

As marcas By Guedelha e Hoyara Jewellery uniram forças para criar uma coleção jovem, irreverente e desejável. O lançamento da colaboração aconteceu no passado dia 30 de maio e juntou amigos, família e algumas caras conhecidas, como Soraia Tavares.
Bruna Guedelha e Sara Inês Serafim conheceram-se na escola secundária. Embora não se considerassem amigas, trocavam sorrisos e olhares. Anos mais tarde, reencontraram-se e, como nos contou a dona da Hoyara Jewellery, perceberam que partilhavam “uma visão e um gosto semelhante no que toca a moda e joias”. Depois de ter convidado Bruna Guedelha, algumas vezes, para ser modelo das suas peças, Sara “achou que fazia sentido que as modelos no desfile fossem vestidas” pela fundadora da marca By Guedelha.
A coleção “Bad Temper”, inspirada no amor-próprio e na paz interior, surge em tons claros, com peças elegantes e irreverentes. Um desafio que Bruna Guedelha, habituada aos tons mais escuros e às peças mais dramáticas, aceitou para sair da sua zona de conforto. Os detalhes que adornam as peças de roupa, como o “BG”, são todos feitos por Sara em prata e cozidos à mão.
Mas como foi o percurso destas jovens e como surgiram as suas marcas? À LuxWoman, ambas contam, com detalhe, as suas histórias e o que aspiram para o futuro.
Bruna Guedelha
Fundadora da marca By Guedelha

Bruna Guedelha (ao centro). Créditos: Bernardo Pavão
Como surgiu a sua paixão pela moda? Foi algo que começou já na infância?
Desde pequenina que adoro roupa, mas não necessariamente em mim… Adoro roupa e a sua ciência, o processo de a fazer, os tecidos, as texturas, as formas. Sempre desenhei roupa para as minhas bonecas e fazia miniaturas para depois as vestir. Com o passar dos anos, e, também, por ser um mundo que desconhecia, nunca pensei nisso como uma profissão e acabou por passar um bocadinho, até 2022.
Fiz o secundário com o objetivo de entrar em arquitetura mas acabei por não seguir em frente na faculdade. Mudei-me para Lisboa e foi aqui que conheci o mundo da moda… Confesso que no início foi bastante assustador, mas assim que fiquei confortável apaixonei-me e aqui estamos hoje.
Estudou moda? Como foi o seu percurso profissional?
Estudei Fashion Design na World Academy, durante um ano, e hoje em dia vou fazendo formações mais pequenas e específicas no que preciso.
De aprendiz em arquitetura e atleta, passei para modelo, inicialmente, que me levou ao cabelo Pantene e, a partir daí, comecei a minha jornada no digital que me abriu as portas necessárias para hoje trabalhar como Stylist e Fashion Designer.
Mencionou a sua jornada no digital. Como começou o seu percurso enquanto criadora de conteúdos digitais?
Nunca liguei muito ao mundo digital e honestamente sinto que caí um bocadinho de paraquedas nele… Ganhei a 2.ª edição do Cabelo Pantene e com a exposição que me deu comecei a trabalhar com marcas sem dar por isso… Foi um grande desafio, mas, hoje em dia, agradeço muito por ter tido esta oportunidade e poder ter uma comunidade tão boa e fiel com os meus seguidores.
Sente que ter uma plataforma a ajuda nesta nova etapa ou, por outro lado, sente mais pressão?
Ambas! Sinto que torna tudo mais fácil para ter acesso ao que preciso, desde, espaços para eventos, fornecedores, pessoas para me ajudarem a publicitar a marca, etc. Mas, ao mesmo tempo, sinto que existe alguma pressão porque toda a gente que me acompanha está à espera de ver o que vou fazer e, como é óbvio, não os quero desiludir…

Rafaela Filipe, Bárbara Sousa, Ívi Paranhos, Alexandra Ferraz , Cecília Faias e Bárbara Gonçalves ( da esquerda para a direita). Créditos: Bernardo Pavão
Esta é a sua primeira coleção?
É, sim. A primeira de muitas, espero. Chama-se “Bad Temper”. Quem me conhece percebe, sou escorpião e tenho mau feitio (risos).
Qual foi a inspiração para a mesma?
O tema principal do evento, e da coleção da Sara, é o amor-próprio e paz interior. Confesso que foi um grande desafio para mim porque tudo que desenho, por norma, tem um toque mais dramático e escuro. Então decidi sair da minha zona de conforto e ir buscar tons claros e descobrir o que isso significava para mim no que toca à roupa.
A quem se destina?
A todas as mulheres que têm mau feitio, que são corajosas e não têm medo de arriscar, que sabem ser anjo e diabo quando é preciso, que, acima de tudo, sabem amar com intensidade e cuidar com calma. Destina-se a quem sentir que estas peças podem fazer parte da sua essência, que passam a ser parte do seu corpo e personalidade, deixando de ser apenas uma peça de roupa no armário. Destina-se, também, a quem estiver loucamente apaixonado e que procure sentir-se bem, sexy, poderosa, saudável mentalmente e que ame ver-se ao espelho assim vestida.

