Na verdade não é uma casa, mas um palacete. A casa Pau-Brasil inaugura este sábado, 22 de abril, no Palacete Castilho, no Príncipe Real, em Lisboa, onde outrora morava o indoor market Entre Tanto, para dar a conhecer um conjunto de prestigiadas marcas brasileiras, numa fusão de arte, moda e cultura.
No total são 17 as insígnias que conviverão no primeiro piso do palacete, num espaço de 500m2 que pretende transmitir a cultura brasileira através de negócios e produtos genuínos, cuidadosamente curados pela designer brasileira Marcela Brunken.
O projeto desta a high-end concept store é o concretizar de um sonho de Rui Gomes Araújo, empresário português, há muitos anos ligado ao Brasil, que sempre quis ter um espaço que juntasse o “Brasil diferente” que encontrou, “mais genuíno e autêntico”.
A casa Pau-Brasil materializou-se através da EastBanc Portugal, empresa de gestão imobiliária também responsável pela Embaixada, a ‘shopping gallery’ que existe na mesma rua, uns metros mais à frente, e que também este sábado abre ao público renovada.
“A casa tem uma contante conexão entre cosmética, moda ou design e a cultura brasileira”, explicou Rui Gomes Araújo durante a apresentação à imprensa. “Ali tanto podemos comprar um presente de €2, um sabonete da Granado, por exemplo, como gastar 120 mil numa poltrona”, adianta.
Bem-vindas à Pau-Brasil!
Assim que entramos no nº 42 da Rua D. Pedro V, saúdam-nos do teto uma série de tucanos amarelos feitos em tecido. A contrastar com as paredes verde-água do palacete, vive um pequeno showroom que junta algumas das peças que poderemos encontrar no piso de cima, como a Poltrona Mole do ‘pai do design brasileiro’, Sergio Rodrigues, ou as famosas raquetes de praia da Frescobol Carioca. Tudo isto assente num ‘mar’ de grãos de café que se espalha escadaria fora.
A instalação de boas-vindas é da autoria da arquiteta e designer Joana Astolfi, a primeira portuguesa a ser convidada a integrar a Fabrica (Centro de Pesquisa Criativa da Benetton) e a criativa responsável pela cenografia das montras da loja da Hermès em Lisboa.
Já no primeiro andar do Palacete Castilho, navegamos por várias salas que partilham uma visão comum: a de um Brasil brasileiro, virado para o mercado europeu e internacional.
O espaço mais imponente da Pau-Brasil está reservado ao design e chega, em parte, pela mão da QuartoSala Home Culture. Ali reúnem-se os nomes incontornáveis do design brasileiro como Sergio Rodrigues, considerado um dos maiores ícones do design brasileiro, Jader Almeida, um dos mais jovens e internacionais designers do Brasil, os consagrados Irmãos Campana, Paulo Mendes da Rocha e Flávio de Carvalho. Mas há mais: Hugo França e os seus troncos de árvore para sentar, Chicô Gouveia e os seus objetos de decoração cheios de simbolismo brasileiro e a Reboh e as suas chávenas inclinadas.
O sotaque pode ser brasileiro, mas também há portugalidade na génese de algumas marcas instaladas na Pau-Brasil, como é o caso da Granado, a Phebo e os Chocolate Q, considerados os melhores do Brasil, feitos a partir de cacau sem uso de aditivos.
A primeira, uma “farmácia tradicional”, foi em tempos fornecedora oficial da família real brasileira, conta com mais de 145 anos de história e foi fundada pelo português José António Coxito Granado. Na loja poderá encontrar desde sabonetes de cheiro com embalagens de coleção de perder a cabeça até produtos para corpo, cabelo, banho e maquilhagem, tanto da Granado como da Phebo, marca que integrou a empresa em 1994.
Este é o primeiro espaço da Granado em solo português, mas do conjunto de marcas presentes nesta nova high-end concept store do Príncipe Real, há algumas que já tinham chegado a Portugal antes, como Juliana Herc, que conta uma loja em Lisboa e outra no Porto ou Lenny Niemeyer, disponível em dois pontos de venda multimarca.
Além de chocolates gourmet, moda e perfumaria, há cultura na Pau-Brasil: música da editora Biscoito Fino, livros da Capivara Editora e estacionário irresistível de Nina Write.
Esta é uma casa que pretende “surpreender os próprios brasileiros”, ambiciona Rui Gomes Araújo. Do Brasil para o mundo, a partir de Portugal.
Detalhes:
Rua da Escola Politécnica, 42 – Lisboa
Aberta de 2ª a 6ª, das 12h às 20h. Sábado, das 10h às 20h. Domingo, das 12h às 18h.
