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… Paula Bollinger

Fotógrafa de moda e autora do blog ‘Entrecolheradas’.

O meu nome é Paula Bollinger, nasci no Rio de Janeiro, mas como saí com 5 anos do Brasil, considero-me uma filha do mundo com sangue brasileiro, coração espanhol, alma portuguesa e alegria peruana. Foram estes os países onde vivi durante a minha infância e adolescência.

Sou licenciada em Jornalismo, com pós-graduações em Telejornalismo e Ciências Políticas. Depois de trabalhar 12 anos em televisão, resolvi dar uma mudança radical na minha vida e tornei-me fotógrafa de moda, com especialidade em fotografia masculina. Achei que mergulhando nesta área poderia driblar a concorrência, e assim foi.

Continuo a fotografar com a mesma paixão de quando comecei, há sete anos. Há um ano e meio, uma outra paixão antiga reacendeu em mim e, desta vez, resolvi oficializá-la: é a gastronomia.

Quando terminei a minha licenciatura, fiz alguns módulos de Pastelaria na escola Le Cordon Bleu, no Brasil, mas deixei o diploma na gaveta, por causa do Jornalismo. No ano passado, numa madrugada fria, o meu marido, na brincadeira, pediu-me para lhe fazer um bolo, e eu disse que sim, sem pensar duas vezes. Ele pensou que eu estava na brincadeira, mas fui para a cozinha e três minutos depois voltei com um bolo de chocolate. É o tempo de fazer um bolo de caneca. Foi assim que tudo recomeçou. Fiz um curso de Pastelaria em Lisboa, para recuperar a confiança entre as colheres, ao mesmo tempo que ia divulgando algumas receitas nas redes sociais e em revistas. Há cinco meses, senti que era a hora certa de criar um blog – o ‘Entrecolheradas’ – e partilhar as minhas receitas.

Quem sou eu? A melhor maneira de me descrever é com o meu lema: “Viver mil vidas numa”. A minha vontade de conhecer, experimentar e olhar para tudo o que é bom nesta vida faz-me ser uma pessoa otimista, ambiciosa e segura de que vai tudo dar certo, nem que seja no final. Valorizo os momentos em família e com os amigos, mas tenho três grandes paixões que não troco por nada: o meu marido, que está no topo da lista (um grande amor só se vive uma vez), e o Jobim e a Carminho, os nossos bulldogs franceses, que enchem a casa de alegria e recebem o amor de um filho. Sou doida pelos três!

Mini Bio

Nome: Paula Bollinger


Idade: 38 anos

Naturalidade: Rio de Janeiro, Brasil


Presença online: Blog | Youtube | Site | Facebook | Facebook ‘Entrecolheradas’ | Instagram

No meu blog encontra: Colheradas doces e bem femininas. Há receitas gulosas, no estilo comfort food, e também saudáveis. O entrecolheradas.com é o meu “cantinho”, com fundo musical de Bossa Nova e passaporte por sabores e temperos portugueses e internacionais.

Jantaradas em casa

Apesar de considerar o brunch a minha refeição favorita, em casa amo receber amigos e família para jantaradas. Como o meu marido é um excelente cozinheiro, os jantares são verdadeiros banquetes. Pensamos em todos os pormenores com dias de antecedência. Se houver um prato que queremos fazer, mas que ainda não servimos a ninguém, fazemos um teste na véspera. No dia, há todo um ritual entre os dois, o que torna a preparação superdivertida, porque namorar entre tachos é o melhor dos temperos! As sobremesas e o amuse bouche ficam sempre por minha conta, os aperitivos e a entrada são responsabilidade dele. Revezamos o prato principal, umas vezes sou eu, outras ele. Os vinhos, escolhemos juntos. Há alguns meses, um casal amigo, que trabalha com vinhos – ela é enóloga – trouxe-nos uma prenda lindíssima, duas garrafas com os nossos apelidos e nomes, com o Jobim e a Carminho, os nossos bulldogs franceses, também incluídos. Um mimo!

