O Jorge Vassallo começou a viajar ainda miúdo: através de um mapa-mundo cheio de pins espetados, que um dos tios tinha pendurado na parede da garagem; nas aventuras que o avô lhe contava ao jantar e que envolviam lutas com leões em África, perseguições fantásticas e finais dramáticos; nas histórias que ouvia sobre o bisavô que vivera na antiga Índia Portuguesa.
Quando começou “a sério”, foi sobre duas rodas. Acompanhou o pai em várias viagens de Vespa pelo País, e até na Europa. Estreou-se com os amigos sobre carris em 1997, no primeiro de vários InterRails –e a solo numa quase-volta ao mundo, em 2003, que acima de tudo foi uma volta ao “seu” mundo. Foi a partir daqui que este licenciado em Marketing e Publicidade começou a dedicar-se quase em exclusivo às viagens.
Criou em 2004 o blog ‘Fui dar uma volta’ e durante alguns anos equilibrou as voltas e as contas à vida com vários trabalhos de freelancer.
Em 2008 lançou-se numa aventura com um amigo e viajaram de Lisboa a Dakar com apenas €1000 e duas bicicletas. O blog criado para o projeto ganhou o prémio Super Blog do Ano e a aventura deu lugar a um livro emocionante em que partilhavam todas as peripécias dessa louca experiência.
No ano seguinte, foi desafiado pela Nomad para liderar grupos de viajantes no Sudeste Asiático – e desde essa altura passou a viajar seis meses por ano na Ásia, entre grupos e “voltas próprias”. Entretanto o blog amadureceu e transformou-se, aos poucos, na peça central de uma plataforma online.
Mini Bio:
No meu blogue encontra: crónicas de viagem, fotos, curiosidades e insólitos das minhas voltas pelo mundo. Viajo mais de 300 dias por ano e partilho as aventuras e peripécias neste espaço há uma década. Mais recentemente, criei também um perfil no Facebook, com o mesmo nome do blog, e comecei a ser mais disciplinado com os conteúdos, que agora atualizo todos os dias.
Viajar
É a minha paixão, a minha profissão, o meu hobby. Ao ponto de tatuar no braço uma frase em arábico que traduz a minha filosofia de vida, ‘o caminho é o destino’. Custa-me ficar muito tempo no mesmo sítio, apesar de às vezes ser por isso que anseio. Adoro a descoberta de um novo lugar, o desafio de sentir-me perdido e de precisar de me reposicionar no espaço, no tempo, nas reações. Gosto de voltar a lugares onde já estive, de aprofundar a minha relação com os sítios, com as pessoas, com as histórias. Gosto de me sentir em casa. E também gosto de voltar a casa, claro.
Índia
O meu continente de eleição é a Ásia, onde passo uns seis meses por ano. Gosto especialmente do sudeste asiático (Camboja, Laos) e uma das mais recentes paixões é o Myanmar (antiga Birmânia) – mas o amor da minha vida é a Índia. Já perdi conta às vezes que fui a este país (oito, nove?), já lá passei longas temporadas de seis meses… Mas também já lá estive só por uns dias. Sempre que posso, vou.
Luang Prabang
É aqui que gostava de viver “feliz para sempre”, quando um dia chegar à conclusão de que já dei voltas suficientes. Sou apaixonado por esta pequena cidade no norte do Laos, que apelidei de “Sintra do sudeste asiático”. A mistura deliciosa da arquitetura colonial francesa com os mosteiros budistas e a paisagem tropical. Os monges de robe laranja a passear junto ao rio Mekong, enquanto na estrada passa uma rapariga vestida com o traje tradicional, pedalando numa pasteleira e segurando numa das mãos um chapéu-de-chuva para se proteger do sol.
Este lugar tem qualquer coisa de mágico, tem uma energia boa, apetece ficar. Gosto de rever o meu amigo Ramsen, um elefante de 14 anos que faz sempre uma festa quando me vê. Gosto de tomar o pequeno-almoço no Utopia, deitado com uma vista bucólica à minha frente; gosto de atravessar a ponte de bambu do rio Khan para ir jantar ao Dyen Sabai, o meu restaurante preferido de Luang Prabang. O night market, a cerimónia das almas, os passeios no Mekong, as cataratas… tudo é bom aqui.