As artes são-lhe intrínsecas. Representar é algo que lhe corre na alma, é a sua forma de vida. “O que eu faço é o que eu sou”, diz. ‘Mulheres às Armas’ é o novo projeto, uma minissérie da TVI Player, que conta a história da luta das mulheres por emancipação e igualdade, durante o regime do Estado Novo. Sara Carinhas é Lurdes, uma mulher de caráter forte, que enfrenta a luta com coragem.
Nasceu em 1987. Filha do encenador Nuno Carinhas e da bailarina e coreógrafa Olga Roriz, deixa, contudo, que o seu talento fale mais alto que o seu legado familiar. Estuda com a professora Polina Klimovitskaya, desde 2009, entre Lisboa, Nova Iorque e Paris e é mestranda em Estudos de Teatro pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Estreou-se, como atriz, em 2003, em teatro, com Adriano Luz, Ana Tamen, Beatriz Batarda, Cristina Carvalhal, Fernanda Lapa, Isabel Medina, João Mota, Luís Castro, Marco Martins, Nuno Cardoso, Nuno M. Cardoso, Nuno Carinhas, Olga Roriz, Ricardo Aibéo, e Ricardo Pais. Em 2015, foi premiada pela Sociedade Portuguesa de Autores, como Melhor Atriz de Teatro, recebendo, ainda, no mesmo ano, a Menção Honrosa da Associação Portuguesa de Críticos de teatro e o Globo de Ouro de Melhor Atriz, pela sua interpretação em ‘A Farsa’, de Luís Castro. ‘Madre Paula’, ‘Sara’, ‘Doce’ e ‘3 Mulheres’ foram algumas das séries em que participou. Em cinema, Alberto Seixas Santos, Manoel de Oliveira, Pedro Marques, Rui Simões, Tiago Guedes e Frederico Serra, Valeria Sarmiento, Manuel Mozos, Margarida Cardoso, Patrícia Sequeira, João Mário Grilo, Vicente Alves do Ó, entre outros, são alguns dos nomes com quem trabalhou. Foi responsável pela dramaturgia, direção de casting e direção de atores do filme ‘Snu’, de Patrícia Sequeira. Foi distinguida com o prémio Jovem Talento L’Oréal Paris, do Estoril Film Festival, pela sua interpretação no filme ‘Coisa Ruim’, de 2008. Dá aulas de escrita e de improvisação na Formação Olga Roriz, na Academia Gerador e na ACT. Foi escritora regular de crónicas na Gerador (2021-2022). Publicou poemas originais na revista Euféme Nº26 (2023) e o seu primeiro livro, ‘Imprudente luto’, em 2023.
‘Mulheres às Armas’ é o nome da minissérie que acaba de estrear, na TVI, uma minissérie de três episódios que aborda a luta das mulheres por emancipação e igualdade durante o regime do Estado Novo. Escrita por Filipa Martins, com realização de Patrícia Sequeira e produzida pela Santa Rita Filmes, esta minissérie, que surge de uma ideia original de Cristina Ferreira, reúne perfis femininos de diferentes origens, que se aventuram no caminho titubeante da emancipação, da luta social e política. Sara Carinhas desempenha o papel de Lurdes. Estudante de letras, politizada, filha de uma família conservadora próxima do regime, foi expulsa da faculdade durante as contestações estudantis no final dos anos 60 e afastou-se, consequentemente, do núcleo familiar. Renegada pela família, começa a trabalhar na fábrica de confeções, infiltrada e sob nome falso, enquanto mantém a atividade politizada e clandestina. Participa em comícios e manifestações, alberga dissidentes e ajuda refratários a darem o salto, chegando a aderir a formas mais violentas de luta.
Como surgiu o convite para ‘Mulheres às Armas’?
Surgiu de uma forma pouco convencional, dado que fui, primeiramente, convidada enquanto directora de actores e directora de casting – responsabilidade que partilhei com a realizadora Patrícia Sequeira. Numa fase mais avançada de trabalho, no momento de proposta oficial do elenco, a realizadora depositou esse um voto de confiança em mim, pelo qual sou grata.
Que desafios trouxe a sua personagem e porquê?