Escrever

Comecei a escrever diários aos 12 anos, era uma excelente terapia. Desabafava os meus problemas de pré-adolescente mimada, amores e desamores, e até tinha um caderno de poemas. Tudo muito bonito até a minha mãe, anos depois, descobrir onde os escondia. Aquilo deu tanta bronca que resolvi parar de escrever e atirei tudo para o lixo. Há alguns anos, a minha mãe confidenciou-me que, apesar de ter lido partes a que não achou qualquer piada, recuperou-os da lixeira e guardou-os porque eram os meus sentimentos e não mereciam ter esse fim. Lindo, não é? Nem imaginam as tareias que levei na altura!

Voltei a escrever em 2012, dois anos após divorciar-me do meu primeiro marido. A escrita foi outra, senti que poderia ajudar muitas mulheres ao partilhar as aventuras e desventuras de uma mulher trintona e divorciada. Criei o blog A Vaidosa Costela de Adão, em que publicava crónicas com um cariz cómico e mensagens de otimismo. Parei de publicar há alguns meses, porque em breve irei lançar um livro com o mesmo nome. Também gosto de ler. Sou fã do escritor norte-americano Sidney Sheldon e da escritora brasileira Clarice Lispector.

Madrid

Tenho uma ligação muito forte a esta cidade. Vivi em Madrid durante 11 anos, infância e adolescência. Apaixonei-me pela capital espanhola quando cheguei, aos 7 anos. Já crescidinha, com 16, costumava passear sozinha durante horas pelo centro da cidade. Sabia que a partir das 18h os museus eram gratuitos, e posso dizer que perdi a conta das vezes que fui ao Prado, ao Museu Reina Sofia e ao Thyssen Bornemisza, os meus preferidos. Madrid é uma cidade que funciona 24 horas por dia, tem de tudo um pouco (menos praia). Sempre que lá vou, sinto-me em casa. Já aconteceu, sem querer, apanhar um táxi e, ao invés de dizer o nome do hotel, dar a rua onde morava. Guardo muitas lembranças lindas de Madrid e, por ser tão especial, só lá vou com pessoas de que gosto muito. É uma partilha que me emociona sempre.

Chocolate

Sou louca, alucinada, viciada, totalmente frágil por um pedacinho de chocolate. Acho que herdei do meu pai essa loucura. É a única coisa que me faz sair da dieta, sem dúvida! Devoro um pacote grande de Maltesers numa questão de minutos, tal como tabletes recheadas com caramelo, bombons, bolos… Tudo o que tenha chocolate é uma perdição para mim. Na última jantarada em casa, criei um gelado de Nutella. Fiz a receita de modo a que sobrasse pelo menos duas colheradas grandes, e comi tudinho, escondida. Bom, agora deixou de ser segredo!

As músicas da minha vida

Não vivo sem música. Só consigo fotografar com a música no máximo, e coloco a minha equipa a dançar em qualquer setting. Quando estou em casa, ouço fado. Não me canso de ouvir Amália, Ana Moura, Carminho e Mafalda Arnauth, e divido o repertório com um pouco de Bossa Nova. Tom Jobim inspira-me sempre; de Jazz e Blues, gosto muito de Al Green, Billie Holiday, Etta James e Ray Charles. As músicas da minha vida são três: ‘Love and Happiness’ (http://www.youtube.com/watch?v=hsU6_eSG4k4), de Al Green, ‘At Last’ (https://www.youtube.com/watch?v=nQ45Q7ZuTEs), de Etta James, e, em especial ‘Eu Sei que Vou Te Amar’, do Tom Jobim e do Vinícius de Moraes. É a ‘nossa música’. Um dia, depois de horas intermináveis de uma sessão fotográfica, cheguei a casa e tinha uma das prendas mais lindas que recebi na minha vida: o meu marido tinha gravado no iPod uma pasta com o meu nome. Lá estavam 52 versões da ‘nossa’ música.

