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Lupita Nyong’o: “O público terá uma noção do que acontece quando uma cidade como Nova Iorque tem de ficar em silêncio”

Estreia hoje nos cinemas o filme “Um Lugar Silencioso: Day One” e nós conversámos com Lupita Nyong’o.

Realizado por Michael Sarnoski, a prequela da saga “Um Lugar Silencioso” recua ao início da trama e convida-nos a descobrir o dia em que tudo ficou em silêncio. Ao lado de Joseph Quinn (o ator interpreta Eric), Lupita Nyong’o assume o papel principal neste intenso thriller de terror e dá vida à personagem Samira, que, ao visitar Nova Iorque, acaba por viver o pesadelo brutal da invasão que mudou tudo.

Desde a sua surpreendente estreia em 2013, em “12 Anos Escravo”, filme pelo qual viria a ganhar o Óscar de Melhor Atriz Secundária, Lupita Nyong’o tem conquistado vários géneros, desde a ficção científica (como Maz Kanata, na mais recente trilogia da “Guerra das Estrelas” no grande ecrã), aos clássicos familiares (o live-action de Jon Favreau “O Livro da Selva”), ao terror (“Us”, de Jordan Peele) e, claro, aos super-heróis, na marcante série “Black Panther”.

Em “Um Lugar Silencioso: Day One”, a atriz volta a trabalhar o músculo do terror, que tanto gostou de exercitar em “Us”, mas também traz à tona algumas das habilidades que aprendeu em “Black Panther: Wakanda Forever”, para alguns dos cenários mais exigentes do novo filme.

Da amizade com Joseph Quinn aos 12 anos que viveu em Nova Iorque, Lupita Nyong’o conta mais sobre a sua participação no filme, que chega hoje às salas de cinema portuguesas.

Joseph Quinn revelou que se tornaram bons amigos neste filme. Houve algum momento em particular, no set, em que esta amizade tenha começado? 

Foi no primeiro dia. Lembro-me de estarmos à espera de uma montagem. Eu já estava a trabalhar (neste filme) há algum tempo antes de ele começar, por isso ele tinha aquela energia nervosa, própria do primeiro dia. Mas eu sabia que íamos ser bons quando ele se sentou ao meu lado e me fez uma série de perguntas, sobre a minha vida, a minha carreira e como estava tudo a correr. Ele era tão aberto e curioso. Logo a seguir, disse para mim: “Sim, isto vai ser bom”. Mais tarde nesse dia, enquanto filmávamos juntos, ele veio com a melhor energia e fez escolhas arrojadas – cada take era diferente. Pensei: “Oh, ele não só é uma ótima pessoa, como também é um ator fantástico e generoso. Isto vai ser o máximo, porque tudo o que tenho de fazer é aparecer e estar em cena com ele!” Nem todos os atores são assim tão generosos. Mas o Joseph era. Soube logo que íamos ser bons no set – e, também, fantásticos fora dele.

Como é a relação entre Samira e Eric no filme “Um Lugar Silencioso: Day One”?

Samira é uma mulher que chega a Nova Iorque numa viagem de um dia, no dia em que o mundo muda para pior. Ela é forçada a navegar numa cidade com regras muito diferentes. Pelo caminho, conhece um estranho improvável e perfeito, Eric, com quem tem de trabalhar relutantemente para descobrir como sobreviver.

No “Day One”, quando as criaturas atacam, o que acontece nessa sequência e como é que foi filmá-la?

Foi um trabalho meticuloso, com tantas peças em movimento. É muito coreográfico. A escala deste filme é tão ampliada. Já não estamos numa quinta no meio do nada (como no original). Estamos em Nova Iorque, e há muita gente, muitos ruídos. Há muita coisa a acontecer. Tudo tem de estar em sincronia. Foi difícil, mas também muito emocionante. O cenário era fabuloso. E vimo-lo ser destruído. No início, é Nova Iorque – e é imaculada, todo o caos, toda a beleza. E depois, claro, tudo muda quando as criaturas aterram. O trabalho que o designer de produção, Simon Bowles, fez foi fantástico. E ter essa destruição, essa mudança real a acontecer à nossa volta, ajudou realmente a apoiar as nossas atuações.

O que pode o público esperar deste filme?

A questão é a seguinte: os dois primeiros filmes seguem as personagens em ambientes bastante remotos, onde os elementos são um pouco mais fáceis de controlar. Mas agora estamos a chegar a esta história no primeiro dia do ataque, quando ninguém conhece as regras deste novo mundo. E estamos a chegar a ela numa das cidades mais movimentadas do mundo. O público terá uma noção do que acontece quando uma cidade como Nova Iorque tem de ficar em silêncio. É difícil de imaginar, mas nós vamos ajudar-vos com isso!

