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O Festival Verão Azul volta ao Algarve com novos trabalhos de Pauliana Valente Pimentel, M̶i̶g̶u̶e̶l̶ Bonneville, ZA!, Sérgio Pelágio, entre muitos outros.

O Festival Verão Azul chega este ano à 10.ª edição e celebra uma década dedicada à descentralização e criação de arte contemporânea, e as suas variantes e cruzamentos.

De 4 e 20 de novembro, em Lagos, Loulé e Faro, o festival transdisciplinar de artes contemporâneas apresenta 29 surpreendentes propostas artísticas em áreas como fotografia, música, teatro, performance, cinema, entre outras, continuando a promover a forte criação e difusão de expressões artísticas e singularidades estéticas na região do Algarve.

Com direção artística da dupla de artistas Ana Borralho e João Galante e curadoria de Catarina Saraiva, a programação do Verão Azul centra-se em temas da contemporaneidade como o ambiente, os direitos humanos, a igualdade e a precariedade, através do que de mais experimental se faz na produção artística nacional, internacional e local.

A cada semana do evento, uma cidade algarvia será o centro do festival, com a missão de sensibilizar e de aproximar a comunidade às novas formas de arte. Com esse intuito, o programa aposta fortemente numa componente educativa, apresentando uma lista extensa de propostas para escolas e famílias.

Catarina Saraiva, curadora, diz: “este ano focamos a atenção no encontro, na possibilidade de que cada peça permita criar um espaço para que cada espectador possa encontrar o seu íntimo e a sua alegria. Nesta edição trabalhámos para conseguir chegar a alguma felicidade, àquela que nos permita ter consciência da importância de viver. E de percebermos como por vezes, explodir não é negativo”.

Produzido pela associação cultural casaBranca, o Verão Azul tem financiamento da DG Artes e Câmara Municipal de Lagos, contando com co-produção com o Teatro das Figuras de Faro e a Câmara Municipal de Loulé.

Num mundo em constante mudança a transdisciplinaridade das artes contemporâneas apela ao despertar para uma transformação.

Conheça o programa:

No arranque do festival, a dia 4 de novembro, “Faro Oeste”, a nova exposição da fotógrafa Pauliana Valente Pimentel, lança um olhar empático e intimista das comunidades ciganas locais, nomeadamente as das zonas de Faro, Loulé e Boliqueime. Esta nova coleção de fotografias vê o quotidiano destas famílias, realçando as suas tradições, com o intuito de combater preconceitos e estereótipos racistas e xenófobos de que são constantemente alvo. A mostra permanece em exibição até 19 de dezembro, no Museu Municipal de Faro.

"Faro Oeste", exposição da fotógrafa Pauliana Valente Pimentel

“Faro Oeste”, exposição da fotógrafa Pauliana Valente Pimentel

No Teatro das Figuras, o artista multidisciplinar M̶i̶g̶u̶e̶l̶ Bonneville, na performance “A Importância de Ser Alan Turing”, prossegue o projeto de uma série de espetáculos sobre as vidas e obras de artistas e pensadores cuja importância tem sido vital no seu percurso artístico. Neste trabalho, Bonneville toma como ponto de partida Alan Turing (1912-1954), o matemático, criptoanalista e cientista da computação de primeira geração.

Fruto do desafio feito pelo Verão Azul para três residências de criação, o coletivo de música catalão ZA! estreia “Cantos de Trabalho Impossíveis” – um concerto-fanfarra ou um espetáculo-percurso. Eduard Pou e Pau Rodríguez, atualizam o repertório tradicional das canções de trabalho algarvias centradas na agricultura e na pesca, que serão apresentadas numa caminhada, do hotel ao centro comercial, terminando no Teatro das Figuras, em Faro. O resultado é uma obra etno-musicológica feita através da experimentação e do humor, com a participação de cantores e improvisadores locais. Também em Faro.

O coletivo de música catalão ZA!

O coletivo de música catalão ZA!

Em Loulé, Tiago Gandra e de Daniel V. Melim, responsáveis pelo projeto Galeria de Arte Ambulante, estão ao volante do “Centro Cultural do Carro”, que é, simultaneamente, uma performance e uma exposição de artes plásticas. A partir de um velho Mercedes Benz, objeto automobilístico considerado em desuso, descobrem-se obras de arte nos seus mais ínfimos espaços interiores e exteriores. Uma galeria ambulante que junta peças pouco conhecidas de artistas consagrados às de artistas algarvios, para uma reflexão poética sobre o contexto de criação e a difícil relação da arte com o mercado. Os artistas promovem ainda duas actividades dedicadas ao público mais novo, em que este é convidado a transformar um carro num objeto de exposição.

Tiago Gandra e Daniel V. Melim, responsáveis pelo projeto Galeria de Arte Ambulante, vão estar ao volante do “Centro Cultural do Carro”

Tiago Gandra e Daniel V. Melim vão estar ao volante do “Centro Cultural do Carro”

No Centro Cultural de Lagos, em “Válvula”, o ilustrador António Jorge Gonçalves e o MC e activista Flávio Almada aka LBC Soldjah dirigem-se aos adolescentes, jovens e adultos com uma conferência-performance a partir da história do graffiti e do rap para nos transportar numa viagem com diversas perguntas que se cruzam com os direitos sociais e humanos. Ambos são ainda os condutores de masterclasses para jovens: António Jorge Gonçalves vai explicar o método e a dinâmica performativa do desenho digital em tempo real e Flávio Almada partilhar uma experiência exploratória e participativa no universo do hip-hop, por via do ritmo, de técnicas de escrita e da improvisação.


 

Com uma grande componente infanto-juvenil, o festival revela as “Histórias Magnéticas”, o projeto do guitarrista e compositor Sérgio Pelágio dedicado à composição de bandas sonoras para histórias infantis. Ao longo do Verão Azul o músico faz-se acompanhar da narração de Isabel Gaivão para apresentarem um conjunto de histórias para guitarra elétrica e voz, onde sobressaem temas como o ambiente, a democracia e os sonhos, seguido de uma oficina criativa para crianças.

A comunidade artística local também é chamada a intervir no Verão Azul. Através de uma convocatória a criadores que participaram no Programa de Formação Artística desenvolvido pelo festival em 2020, este ano a programação conta com Flávio Martins e José Jesus, com a performance sonora “Orelhas de Burro”, António Guerreiro e Carolina Cantinho, com o espectáculo de teatro e dança “Chama-se Amor, Amor”, e João Caiano e Martim Santos, com a peça de teatro “Ele Escreveu por 25 Tostões”.

António Guerreiro e Carolina Cantinho, com o espectáculo de teatro e dança “Chama-se Amor, Amor”

António Guerreiro e Carolina Cantinho, com o espectáculo de teatro e dança “Chama-se Amor, Amor”

Quem também mergulha no Verão Azul, de volta a Loulé, é o encenador brasileiro Alex Cassal, que traz “A Biblioteca do Fim do Mundo” – um espetáculo que recria a última noite antes do apocalipse, concebido para ser apresentado em bibliotecas, também com a participação da população local (uma ligação estabelecida durante a fase de criação no âmbito da residência artística Verão Azul).

Neste mar cristalino, somos ainda confrontados com o alerta à devastação e à alteração da paisagem portuguesa, no poema visual da realizadora italiana Luciana Fina. “Questo è il piano” é um filme que pretende provocar um debate urgente sobre o ambiente.

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