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A música que vem do norte

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Ao segundo álbum, os Junip distinguem-se como uma das melhores propostas do norte da Europa.


Depois dos EPs ‘Black Refuge’ (2006) e ‘Rope & Summit’ (2010), e do LP ‘Fields’ (2010), a banda de José González regressa com um álbum homónimo que o próprio definiu como


muito ‘Junip’. Todos os altos e baixos deste trabalho foram muito ‘Junip’, por isso, dar-lhe o nome da banda parecia apropriadamente icónico. É um álbum da banda



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Ao lado do baterista Elias Araya e do teclista Tobias Winterkorn, e produzido e misturado pelo produtor de sempre, Dan Alsterberg, González traz-nos um trabalho marcado por aquele ritmo rock, indie, e que, por vezes, nos lembra nomes como Nick Drake ou Ben Watt.


A voz doce, tranquila e até etérea de González é um das grandes mais-valias desta banda formada na Suécia e isso é bem visível no tema que abre este álbum, ‘Line of Fire’, que tem uma força que começa de forma discreta para se intensificar nos últimos momentos, onde a voz em fade away dá lugar a uma série de instrumentos, que depois de uma apoteose, esmorecem. Lindo e forte.



Em ‘Suddenly’, acima da percussão e das teclas, ganha expressão a guitarra de González e, mais uma vez, a sua voz. No tema seguinte, ‘So Clear’ a guitarra acústica é substituída por uma elétrica e os sintetizadores estão em evidência. Uma tendência que também se verifica com ‘Your Life Your Call’, talvez o tema mais eletrónico de ‘Junip’, mas onde a banda, mais uma vez, marca pontos, assim como ‘Villan’, onde a batida mais pesada, a guitarra e a bateria vagueiam por um território mais rock.



Em ‘Walking Lightly’, a percussão de Elias Araya ganha protagonismo, contrastando com a voz calma de Gonzáles. Nos primeiros segundos de ‘Head First’, a guitarra de González remete-nos para o universo de Nick Drake, onde a guitarra era senhora, numa melodia que cruza toda a canção, acompanhando as teclas de Tobias Winterkorn e a voz mágica de José González, assim como a percussão de Araya.


Depois de ‘Baton’ e ‘Beginnings’, em que os instrumentos se acalmam e casam na perfeição com a voz, aqui marcadamente etérea, de González, e que marcam, por isso, a diferença maior relativamente ao conteúdo deste álbum, chega-nos o delicioso ‘After All Is Said and Done’, para nos embalar: “Can’t remember when the last time took the time to see a sunset”. É a canção perfeita para fechar este novo trabalho dos Junip que, infelizmente, não têm prevista nenhuma passagem pelo nosso país.


CitySlang/Popstock, €15,99


Fotografias ©Klara Andreasson


POR

H.A.P.