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Um apelo à memória…

Num encontro entre três diferentes formas de arte – o vídeo-arte de Ana Mesquita, a música de João Gil e a poesia de Mia Couto – a obra ‘Viagem Pelo Esquecimento’ percorre os passos daquela que foi a nossa pegada humana.

Um filme tríptico, dividido em doze temas, convida-nos a viajar pelas mais delicadas facetas da História, num constante apelo à memória do que fomos como Humanidade, em relação às mulheres, aos escravos, aos antepassados, aos migrantes, ao Planeta, às Cidades, à Vida e ao Amor.

Ana Mesquita conta-nos que este foi um projeto longo e demorado:

“Começámos há 4 anos. O nosso coração começou a bater para criarmos este projeto e, basicamente, havia uma vontade minha de criar uma instalação, havia uma vontade do Mia de escrever letras para canções do João e havia do João um grupo de instrumentais compostos durante os últimos 10 anos, talvez, que não tinha ainda destino. E pronto, casaram-se estas vontades todas”

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Ana Mesquita, Mia Couto e João Gil. @DianaQuintela

O projeto conta com banda sonora de João Gil e arranjos de Luís Figueiredo, doze poemas inéditos de Mia Couto – ditos por vozes “que dissessem aquilo que era preciso dizer”, – esta afirmação é de quem? como a dos músicos Maria Bethânia, Manuela Azevedo, Carlão e João Gil, dos atores Diogo Infante e Natália Luiza e do radialista Fernando Alves, às quais se juntam Ana Mesquita e João Gil –, e a vídeo-arte de fotógrafos e cineastas como Ana Mesquita, Isabel Nolasco, Maria João Rodrigues, Mariana Teixeira, António Proença de Carvalho, Henrique Blanc, Pedro Senna Nunes, Sebastião Albuquerque e Vasco Pinhol.

Com uma duração de cerca de 70 minutos, a instalação é projetada em três ecrãs que competem entre si pela atenção do espectador, numa relação intensificada por múltiplos estímulos, obrigando-o a decidir-se, instantaneamente, por que caminho seguir. “É na ambiguidade das escolhas, e das emoções que elas criam que o espectador se deixa capturar por todo o movimento em redor. E o ideal é que, efetivamente, se deixe levar, embalado por cada acorde, cada nova voz, cada imagem do poema e cada frame do video”, diz Ana Mesquita.

'Viagem pelo esquecimento' no maat. @viagem.pelo.esquecimento

‘Viagem pelo esquecimento’ no maat. @viagem.pelo.esquecimento

Mia Couto conta-nos que a história e a intenção desta instalação são a ideia de “que é preciso construir uma história em cima daquilo que é esquecido, daquilo que é apagado. De uma maneira às vezes intencional, há um propósito de apagar a história, que é o caso da escravatura. Mas não só a história do passado, como aquilo que continua a ser do presente. A intenção é fazer uma viagem, mas uma viagem que não conduz o espectador pela mão. É, como disse a Ana e o João, colocar o espetador em confronto com realidades que são muito fragmentadas, mas que apelam sempre para a mesma busca de um sentido”.

O filme estará em exibição contínua no maat, até 5 de maio, durante o horário do museu.

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