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O cancro do rim afeta mais homens do que mulheres

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o cancro do rim é o 14.º tipo de cancro mais comum em todo o mundo, tendo uma maior incidência junto da população masculina. Em Portugal foram contabilizados 1 191 novos casos e 524 mortes, o que representa cerca de 1,7% das mortes por cancro em Portugal.

Apesar dos números alarmantes, a localização dos rins permite que o crescimento do tumor passe despercebido, sem apresentar sintomas numa fase inicial. Mais de 50% dos carcinomas das células renais (CCRs) são identificados por forma incidental. Neste que é o mês dedicado à sensibilização para o cancro do rim, Francisco Peralta Branco, oncologista, alerta para a importância da prevenção. 

Francisco Peralta Branco, oncologista

Francisco Peralta Branco, oncologista

Há explicação para o número elevado de novos casos de cancro do rim?

Tem-se verificado um aumento do número de novos casos do cancro do rim, no entanto a razão para este aumento da incidência não se encontra completamente esclarecida e pensa-se que possa ser multifactorial.

Um dos principais fatores está relacionado com o envelhecimento. O risco de desenvolver cancro do rim aumenta com a idade e o seu diagnóstico é raro abaixo dos 40 anos. Existem inúmeros fatores de risco modificáveis associados ao estilo de vida, que podem contribuir para este aumento do número de casos, como obesidade, tabagismo, hipertensão arterial, diabetes e dieta rica em carnes processadas.

A exposição ocupacional a determinados químicos ou toxinas como cádmio, amianto e derivados de petróleo também estão associados ao desenvolvimento deste tipo de tumores.

Por fim, o aumento da incidência pode também estar relacionado com o desenvolvimento e generalização do uso de exames complementares de diagnóstico como a ecografia e a tomografia computorizada que aumentam a capacidade de deteção de tumores, em muitos casos de forma acidental, em pessoas sem sintomas.

Quais os sinais ou sintomas de alerta?

Numa fase inicial, a maioria dos cancros do rim não dão qualquer tipo de sintomas e apenas são detetados quando se faz algum exame complementar de imagem por outro motivo. Habitualmente os sinais ou sintomas surgem em fases avançadas da doença, quando o tumor atinge maiores dimensões ou invade outros órgãos. Existe uma tríade clássica de sinais associados ao cancro do rim: sangue na urina, dor dorsal lateralizada e massa palpável no abdómen. Mas muitos outros sintomas podem estar presentes, tais como: cansaço, febre, falta de apetite, emagrecimento, edema dos membros inferiores, aumento do volume abdominal, falta de ar ou dor óssea.

Porque é que há uma maior incidência junto da população masculina?

O cancro do rim tem uma incidência duas vezes maior nos homens. Apesar deste fenómeno não estar ainda bem esclarecido, pensa-se que possa estar relacionado com a maior incidência de tabagismo no sexo masculino e maior exposição ocupacional.

Em que momento é que uma pessoa deve realizar um rastreio?

O rastreio do cancro do rim não está preconizado, exceto em indivíduos com síndromes familiares conhecidos que aumentem a predisposição para esta doença, tais como o Síndrome de Von Hippel-Lindau.

Que medidas preventivas devem ser tomadas?

A adoção de estilos de vida saudáveis é sempre recomendada. Cessação tabágica, dieta pobre em carnes processadas e rica em legumes e verduras, exercício físico, e redução da exposição ambiental são fatores facilmente modificáveis e que podem prevenir a doença.

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