Em que cenários mais gostou de filmar?

Estava muito curiosa para ver como Nova Iorque se iria transformar à medida que tudo mudasse com a invasão das criaturas. O que foi fantástico foi que tivemos de filmar a sequência de ataque em sequência porque estávamos a usar um cenário que tinha de ser destruído. Ver aquele cenário era estranho. Vivi em Nova Iorque durante cerca de 12 anos, por isso estou muito familiarizada com a cidade. O pormenor de tudo, desde as escadas de incêndio aos caixotes do lixo, era tudo tão real. Chegar à semana seguinte e ver tudo tão bem destruído foi fascinante, o pormenor dos arranhões nos edifícios, a destruição por todo o lado. Foi muito interessante.

O facto de ter vivido na cidade foi uma das partes que a convenceu a entrar no filme? A ideia de ver uma Nova Iorque silenciosa?

Na verdade, vivi o silêncio de Nova Iorque. Em 2020, durante a pandemia de Covid, Nova Iorque ficou bastante silenciosa. Não foi o nível de silêncio de “Um Lugar Silencioso: Day One”, mas foi assustadoramente silenciosa. Lembro-me de acordar e conseguir ouvir os pássaros. Nem sequer sabia que Nova Iorque tinha pássaros! Sabia que havia os pombos que nos chateiam. E em 2020, ouvia-se os pássaros e o vento a assobiar por entre as folhas. Era inacreditável andar pela Times Square sem uma única pessoa à vista. Lembro-me disso. “Um Lugar Silencioso: Day One” é isso vezes mil. Porque o som é o inimigo.

Dos pássaros aos gatos… Diga-nos: quem é Frodo?

Frodo é o gato de Sam. É o companheiro dela, por isso fazem esta viagem juntos.

Sobre a cena no metro, como é que as vossas personagens se encontram e o que têm de fazer para sobreviver?

Como devem imaginar, é preciso correr muito para sobreviver a uma invasão alienígena. Um grande ataque envia Sam e Eric para o metro e, como o este está inundado, eles têm de descobrir uma forma de escapar a estas criaturas através do sistema de metro inundado. E as coisas complicam-se ainda mais porque, como é óbvio, a Sam tem um gato e os gatos não gostam de água. Ela tem de arranjar uma forma de os manter a ambos a salvo e de ficar perto do seu novo companheiro, Eric.

Como foi filmar esta cena? Sente-se bem dentro de água durante longos períodos de tempo?

Na verdade, nesta altura, sim. Tive a sorte de fazer um treino intensivo na água para o “Black Panthe: Wakanda para Sempre”. Trouxe esse treino para este filme. De facto, fiquei muito entusiasmada por poder usar o meu treino novamente, tão cedo. Foi muito, muito útil. Uma das coisas que tive de fazer para “Black Panther” foi aprender a mergulhar livremente, aprender a ir muito fundo e a suster a respiração durante mais de dois minutos. Isso deixou-me muito confortável, porque nunca se quer nadar num metro inundado, porque é sujo. Fizeram um ótimo trabalho para fazer com que parecesse sujo sem o tornar um perigo para a saúde! Mas isso significa que temos de navegar no escuro e suster a respiração durante longos períodos, para conseguirmos filmar mais depressa, pelo que o meu treino foi útil. Também treinei com pesos debaixo de água, por isso consegui aguentar toda a roupa e o peso extra que a Sam carrega.

Quais são os seus momentos favoritos dos dois filmes anteriores, os momentos que a entusiasmaram pela primeira vez com esta saga?

O que adorei nesses filmes foi o pouco que se viu das criaturas. Especialmente no primeiro filme. Nesse, a nossa imaginação faz a maior parte do trabalho de terror. É tão tenso e as atuações são tão brilhantes que, como público, damos por nós na perspetiva deles. E depois havia o bebé no berço! Excruciante! Isso, e a cena do parto. Nela estamos muito, muito visceralmente no corpo da mãe. Aprecio muito isso.

Quanto é que vamos ver das criaturas neste filme?

Diria que agora que já conhecemos as criaturas… (Risos) Deixem-me dizer que vamos aprender mais sobre as criaturas neste filme.

Djimon Hounsou regressa de “Um Lugar Silencioso: Parte II”. O que traz ele para este filme?

Antes de mais, foi ótimo ter esse tecido conjuntivo (Hounsou interpreta o líder dos sobreviventes da ilha em “Um Lugar Silencioso: Parte II”) entre os filmes. E sou uma admiradora do trabalho do Djimon há muito tempo. Poder conhecê-lo, partilhar o ecrã com ele e trabalhar ao seu lado foi um sonho tornado realidade. Não desiludiu. Nem no ecrã!

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