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O Festival Política arranca já esta quinta-feira

É já depois de amanhã, dia 21 de abril, que começa mais uma edição do Festival Política. No Cinema São Jorge, e com a Desinformação como tema central e a guerra na Europa como pano de fundo, este ano, o principal festival do país dedicado à cidadania e aos direitos humanos, com entrada gratuita e tradução para Língua Gestual Portuguesa, questiona a forma como “a desinformação pode pôr em causa a crença dos cidadãos nas instituições, como promove os populismos e as discriminações, e como pode afastar os cidadãos da participação na vida pública”, explica o co-director artístico Rui Oliveira Marques.

Neste âmbito, a abertura do Política, na quinta-feira, dia 21, às 17h30, dá-se com o debate “A desinformação entre duas comunidades: pessoas com deficiência e pessoas Surdas. Que mitos sociais têm de ser desconstruídos?”, para se discutir a falta de equidade no acesso à educação, cultura e vida em sociedade. Mais tarde, pelas 19h, tem lugar a conversa “27 de maio em Angola: desinformação, auto-censura e silêncios”, que junta o músico Chalo Correia e membros da Associação 27 de Maio, com moderação do jornalista e antropólogo André Soares.

Chalo Correia

Chalo Correia

O primeiro dia do festival termina com a projeção da longa-metragem de Jasmila Zbanic, “Quo Vadis, Aida?”, nomeada para o Óscar de Melhor Filme Internacional em 2021. Antes da sessão, na sala nobre do Cinema São Jorge, é feita a evocação do vencedor do Prémio Sakharov 2021: o ativista russo e principal opositor de Vladimir Putin, Alexei Navalny.

Para o dia 22 de abril, às 17h30, está prometido o debate “Como lidar com o crescimento da extrema-direita em Portugal?”. Com a curadoria da plataforma digital Setenta e Quatro, o foco desta mesa está em como as forças democráticas podem combater a desinformação, o discurso de ódio e esta (nova) extrema-direita no espaço político público.

Também na sexta-feira, o regresso presencial do Cara a Cara com os Deputados é um dos momentos mais aguardados do Festival Política. A partir das 18h15 e durante 5 minutos, os participantes inscritos conversam individualmente com um deputado representante de um partido eleito para a Assembleia da República sobre um tema, dúvida ou questão. Inês Sousa Real (PAN), Bernardo Blanco (IL), Alexandre Poço (PSD), Rui Tavares (Livre), Pedro Anastácio (PS), Joana Mortágua (BE) e Alma Rivera (PCP) compõem o painel de deputados. Para participar, é necessária inscrição prévia através do e-mail: participa.politica@gmail.com.

No cinema, durante este dia, destacam-se os documentários “My heart is there, my body is here”, de Pedro Cruz e João Doce, sobre a realidade dos refugiados em Portugal, e “A nossa bandeira jamais será vermelha”, de Pablo López Guelli, que aborda o papel dos jornalistas independentes na luta contra o embargo informativo imposto pelas famílias que dominam o sistema de informação no Brasil.

“My heart is there, my body is here”, de Pedro Cruz e João Doce

“My heart is there, my body is here”, de Pedro Cruz e João Doce

Ainda no grande ecrã, mas no sábado, dia 23, às 17h00, os filmes portugueses, “Bustagate”, de Welket Bungué, e “Alcindo”, de Miguel Dores, abordam dois casos trágicos e verídicos em que imperam o racismo, a violência e a desigualdade social em Portugal.

Às 18h, na sala Manoel de Oliveira, a não perder também a estreia o novo documentário de Tiago Pereira, “A música invisível”, que explora a riqueza e a influência da música cigana, numa viagem de norte a sul do país, acompanhada de um concerto do grupo Família Gitana.

Na mesma sala, às 21h30, sobe ao palco o humorista Hugo van der Ding com a estreia do espectáculo “A grande mentira”, sobre os mitos e enganos da nossa História.

Hugo van der Ding

Hugo van der Ding

A sessão maiores de 18 – Sexo no feminino, com as curtas-metragens “Tout le monde dit la chatte”, da realizadora francesa Clémentine Beaugrand, e “A arte do sexo”, do português Matheus Ribeiro Nogueira, é o remate para esta noite.

Para o último dia, 24 de abril, logo ao início da tarde, “O Teu Nome É”, de Paulo Patrício mostra um olhar sobre o caso de homicídio de Gisberta Salce Jr., confrontando diferentes perspectivas e dimensões da condição humana. De seguida, a curta “Ava Kuña, Aty Kuña; mulher indígena, mulher política”, de Julia Zulian, Fabiane Medina e Guilherme Sai, faz uma abordagem poética da resiliência política das mulheres indígenas brasileiras. Pouco depois, na Sessão Revolução e na véspera do 25 de abril, “Rua do Prior 41”, de Lorenzo d’Amico de Carvalho, acompanha a ocupação de uma casa nessa rua de Lisboa que, após a Revolução dos Cravos, se torna a sede da Associação Revolucionária de Amizade Portugal-Itália e traz centenas de jovens do mundo inteiro para verem o “país mais livre da Europa”.

“O Teu Nome É”, de Paulo Patrício

“O Teu Nome É”, de Paulo Patrício

O Festival Política encerra com “Negras” – uma conversa do colectivo Mulheres Negras Escurecidas, que vai reflectir sobre a percepção das mulheres negras na sociedade, e uma apresentação da música da artista luso-santomense Sílvia Barros, com a curadoria da revista online Bantumen.

Durante os 4 dias do Política, nos foyers do Cinema São Jorge, marcam presença as exposições “Quel Pedra”, da fotógrafa Pauliana Valente Pimentel, e “Reconstituição Portuguesa”, uma amostra ampliada do livro com o mesmo nome que simboliza um exercício de liberdade poética no ano em que se celebram 48 anos sobre o 25 de abril.

“Quel Pedra”, da fotógrafa Pauliana Valente Pimentel

“Quel Pedra”, da fotógrafa Pauliana Valente Pimentel

Os eventos do festival são de acesso gratuito e têm um compromisso com a inclusão – todas as sessões de cinema têm legendagem em português (incluindo os de língua portuguesa) e todas as atividades são acompanhadas por tradução em Língua Gestual Portuguesa. Em festivalpolitica.pt encontra-se a informação completa sobre a acessibilidade física do espaço.

Os bilhetes para cada dia são levantados apenas no próprio dia, na bilheteira do Cinema São Jorge, quinta e sexta-feira, das 13h até ao início da última sessão, e sábado e domingo, das 10h até ao início da última sessão.

Depois da edição em Lisboa, o Festival Política sobe para Braga, onde acontece de 5 a 7 de maio.

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