Leone Niel
Imortalizar
Já me perguntei muitas vezes o que é que sinto pela fotografia. Chego sempre à questão de imortalizar o momento, que é a mais básica quando se gosta de fotografar. Tive a sorte de, onde trabalho, poder aliar o “cinema publicitário” à fotografia, e a outros cargos, aprendendo o máximo com profissionais à séria. Quando fotografo, quero levar algo daquele momento para o infinito, sabendo que a nossa existência é finita. É isso que me fascina. A fotografia já existia antes de nós e continuará a existir depois de morrermos. E, quer queiramos quer não, mudamos a perspetiva sobre o objeto, seja pelo enquadramento, pela luz ou pelo momento do disparo. A fotografia é um encontro com algo que nos fez parar e questionar, é uma forma de exponenciar a atenção que temos às ligações que criamos. Há sempre um equilíbrio misterioso entre querer revelar o que é estranho e enigmático e a beleza de deixar que a imagem não responda a essas questões.
Sétima arte
No início da minha adolescência, vi todos os filmes de terror da prateleira do videoclube. Primeiro, porque era fixe ter menos de 15 anos e dizer que já tinha visto este ou aquele aos amigos. Sim, como não jogava muito futebol, tinha de me afirmar por algum lado. E depois porque, quando bem feito, um filme de terror é uma libertação de adrenalina equiparável a uma montanha-russa. ‘It Follows’ foi o último filme que vi, filme esse que entrou diretamente para a minha lista de recomendações dos melhores filmes de terror. Isto porque vai em contrassenso com o que está a ser feito no género. Além de ter uma maravilhosa e simples direção de fotografia, uma banda sonora a evocar Carpenter dos anos 70 e 80 (como os restantes aspetos, que resultam numa perfeita homenagem ao mesmo), um sentido estético e enquadramento no ponto, o filme fala da amizade, da ausência das figuras da mãe e do pai, da paixão, do amor, do sexo, dos medos mais puros e desconcertantes, como os vizinhos da porta ao lado… Coisas universais. O próximo filme que está na lista dos mais esperados, e dentro do género, é o ‘The Witch’.
Sou um nerd disfarçado
Sou um nerd no que toca a novas tecnologias. Para mim, gostar de imagem e trabalhar constantemente com os meios que a produzem não é possível sem querer saber a técnica e a evolução na criação da mesma. Junto a isso a curiosidade em relação a tudo o que sejam gadgets, apps e demais. As últimas apps que descarreguei foram a Manual, que transforma e potencia a câmara do iPhone, tornando-a manual, desde shutter, iso, white balance, foco, etc; e a Google Photos, que instantaneamente faz backup de todas as fotografias, o que hoje em dia é ideal, pois estamos sempre a 1Gb de encher o iPhone (eu, pelo menos). Esta app é a mais simples, tem mais espaço e é mais bonita. Recebi no meu aniversário a melhor coluna de som portátil até ao momento: Ultimate Ears Boom, da Logitech. Tem ligação Bluetooth e junta tudo o que é preciso para uma boa coluna portátil: um som incrível que se propaga a 360 º, um design lindo, proteção contra choques e água, 15 horas de bateria, e liga-se com a mesma facilidade a qualquer dispositivo com Bluetooth – iPhone, iPad, portátil, etc. Sim, é mesmo a melhor. As minhas leituras mais assíduas sobre o assunto resumem-se à The Verge e ao No Film School, que se se centra mais no mundo do cinema e da imagem.
O meu coração é vermelho
Só os meus amigos sabem que sou do Benfica. Só os mais próximos é que presenciaram o animal em que me transformo quando o Benfica joga com um rival dos grandes, quando está nas grandes decisões, nas finais consecutivas. É um dos escapes que me dão mais gozo. Durante aquelas duas horas, estou a deitar cá para fora algumas irritações e a festejar como se estivesse em campo. Não sou sócio, vou poucas vezes ao estádio, mas tenho de admitir que o arrepio do golo do Benfica está cravado em mim.
O que nos rodeia
A inspiração não vem necessariamente de um sítio em concreto. Vem de muitos, principalmente quando temos tantos dispositivos à nossa mão com ligação ao mundo. Mas torna-se complicada a procura no meio de tanta oferta, quando muito do que vemos não é mais do que a cópia da cópia, a simulação da simulação. Costumo ver muitas coisas, o trabalho obriga-me a isso, e na minha lista estão variados sites e publicações, que me dão vontade de criar e experimentar. No Vimeo descubro muita coisa que é feita pela paixão de se fazer, sem a parte comercial, e se for bem explorado, encontram-se vídeos brutais, principalmente se seguirem alguns canais, sendo o principal o Staff Picks, do Vimeo. Outros sites que me enchem as medidas (outros tantos estão nos meus favoritos) são a Fubiz e, claro, o Journal da VSCO. Tanto na fotografia como na cinematografia, a inspiração vem do que nos rodeia e, principalmente, do que queremos que nos rodeie, isto é, onde vou, com quem estou, o que leio e o que vejo partem de mim, como uma escolha. E gosto de estar sempre a descobrir, mas também de mergulhar no trabalho de vários artistas (a licenciatura tem culpa nesta parte), na esperança de que sejam coisas com qualidade e bonitas, algo que se vê assim que observamos o trabalho, e mesmo a forma como comunicam.