Roupa e carteiras

Se me fizerem escolher entre uma tablete de chocolate e uma bela carteira, acho que o meu cérebro perde mais do que um parafuso e deixo de pensar. Uma indecisão cruel! Tento comportar-me para não gastar tudo em roupa, mas às vezes a carne é fraca. Quando vejo um vestido ou uma saia que é a minha cara, não descanso enquanto não estiver no meu closet. Sou doida por carteiras, e as da Carolina Herrera são as minhas preferidas. Em relação à roupa, tenho um estilo meio clássico, meio casual chic. Um peça da Zara, outra da Lanidor ou Armani, Purificación Garcia, Ted Baker, Didimara e por aí vai…

Museus e palácios

Quando era pequena, o meu pai dizia-me sempre: “Esta é a minha herança para vocês, cultura. Portanto, aproveitem tudo o que vos posso mostrar.” Foi assim que conheci grande parte da Europa e aprendi a apreciar museus e palácios. Uma viagem inesquecível foi pelo vale do Loire, em França, onde fomos a vários palácios maravilhosos. Eu ‘colava-me’ sempre aos guias, para não perder um pormenor das histórias. Quis ser princesa, mas, como dizem na minha terra, ‘não rolou’. Perco as horas dentro de um museu de arte até aos dias de hoje. Em Madrid, foram os que citei. O Prado tem um significado especial, porque estudei as obras de Velásquez e Goya em profundidade. Em Paris, podem esquecer-me no Louvre e no Musée d’Orsay. Van Gogh, Monet, Cézanne, Rembrandt, Gauguin, Leonardo da Vinci e Picasso: os grandes mestres estão todos lá!

Lisboa (ou melhor, Portugal, com o Alentejo pelo meio)

Vivo na Graça há dois anos, é um dos bairros mais charmosos de Lisboa. Desço as escadas da minha rua e já estou em Alfama, onde me delicio até às tantas da madrugada nas casas de fado. Lisboa é um charme. Apesar de viver há dez anos na cidade, sempre descubro algo novo, alguma história, rua, estatueta ou palacete. Costumo dizer que uma vida inteira não basta para conhecer esta cidade! Sem falar da luz, claro, uma das melhores na Europa para fotografar. Amo Portugal. Sempre que vou ao Porto, descubro coisas novas, restaurantes e adegas incríveis, mas é no Alentejo que reside a minha alma. Sinto que parte de mim pertence àquela região, e já deixei bem claro: é lá que quero dar o meu último suspiro.

Comer, orar e amar

Estas são as minhas escolhas de vida. Tenho prazer em cozinhar, mas mais prazer ainda em comer. Uma boa mesa constrói histórias, provoca partilhas e conquistas… Se houver chocolate para a sobremesa, melhor ainda. Sou protestante, já passei por situações na minha vida em que claramente vi a existência de Deus. Em 2002, a minha mãe foi diagnosticada com um cancro terminal. Segundo os médicos, teria quatro meses de vida, mas a situação complicou-se na quarta quimioterapia, e ela foi internada. O estado só piorava, a médica deu-lhe 24 horas de vida e, naquele momento, lembro como se fosse hoje, eu ri (não foi educado da minha parte, mas o meu estado emocional estava por um fio) e, sem pensar, disse-lhe: “Para a Medicina, pode ser um caso perdido, mas para Deus não há impossíveis.” Foi uma ‘jogada’ arriscada, mas mesmo assim entrei na unidade de cuidados intensivos e pedi para a minha mãe piscar os olhos, se acreditasse que Deus poderia curá-la, e ela piscou. Fui para casa, dobrei os joelhos no chão e tive uma conversa, como nunca tinha tido, com Deus. Resumindo, uma semana depois, a minha mãe teve alta. Fizeram-lhe cinco tomografias quase seguidas. O cancro tinha desaparecido, era como se nunca tivesse existido qualquer doença no seu organismo. Hoje, 14 anos depois, está bem viva! Três anos após o sucedido, a medicina vê o caso como milagre. Por isso, para mim, orar ou falar com Deus é uma constante, estou sempre a conversar, em pensamento, com Ele.

Imagem de destaque © António Abrantes

Maquilhagem: Cláudia Rodrigues

Cabelos: Ronny Kasta

Joias: Ana Calheiros

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