de voto que, segundo a ‘Capaz’, “é um direito fundamental e que serve de base para os restantes”.
“Poucas pessoas saberão que Carolina Beatriz Ângelo foi a primeira mulher a votar em Portugal, em 1911, mas que foram precisos mais 63 anos para o voto se tornar universal, precisamente a partir do 25 de abril de 1974”, afirma Rodrigo Moita de Deus, diretor do NewsMuseum, em comunicado.
A porta-voz da Capazes salienta que “a luta das mulheres pela afirmação dos seus direitos e pela igualdade de género está na ordem do dia devido aos vários episódios a que temos assistido nos media”. “Cabe a todos nós recordar, partilhar e até louvar estórias e vitórias conseguidas do passado, que nos devem inspirar para as batalhas do presente”, afirma a jornalista, citada pelo site do museu.
Apelando ao exercício da “cidadania feminista”, Rita Ferro Rodrigues realça a importância de a sociedade estar alerta mas, mais do que isto, que seja capaz de “descodificar” a informação que lhes chega sobre o tema, para que depois consiga agir.
De acordo com a jornalista, para combater a desigualdade de género (também em termos salariais), é necessária a adoção de medidas, a curto, médio e longo prazo. “As mulheres acumulam pela sua natureza vários papéis constantes e permanentes no seu quotidiano. Ser mulher e mãe não pode ser sinónimo de incapacidade laboral. O mercado de trabalho e as orgânicas empresariais e institucionais têm de ser adaptadas às necessidades vigentes”, conclui.
A mostra temporária ‘Macho Media’ estará patente de 25 de abril (15h30) até ao final de 2017.