Não podíamos deixar de celebrar uma ocasião tão especial como o Dia dos Namorados. Para tal, convidámos a designer portuguesa Micaela Oliveira a colaborar, em formato editorial, numa história de amor. Estivemos à conversa com a designer. O tema? Amor!
O amor é?
O amor é a coisa mais importante. Se fizermos as coisas com amor, acabamos por imprimir uma beleza diferente em todos os momentos.
Quando é que percebeu que queria ser designer de moda?
Fui um pouco influenciada pelo trabalho da minha mãe, que era costureira e trabalhava num atelier. Quando me vi rodeada pelas pérolas e envolvida pelos encantamentos sedutores das sedas e dos materiais, percebi que estava ali a minha vocação e que era aquilo que queria fazer para o resto da minha vida.
Aprofundei os conhecimentos de forma independente e autodidata, de maneira a responder às minhas próprias expectativas e procurei sempre aperfeiçoar e congregar conhecimentos, investindo em cursos de pintura e modelação de alta costura.
Comecei desde cedo a esculpir os tecidos com ornamentos, pedraria, bordados e outras preciosidades, tudo com um engenho manual para que cada peça se tornasse distinta e graciosa.
Costumo dizer muitas vezes que a minha arte reside nas minhas mãos que desenham e criam o que muitas vezes não consigo exprimir em palavras, e isto sempre foi assim, ao longo de toda a minha vida.
Começou com os vestidos de noiva, porquê?
O dia do casamento é com certeza um dos dias mais marcantes na vida de um casal. Além de um novo começo, é uma vida a dois. A beleza, a aura que os uniu e todo o sentimento nutrido tem que estar presente em todos os detalhes.
Por tradição, no dia do casamento, o que acaba por ser mais visível e ter a atenção de todos, é o vestido da noiva, e isto é o que me fascina e é o meu propósito: Destacar a beleza interior de cada mulher que nos procura, porque a beleza é muito mais do que mera aparência. A beleza é a essência da pessoa, é o que atrai e conquista a alma.
Sinto-me extremamente honrada e gratificada por cada noiva que escolhe uma criação minha para usar num dos momentos mais marcantes da sua vida. Este sentimento de confiança no meu trabalho, a cumplicidade que se cria em todo o processo criativo até à prova final, torna cada criação única e especial.
Visto que acompanha mulheres numa das fases mais importantes das suas vidas, qual é o critério para chegar ao vestido ideal e para corresponder às expectativas?
Desde pequenina que o meu espírito aguçado e criativo me conduziu a romper com o convencional e arrojar por caminhos que na altura não eram compreendidos.
As noivas fazem parte do processo criativo desde o início. Não é um simples vestido de casamento bonito, é o vestido que as representa, que as revela, que transparece a sua verdadeira beleza interior e que conta uma história. É uma peça que tem o meu cunho, mas também tem em conta o gosto, a personalidade e os sonhos de quem a usa.
Quando é que decidiu expandir-se no mundo da moda?
Quando crescemos e somos jovens, encontramo-nos numa incessante descoberta da nossa identidade e, por vezes, as nossas escolhas não refletem o que somos, mas sim o ideal que gostaríamos de ver refletido na sociedade, mas quando nos reencontramos com o nosso EU interior, a verdade de quem somos vem ao de cima.
Sempre fui uma mente muito criativa e sou uma pessoa extremamente curiosa. Como já referi anteriormente, a minha mãe trabalhava na área e eu cresci neste mundo, fascinada com o poder da transformação de algo simples em criações inspiradoras e únicas, todo esse processo me fascinava. A minha mente inquieta e o facto de ser autodidata, levou-me a tentar reproduzir o que via a minha mãe fazer e experimentar novas técnicas de forma a introduzir algo diferenciador e único.
Foi esta minha curiosidade e empenho que me abriu as portas para o meu propósito de vida: a arte de criar uma peça que transpareça o momento, a história e a voz de cada pessoa que o enverga.
Na altura, o facto das opções disponíveis para noivas serem limitadas ao clássico, também fez com que eu quisesse oferecer mais e me diferenciar. Então pensei… Num dia tão marcante na vida de uma mulher, ela tem o direito de exprimir e de vestir o que sente ser um prolongamento da sua história e beleza interior! Foi desta forma que “nasci” como criadora e como marca Micaela Oliveira.
O que lhe dá mais prazer fazer?
Poder fazer criações sem qualquer limite. Dar asas à minha imaginação.
Qual é a sensação de ter celebridades internacionais, como Nicole Scherzinger, a usar os seus vestidos?
É sempre emocionante ser reconhecida por algo que amamos fazer. Isso traz-nos reconhecimento, mas também traz uma responsabilidade acrescida de continuarmos fiéis ao nosso percurso e aos nossos valores.
Em relação a vestir a Nicole, foi uma enorme honra e foi bastante emotivo, porque além de a admirar profissionalmente, também a admiro muito como mulher e desde o início criamos uma ligação bonita, o que fez com que todo o processo fosse fácil e motivante.
Uma das razões que me levou a aceitar o pedido da Nicole, foi o facto dela representar na perfeição a marca Micaela Oliveira, que é uma marca que transparece sensualidade, confiança, doçura e amor.
Que celebridade gostava de vestir?
Acho que nunca tive a ambição de vestir celebridades, foi algo que surgiu naturalmente. Obviamente fico agradecida e extremamente feliz quando alguma celebridade com quem me identifico usa as minhas peças e potencializa a sua beleza e brilho.
Como projeta a marca Micaela Oliveira no futuro?
O objetivo principal mantém-se o mesmo: a marca privilegia a qualidade dos materiais e trabalha em prol da sustentabilidade e preservação do meio ambiente.
Styling Diogo Raposo Pires
Maquilhagem e cabelos Laura Costa
Fotografia Sara Saraiva @ Blend Productions
Vídeo Henrique Gonverno @ Blend Productions
Produção Maysa Silva @ Blend production
Agradecimento Hotel Tivoli Palácio de Seteais e Brandifre Agency
Modelos Inês Nunes e Marija Silov @ Blast Models