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‘4 Quartos (e são nossos!)’: em torno da visibilidade feminina

Com início marcado para a próxima quinta-feira, dia 20 de outubro, o maior Festival de Banda Desenhada em Portugal tem como temática central a Relação Portugal-França.

4 Quartos (e são nossos!) é uma das exposições que segue esta temática e que estará em destaque no Núcleo Central. Entre Lyon e a Amadora, esta exposição junta Joana Mosi, Patrícia Guimarães, Elléa Bird e Blanche Sabbah em torno da visibilidade feminina, dos direitos das mulheres, das muitas questões que cruzam estas e outras lutas.

Sara Figueiredo Costa, Comissária da Exposição 4 Quartos (e são nossos!), ajuda-nos a entender melhor esta exposição.

De onde vem a inspiração?

Esta exposição nasceu de uma parceria entre o Amadora BD e o Lyon BD, ambos os festivais interessados em refletir sobre o tema dos direitos das mulheres e as desigualdades de género a partir da banda desenhada. Convidadas as quatro autoras, Joana Mosi, Patrícia Guimarães, Blanche Sabbah e Elléa Bird, partimos para uma conversa sobre estes temas, que inclui memórias de infância, partilha de textos, livros e filmes, alguma discussão política e o livro Um Quarto Só Seu, de Virginia Woolf. Como comissária da exposição, procurei nunca limitar os temas ou a abordagem que as autoras deles quisessem fazer e as histórias foram nascendo assim. Quando recebi as quatro histórias, todas elas inéditas e feitas de propósito para esta exposição, enquadrei-as neste propósito geral de debater as desigualdades de género, procurando contextualizá-las à luz dos dados conhecidos sobre trabalho, violência doméstica e discriminações várias.

Ellea

Elléa Bird

O que é que podemos esperar?

São quatro abordagens muito distintas sobre a desigualdade de género, umas mais focadas nas memórias partilhadas entre as autoras e outras mulheres da sua família, outras mais diretas na denúncia da desigualdade, mas todas propondo contributos importantes para uma discussão que importa fazer coletivamente. São também quatro estilos e traços muito diferentes, quatro modos de trabalhar a linguagem da banda desenhada, fazendo desta exposição uma boa forma de conhecer o trabalho de quatro autoras contemporâneas, duas portuguesas e duas francesas.

O que é que significa estar no Amadora BD?

O Amadora BD é um festival visitado por pessoas de todas as idades, com percursos, interesses e formações muito diversificadas, e é importante que um tema como o da desigualdade de género seja acolhido num espaço tão heterogéneo em termos de público. É uma oportunidade que se cria para que o assunto seja equacionado e debatido, mas é também uma oportunidade para o público se confrontar com diferentes formas de contar histórias em banda desenhada, abordando, neste caso, um tema que é mesmo urgente debater. Como qualquer linguagem artística, a banda desenhada tem esse potencial de convocar determinados assuntos, colocando-os num espaço narrativo – aqui, quatro espaços, desenvolvidos por cada uma das quatro autoras – e levando os leitores a refletirem em conjunto com a obra, respondendo às inquietações que esta coloca, às memórias desencadeadas, às histórias partilhadas pelas autoras e, se correr tudo bem, desencadeando um processo de empatia em que os visitantes se reconhecerão em certas passagens destas obras ou, pelo menos, poderão colocar-se no lugar das personagens, tentando ver o mundo de outro ângulo.

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