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Alba Baptista: “Na verdade, nunca pensei que fosse fazer um filme de terror”

Chega hoje aos cinemas o filme ‘A Semente do Mal’ e nós conversámos com Alba Baptista. 

Numa linha entre o humor divertido e distorcido, com uma cinematografia elegante e um núcleo emocional perverso, Gabriel Abrantes apresenta-nos a sua primeira incursão pelo género de terror.  Em “A Semente do Mal” , o realizador e argumentista encontrou no terror uma oportunidade para criar uma obra surrealista, onde aborda a temática da transgressão psicossexual no seio das relações familiares, combinando elementos do mundo fantástico com o onírico.

Riley (Brigette Lundy-Paine), Edward (Carloto Cotta) e o irmão gémeo (Carloto Cotta).

Riley (Brigette Lundy-Paine), Edward (Carloto Cotta) e o irmão gémeo (Carloto Cotta).

O filme segue a história de Edward (Carloto Cotta) e a sua namorada Riley (Brigette Lundy-Paine), que embarcam numa viagem ao norte de Portugal para conhecerem a família há muito perdida do rapaz. Ao chegar ao magnífico palacete na montanha, Edward fica encantado ao conhecer a sua mãe Amélia (interpretada por Anabela Moreira e Alba Baptista)  e o irmão gémeo (Carloto Cotta) e ansioso por se conectar com as suas origens. No entanto, nem tudo é o que parece, e o protagonista rapidamente descobre que está ligado a eles por um monstruoso segredo.

Ao lado de Anabela Moreira, Carloto Cotta, Rita Blanco e Brigette Lundy-Paine, Alba Baptista dá vida à personagem Amélia na sua versão mais jovem. Em conversa com a LuxWoman, a atriz conta como foi fazer o seu primeiro filme de terror.

Esta é a primeira vez que entra num filme de terror?

Sim, penso que sim. O mais próximo que fiz, foi, no meu primeiro filme ‘MIAMI’, um terror psicológico. Mas nada a comparar com este. Este é um terror visual.

Alba Baptista interpreta Amélia na sua versão mais jovem.

Alba Baptista interpreta Amélia na sua versão mais jovem.

Como foi a experiência?

Foi uma aventura, foi mesmo! Saí da minha zona de conforto. Na verdade, nunca pensei que fosse fazer um filme de terror. Mas só pelo facto de poder trabalhar com o Gabriel Abrantes, eu faria tudo (risos).

É uma fã do trabalho do realizador, pelo que podemos ver…

Eu adoro o Gabriel! Sou uma enorme fã. Acho que ele é um realizador visionário, para além de ter uma alma super gentil. Ele adora trabalhar com atores, tem imensa confiança na nossa visão. Não é demasiado controlador e isso é sempre uma mais valia, porque não é todos os dias que temos oportunidade de trabalhar com alguém que confia tão facilmente em nós. Portanto, foi uma experiência única, como nunca tive!

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Alba Baptista

Como reagiu quando surgiu a oportunidade de participar no filme?

Fiquei tão contente quando o Gabriel me escolheu. Acho que ele estava com algumas dificuldades em representar esta personagem jovem da Amélia. Não sei se ele sabia bem em que direção ir. Eu fui escolhida dias antes da rodagem começar. Portanto, foi mesmo do género: “Alba podes fazer esta audição em que tens de representar um parto?”. (risos) E foi isso que eu fiz. Posso dizer, que foi, talvez, a audição mais intensa que alguma vez fiz.

Como se preparou para interpretar esta Amélia mais nova?

Foi desafiante, no sentido em que eu própria não sabia muito bem para onde ir com a personagem. Normalmente, há mais espaço para fazer pesquisa e para nos prepararmos. Outra vez, tanto eu como o Gabriel estávamos a descobrir enquanto íamos filmando. Enquanto a atriz, adorei, porque chegava ao set e ele dizia “vamos experimentar isto e no próximo take experimentamos uma coisa completamente diferente”.  No final das rodagens, por exemplo, ele ligou-me e filmámos mais cenas para adicionar terror ao filme.

Amélia na sua versão mais velha (Anabela Moreira) e Edward (Carloto Cotta)

Amélia na sua versão mais velha (Anabela Moreira) e Edward (Carloto Cotta)

Durante a preparação, teve de trabalhar de perto com Anabela Moreira, que interpreta a mesma personagem mas na sua versão mais velha?

Sim, houve essa intenção, no sentido de imitarmos a linguagem corporal uma da outra. Ambas nos queríamos imitar (risos) e para mim foi uma honra poder representar uma Anabela mais jovem. Mas a personagem da Amélia quando chega ao ponto da Anabela está completamente despersonalizada, diria. Acho que o Gabriel escolheu dar uma essência mais carinhosa e maternal à versão mais jovem da Amélia.

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Alba Baptista

Para além de carinhosa e maternal, como é esta Amélia mais jovem?

É uma jovem mulher que é mãe e adora ser mãe. Mas que, na verdade, carrega consigo uma obsessão e uma maldição, que se vem a descobrir a meados do filme.

O que foi mais difícil de fazer?

Foi, sem dúvida, nas filmagens que fizemos semanas mais tarde, onde o Gabriel queria adicionar a essência de terror. Portanto, cenas mais perturbadoras visualmente. Isso, para mim, foi o mais complicado. Tive de filmar cenas horríveis, que não quero verbalizar. Mas foi super perturbador para mim e tive alguma dificuldade em cumprir a missão e a visão do Gabriel.

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Num futuro, vê-se a entrar em mais filmes deste género?

Se fosse para fazer outra vez um filme deste género seria para “acabar” com este medo que tenho de terror. Ou seja, para me relembrar que é tudo falso. Porque, por mais que tenha filmado e tenha estado no set com todos os atores, foi um ambiente pesado. Estávamos a filmar numa casa abandonada em Sintra, à noite. Foi um bocado assustador. Mas nunca diria nunca. Depende sempre da qualidade do projeto e das pessoas envolvidas nele.

Para terminar, se pudesse convencer os portugueses a ir ao cinema ver ‘A Semente do Mal’, o que diria?

Se há um filme que vos vai prender ao ecrã do início ao fim, é este. Porque é, realmente, muito assustador e, para quem gosta de sentir adrenalina, é perfeito. Mas também tem profundidade graças aos atores, principalmente aos protagonistas Carloto Cotta e  Brigette Lundy-Paine, que trazem uma essência mais verídica ao filme. Além disso, é raro termos a oportunidade no cinema português de vermos um filme de terror de qualidade.

‘A Semente do Mal’ chega esta quinta-feira, dia 18 de janeiro, a mais de 30 salas de cinema de norte a sul do país. O filme integra também a competição oficial da 31.ª edição do Festival Internacional de Cinema Fantástico Gérardmer, que decorre em França entre 24 e 28 de janeiro, e estreia no país a 31 de janeiro.

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