Os festivais de cinema são sempre uma excelente altura para assistir a filmes que dificilmente chegam a muitas salas de ou até para os ver em primeira mão. ‘Saint Laurent’ foi um deles.
O filme de Bertrand Bonello abriu o Lisbon & Estoril Film Festival, a 7 de novembro, e vamos poder encontrá-lo por todo o País a partir de 27 de novembro, data da estreia.
Com ‘Saint Laurent’ a marcar a inauguração do festival e com um programa com alguns eventos muito ligados a temas de moda, esta foi uma edição que procurou mergulhar um pouco mais no universo da moda e cativar o público que se interessa por ele.
Antes de avançarmos, nada de confusões! Foram muitos os amigos que me disseram que já tinham visto o filme. Mas este é ‘Saint Laurent’, sem ‘Yves’. ‘Yves Saint Laurent’, de Jalil Lespert, estreou também em meados deste ano e, ao que parece, a sétima arte anda fascinada com esta icónica figura que mudou o mundo da moda. Por isso, há outro filme sobre ele.
Quem gosta de moda quererá com certeza ver os dois filmes sobre o criador, já que a sua fragilidade e o seu génio serão sempre um mistério. Ainda não vi ‘Yves Saint Laurent’, mas fica aqui a promessa.
Em ‘Saint Laurent’, Gaspard Ulliel é Yves. Quase não o reconhecemos, mesmo depois de andarmos há meses a vê-lo em outdoors, a dar a cara pela fragrância Bleu, da Chanel. A cara parece mais alongada, a expressão dos olhos é profunda e um pouco vaga, concentrada no seu próprio mundo, e a expressão corporal está ótima. Ulliel mergulhou em Yves Saint Laurent e levou-nos com ele.
Todo o filme é um misto de emoções e, por vezes com momentos mais parados, deixa-nos sem saber bem o que sentir. A ideia que eu tinha de Yves Saint Laurent era a de um génio que viveu uma história de amor com Pierre Bergé. Neste filme, conhecemos Jacques de Bascher, interpretado por Louis Garrel, uma paixão que eleva o lado mais louco de Yves. Foi seu amante, e partir desse momento o filme torna-se psicadélico e levanta o véu sobre o cenário gay na Paris dos anos 70.
Festas, drogas, depressões e escapadelas para Marrocos. Em ‘Saint Laurent’ cabe tudo isto. É um filme longo e muito visual. Não é uma história, nem contextualiza para além da informação do ano em que estamos na cronologia do filme. É mais um retrato daquilo que pode ter sido Yves Saint Laurent, porque, na minha opinião, além das suas criações, nunca teremos mais do que uma vaga ideia do que foi este grande génio.
Conheça outros três filmes do Lisbon & Estoril Film Festival que recomendamos ver até ao final do ano.
Imagem de destaque: ‘Saint Laurent’ © NOS Audiovisuais.