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O papel do CBD no alívio da dor crónica

A dor, segundo a Agência Internacional para o estudo da dor, define-se como uma experiência sensorial e emocional desagradável, que pode levar a um potencial dano dos tecidos. Existem dois tipos principais de dor: aguda e crónica. A diferença entre as duas reside no seu tempo de duração e na sua origem ou causa.

A dor aguda é causada, geralmente, por uma inflamação, cirurgia recente ou doença e é limitada no tempo, durando cerca de uma ou duas semanas. Já a dor crónica é quando os sintomas persistem de forma contínua ou recorrente, geralmente por mais de seis meses, e podem permanecer durante anos. Este tipo de dor pode estar associado a uma doença crónica, como é o caso da artrite e da fibromialgia, ou ser derivada de um quadro de lesão mal resolvida. A dor crónica tem um forte impacto negativo na qualidade de vida dos doentes e, além de ser uma causa significativa de incapacidade a nível mundial, os seus custos diretos e indiretos geram despesas na ordem dos triliões de euros por ano.

Os fármacos usualmente recomendados no tratamento da dor crónica são os antiinflamatórios e os opióides, que têm efeitos secundários graves, nomeadamente o facto de causarem dependência ao longo do tempo. Por isso mesmo, cada vez mais os doentes com dor crónica têm procurado soluções alternativas, que os possam ajudar a melhorar o seu estilo de vida, sendo exemplo disso os produtos à base de canabidiol (CBD). O CBD é um dos 140 canabinóides encontrados na planta Cannabis Sativa. Além de não ser tóxico, isto é, não provocar qualquer efeito que altere a consciência ou funções cognitivas, o CBD tem provado ser muito eficaz a ajudar várias funções do organismo, como a dor.

Um estudo de 2019 sobre CBD e dor crónica revelou que 94% das pessoas envolvidas sentiram melhorias significativas na sua qualidade de vida. Para quem sofre de dor crónica, estes resultados são bastante promissores, visto que podem significar uma alternativa aos fármacos tradicionalmente prescritos, não causando dependência e proporcionando a estes doentes uma melhor capacidade de executarem as tarefas do dia a dia. Além da redução da dor, o CBD também proporciona outros benefícios, como a melhoria da qualidade do sono, do humor, do metabolismo, do cuidado da pele e a sensação de bem-estar em geral.

A gama de produtos de CBD é bastante variada, havendo opções para todos os gostos, com diferentes tipos de utilização e diferentes tempos de ação, sem ser necessária receita médica. Desde os óleos para colocar debaixo da língua, cápsulas, infusões, passando pelos snacks como os brownies e as gomas e os cremes e bálsamos, as opções são imensas. No caso da redução da dor crónica, os óleos podem ser boa escolha, uma vez que são diretamente absorvidos pela corrente sanguínea. Já no caso de a dor ser localizada, os produtos tópicos podem ser melhores para um tratamento local, agindo exclusivamente nos recetores das células alvo onde são aplicados. O importante é escolher o formato que melhor se adequa a cada um, cumprindo sempre as doses recomendadas.

Em Portugal, estima-se que mais de 30% da população sofra de dor crónica, sendo as mulheres e os idosos os grupos mais afetados. Existem várias formas de dar resposta a este problema “invisível”, sendo sempre o mais importante que essa decisão seja informada e personalizada a cada caso. Todos os doentes são diferentes e podem apresentar constrangimentos distintos, que devem ser tidos em conta na hora da escolha do tratamento.

Artigo de Opinião de Dr. Borja Bandera

Médico especializado em Endocrinologia e Nutrição, Doutorado em Medicina, Investigador nas áreas do Metabolismo e Nutrição e Especialista da Naturecan

Dr Borja Bandera

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