Bruna Guedelha e Sara Inês Serafim. Créditos: Bernardo Pavão
Como conheceu a Sara?
Conheci a Sara, há muitos anos, quando ainda andávamos no liceu. Não éramos muito amigas, mas sempre tivemos uma boa ligação. Quando a Hoyara, fui conhecendo melhor a Sara e tive o privilégio de ser modelo dela algumas vezes.
E a colaboração, como surgiu?
Esta colaboração surgiu porque como sempre tivemos uma química boa, pessoal e artisticamente, a Sara achou que fazia sentido que as modelos no desfile fossem vestidas por mim. Aceitei logo porque fazia, também, sentido para mim fazer parte de um projeto tão querido e com uma mensagem tão boa.
Como funcionou?
As peças em prata com o meu logo, que estão cozidas nas roupas, e os botões são todas feitas por ela. Nesta coleção, incluindo o que vendermos ao público, serão todas feitas por ela.
A ideia é, no futuro, fazer mais coleções? Quais são os seus planos?
Sim, agora não vamos parar. (risos) Já estamos a preparar a próxima coleção Outono/Inverno, assim como o evento de lançamento cá, em Lisboa. E tenho que dizer… Acho que não estão preparadas… Muitas surpresas estão a caminho.
Tenho uma grande equipa comigo e estou confiante que vai dar muito certo e que quem aprecia a marca vai gostar ainda mais do que vem aí.
Sara Inês Serafim
Fundadora da marca Hoyara Jewellery

Sara Inês Serafim (de azul, à direita). Créditos: Bernardo Pavão
Como surgiu a sua paixão pelas joias?
Andava em Arquitetura e sentia-me perdida, achava o curso muito teórico e sentia que não era para mim. Precisava de uma coisa mais prática e por sugestão da minha mãe decidi fazer um workshop de filigrana e logo a seguir comecei a frequentar um curso de joalharia. E a verdade é que o que começou por ser um curso ocupacional tornou-se numa coisa séria pela qual me apaixonei. Enchia-me a alma ver peça após peça a surgir das minhas mãos. E a paixão foi crescendo até se tornar enorme.
A marca Hoyara Jewellery surge em que fase da sua vida?
A marca, curiosamente, surgiu quando eu andava na ESAD em design de interiores e foi necessário para a cadeira de vitrinismo fazer uma apresentação de uma marca. Eu, que nessa altura andava ao mesmo tempo a fazer o curso de joalharia na escola Alquimia-LAB e tinha algumas peças feitas e o sonho de ter uma marca a sério, aproveitei a oportunidade para apresentar as minhas peças e o nome da marca surgiu.
O que significa Hoyara?
A Hoyara é a junção de Hoya-Carnosa (uma planta de flores maravilhosas que sempre floresce por altura do meu aniversário) e do meu próprio nome, Sara.

Créditos: Bernardo Pavão
Onde vai buscar inspiração para as suas peças?
A inspiração para as minhas peças vem de várias fontes: a natureza, o mar, a arte, as viagens e, até mesmo, as emoções e experiências pessoais. Cada coleção tem a sua própria história e é uma reflexão das minhas inspirações no momento da criação.
Como surgiu a colaboração com Bruna Guedelha?
A colaboração com a Bruna surgiu de uma forma muito interessante. Nós já nos conhecíamos de vista da escola secundária. Anos depois, voltámos a encontrar-nos e percebemos que partilhávamos uma visão e um gosto semelhante no que toca a moda e joias. Decidimos, então, juntar forças e criar algo especial juntas.
Como funcionou?
A colaboração funcionou muito bem, pois combinámos os nossos talentos e ideias. Trabalhámos em estreita parceria desde o design inicial até à produção final, assegurando que cada peça refletisse o melhor de ambas. Foi uma experiência muito gratificante e enriquecedora.
Quais são os seus planos para o futuro? O que está por conquistar?
Para o futuro, planeio expandir a marca Hoyara Jewellery internacionalmente e explorar novas colaborações com outros artistas e designers. Quero continuar a inovar e a criar peças únicas que encantem os nossos clientes. Ainda há muito por conquistar, e estou empolgada com o que o futuro reserva.