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Sidi Larbi Cherkaoui em estreia para a Companhia Nacional de Bailado no dia 24 de março

A Companhia Nacional de Bailado (CNB) estreia a 24 de março Cherkaoui/Ramalho, o primeiro programa desenhado por Carlos Prado, que assumiu a direção artística da Companhia em setembro de 2021. O programa junta dois coreógrafos contemporâneos – o aclamado flamengo-marroquino Sidi Larbi Cherkaoui e o coreógrafo emergente e Bailarino Principal da CNB, Miguel Ramalho.

A ser dançada pela primeira vez pela Companhia Nacional de Bailado, Fall, coreografia de Sidi Larbi Cherkaoui, com música de Arvo Pärt, cenário e desenho de luz de Fabiana Piccioli e Sander Loonen,  foi criada originalmente em 2015 para o Ballet Real da Flandres e é a primeira criação do coreógrafo flamengo-marroquino a entrar para o repertório da CNB.

“Fall é um peça de muitas camadas. Vemos uma evocação da estação do Outono a desenrolar-se diante dos nossos olhos. Os 32 bailarinos deixam a peça levá-los como folhas de cores vivas a cair sopradas pelo vento: agora todos ao mesmo tempo, depois apanhados num dueto lúdico, depois a solo”, lê-se no texto sobre a peça, assinado por Chris Van Camp.

Fall © Hugo David 2022

Fall © Hugo David 2022

Esta foi a primeira peça criada por Sidi Larbi Cherkaoui enquanto Diretor Artístico do Ballet Real da Flandres, em 2015, e foi a primeira vez que Kimie Nakano, figurinista e cenógrafa japonesa, trabalhou com o coreógrafo.

“Quando começámos a trabalhar, o Larbi disse-me que a sua visão era de folhas de Outono a caírem das árvores. Quando comecei a trabalhar nos figurinos era Outono e recolhi muitas folhas, tirei muitas fotografias até chegar à escolha de cores, ainda que nem todas sejam realistas. Escolhi, por exemplo, o azul, que tem mais a ver com uma sensação e com a forma como eu interpreto esta estação”. O design é despojado, mas repleto de texturas e subtilezas: “Os figurinos têm muitos detalhes e texturas, porque representam as folhas do outono, a natureza. A natureza está em toda a parte. O meu design tem linhas muito retas, mas, tal como uma árvore à frente de um edifício de linhas retas, cria texturas, linhas naturais, é como uma escultura.”, explica Nakano.

Fall © Hugo David 2022

Fall © Hugo David 2022

Symphony of sorrows, coreografia de Miguel Ramalho, foi criada originalmente para os bailarinos da CNB em 2020, altura em que a pandemia gerava muitas incertezas em relação ao futuro. Com música de Henryk Górecki e desenho de luz de Cristina Piedade, foi a primeira obra que os bailarinos da Companhia dançaram, após o primeiro período de confinamento, em julho de 2020. 

“Sinto que parto de sítios diferentes na forma de abordar a peça, porque na altura em que começámos symphony of sorrows deixei-me levar mais pela música, pela altura que estávamos a viver, então sentia mais uma questão de ambiente, de energia e não tinha muito bem a certeza do que é que significava a peça, enquanto a ia criando”, explicou Miguel Ramalho.

Symphony of Sorrows © Hugo David 2022

Symphony of Sorrows © Hugo David 2022

Agora, a peça é revisitada com mais bailarinos em palco e algumas mudanças. 

Estou, não a recriar esta peça, mas a transformá-la. Hoje em dia sinto que symphony of sorrows parte de uma sensação de perda, de esgotamento, de densidade e essa ideia agora mais clara do que é a obra faz-me também intensificar esse ambiente.”, comenta o coreógrafo.

Os figurinos foram pensados pelo coreógrafo e confecionados pelo Gabinete de Costura da CNB:

“Eu senti que a peça é muito pesada no sentido do corpo, pelo que achei que devia aligeirar o figurino, ou seja, simplificar, que fosse algo leve, mas nunca perdendo aquela essência do despojar, da roupa larga. Eu gosto quando as calças são largas, porque a própria roupa preenche o movimento, mas ao mesmo tempo gosto que no tronco haja uma peça justa, que faça com que o corpo seja mais longilíneo para contrastar com essa coisa redonda que eu normalmente coreógrafo.”

Symphony of Sorrows © Hugo David 2022

Symphony of Sorrows © Hugo David 2022

Ensaio Geral Solidário

Se ficou ansiosa por ver este espetáculo e não consegue esperar pela estreia, saiba que pode assistir ao ensaio geral e ainda vai estar a ajudar duas instituições. 

Na véspera da estreia, amanhã, pelas 20h, a CNB convida o público para mais um Ensaio Geral Solidário, no Teatro Camões. Esta iniciativa procura, desde 2011, proporcionar as condições necessárias para a angariação de fundos que apoiem instituições de solidariedade social a concretizar projetos e atingir os seus objetivos. Com um donativo a partir de doze euros, o público terá direito a um convite para assistir a este ensaio. As entidades para as quais irá reverter 100% do valor dos donativos, são o Centro de Apoio ao Sem Abrigo (CASA) e a Associação Passa Sabi .

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