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As escolhas de Maria Inês Almeida, autora do blogue ‘Onde vamos hoje?’

Maria Inês Almeida, 35 anos, jornalista de formação, trabalhou sempre como freelancer. O nascimento do seu primeiro (e para já único) filho, José, há cinco anos, motivou-a para a escrita de livros infantojuvenis. Publica vários títulos por ano (‘Quando Eu For… Grande’, ‘Quanto Tempo Dura a Tua Cara’ e ‘Pais à Escolha num Centro Comercial Perto de Ti’ são alguns deles) e agora é também coautora (com Joaquim Vieira) da coleção juvenil ‘Duarte e Marta’, publicada pela Porto Editora.

Este blogue, ‘Onde vamos hoje?’, é dedicado ao melhor do mundo: as crianças. Confesso que as crianças me fascinam pelo que conseguem dizer e pensar. Encanta-me umas vezes a sua ingenuidade, outras a sua esperteza. E gosto muito da forma como simplificam o mundo ou até conceitos.

Onde vamos hoje?’ acaba por ser a questão inevitável, que ouvimos da boca das crianças e que ecoa na cabeça de muitos pais. É a pergunta dos filhos que querem fazer coisas com os pais e dos pais que querem ter tempo com os seus filhos. Neste blogue, procuro fornecer um leque variado de propostas para ajudar os adultos na importante tarefa que consiste em ocupar o tempo da melhor maneira possível com os seus filhos, seja a ver, a ouvir, a estar ou a participar em atividades. Ir, estar e fazer é o que vale a pena. Lembrem-se de que as crianças nunca se esquecerão: os minutos felizes que agora lhes damos vão marcar-lhes a vida e fazer deles mulheres e homens melhores.

Petiscos

Ponham-me à frente uma travessa de caracóis, amêijoas, conquilhas, percebes ou qualquer outro tipo de petisco ou marisco, e garantem parte da minha felicidade. Adoro petiscos, seja no verão, seja no inverno, e tenho a sensação de que poderia alimentar-me só deles. Há-os mais saborosos do que uma refeição inteira (pelo menos, para mim). Não importa a situação: pode ser na cidade, ao fim de uma jornada de trabalho, de uma viagem na estrada à descoberta de novos espaços, ou depois de um dia de sol e praia, altura em que me parece que os petiscos ainda sabem melhor.

Viagens

Talvez a Marguerite Yourcenar tenha encontrado a chave para o meu fascínio por viajar ao considerar que, tal como a literatura, o amor e a dor, as viagens são uma bela ocasião para nos encontrarmos connosco próprios. Distanciando-nos, temos sempre outra perspetiva das coisas e da vida, e isso faz-nos falta a todos. Viagens há para todos os gostos, e eu tenho muitos sonhos relacionados com viagens a sítios remotos. Gostava de estar um mês no Nepal, de fazer o Expresso do Oriente ou o clássico coast to coast nos EUA. Mas sobretudo gosto de pensar que ainda está por fazer a viagem da minha vida. A minha última viagem foi à Suécia, onde apreciei a organização mental e prática dos suecos (uma espécie de pensamento IKEA), assim como o sistema em que o país funciona (uma coisa não é dissociável da outra). Gostei, talvez porque também gosto muito da Pippi das Meias Altas, dos Abba e do Bergman.

Mar e planície alentejana

Gosto da serenidade do mar tranquilo. E quando não é o mar, gosto da planície alentejana. São paisagens de personalidade forte, que me transmitem sensações de harmonia e bem-estar, e lugares de rara beleza. Este ano já partilhei o mar com o meu filho à noite. A passear e a comer um gelado. No dia seguinte, pediu-me para irmos passear depois do jantar. Perguntei-lhe onde e ele respondeu: “Vamos ver o mar.” Depois, frente àquela imensidão, interrogou-me: “Mãe, quem é que construiu o mar?” Gosto de pensar nisso.

Andar de bicicleta

Sendo muito preguiçosa para a prática de desporto (exceto correr atrás do meu filho, que agora me convoca para jogar à bola com ele), elejo esta atividade – andar de bicicleta – como a única que ainda me motiva. Nada de competitivo, mas apenas passear à beira-rio. Mesmo assim, preciso de disciplina e de pôr de lado as minhas desculpas mais recorrentes: que está mau tempo, que já é tarde, que tenho ocupações mais urgentes… O que me vale é que tenho uma bicicleta cor-de-rosa, linda e mimosa. Olho para ela e parece que me diz: “Anda passear comigo.” Além do mais, está mais leve, porque antes levava o meu filho atrás, mas agora já vai cada um na sua bicicleta. Facilmente me via a viver numa Holanda ou noutro país de cultura velocipédica. Julgo eu, pelo menos, porque tenho um amigo que, quando lhe digo isso, me replica: “Tu? Achas?” E fico a pensar se ele tem ou não razão.

Vestidos

Sinto-me bem dentro de um vestido, que é uma peça essencialmente feminina. Entre modelos curtos e compridos, lisos ou estampados, do preto (com o qual nunca me comprometo) a cores mais vibrantes, não sou nada esquisita. Isto apesar de me julgar muito prática com a roupa e não gostar de pensar demasiado sobre o que é que vou vestir. Já sei que as mulheres que dizem isto dão voltas à cabeça com a indumentária, mas no meu caso juro que não. E juro com a mão em cima do último vestido a que não resisti.

Malas

Já que falo de feminilidade, confesso a minha atração por este indispensável complemento, acessório constante no dia a dia de uma mulher (curiosamente, nem sempre fui assim, mas ao longo do tempo deixei de ser maria-rapaz). Gosto de malas até pela sua funcionalidade, independentemente do sentido estético (e acho que o meu filho também gosta, porque guardam tanto as minhas coisas como as dele: bonecos, carrinhos, blocos de atividades…). Dentro da mala de uma mulher está sempre um mundo, desarrumado como também é de regra (e à qual não escapo). Já agora, será que ainda posso acrescentar os sapatos a este tipo de fascínio?

Decoração

Estando de férias do Algarve, gosto imenso da loja de decoração Alquatro, em Almancil, que pertence à mãe de uma grande amiga minha. A loja tem um estilo rústico, de um chique despretensioso, e vai ao encontro do que de novo se produz, quer por portugueses quer lá por fora. Existe há mais de 20 anos, e insere-se agora num novo conceito que abrange também um restaurante no mesmo registo, o Casavostra, considerado uma das melhores pizzarias do Algarve. Um espaço familiar e acolhedor.

Poesia

Retomo a tranquilidade ao ler poesia. É essa a sua função? Não sei, mas é o efeito que exercem sobre mim Sophia, Pessoa, Ruy Belo, Herberto Hélder ou Nuno Júdice. Gosto de poesia porque gosto das palavras, e num bom poema parece que as palavras estão sempre certas, tal como as notas de uma música preferida. Na vida, também procuramos sempre as palavras certas (muitas vezes sem as encontrarmos), assim como gostamos que se nos dirijam com as palavras certas. E, na memória, guardamos certas palavras que aconteceram, não apenas gestos. As palavras mais recentes que conservei foram estas, do meu filho: “Mãe, estou a tremer de saudades.” Belo e poético.

Depois há livros que, embora em prosa, têm lá dentro imensa poesia, tal como o ‘Livro do Desassossego’. Como já uma vez escrevi, é o livro do eterno retorno, de cabeceira e de consulta, que se abre em qualquer página, que se começa a ler em qualquer parágrafo, que nos inspira em qualquer linha, que não tem princípio, meio e fim, que permite criar dentro dele, se quisermos, o nosso próprio livro.

Música

Gosto da música que também sinto como poesia, porque se a poesia é a música das palavras, a música é a poesia dos sons. Leonard Cohen e Michael Nyman são para mim poesia (o que não exclui a minha apreciação por outros géneros, como, por exemplo, a música brasileira). Seguro, constante, envolvente, sensual, calmo mas resoluto, Cohen é o cantor com quem estou sempre disponível para viajar. Não imagino o mundo sem ele, nem consigo atribuir-lhe uma idade específica. ‘Suzanne‘, ‘So Long Marianne‘, ‘I’m Your Man‘, ‘Take This Waltz‘, ‘First We Take Manhattan‘ são para sempre.

Quanto a Nyman, ao admirá-lo absorvo o fascínio da música minimalista: como é que uma composição fugindo à complexidade estrutural pode tornar-se tão cativante e inspiradora, quase como se nos sentíssemos hipnotizados por ela? Descobri-o como o compositor da música para o filme ‘O Piano’, e desde então mantenho-me atenta à sua produção criativa. Tem sido, aliás, um excelente autor para música de cinema, se bem que a sua obra esteja longe de se resumir a isso. Não valorizo nenhum CD seu em particular, mas como introdução poderia indicar o próprio single de ‘O Piano’ ou ‘The Very Best of Michael Nyman: Film Music 1980-2001’.

Ler histórias ao meu filho

Isto não se explica. Sou mãe e acho que todas as mães e todos os pais conseguem perceber a magia que existe no ato e no momento de ler histórias aos seus filhos.

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