Livros e revistas de cozinha
São um verdadeiro vício. É o que tenho na mesinha de cabeceira, nas prateleiras da cozinha e nas mesas da sala. É o que levo comigo quando saio para uma consulta ou para outra situação em que é certo ficar à espera. Para não cair em tentação, já praticamente não vou à Amazon e evito passar na tabacaria do El Corte Inglés, de onde nunca consigo sair sem um par de revistas estrangeiras na mão. Deve haver um nome para esta dependência, que desconfio ser comum a outros food bloggers.
As favoritas são a Good Food e a Saveurs. Tenho saudades da portuguesa Blue Cooking. Não, não me importo que me ofereçam livros de cozinha no aniversário e no Natal. Aliás, aproveito para deixar algumas sugestões aos meus beneméritos: ‘Simply Italian’, ‘Tapas Revolution’, ‘The Sprouted Kitchen’…
Loiça
Há quem não passe sem comprar sapatos. Eu não consigo deixar de comprar loiça. A par dos livros e das revistas, são o meu outro vício. Começa a ser difícil arranjar sítio para arrumá-la, mesmo já tendo uma casa de banho transformada em armazém de loiças e props de cozinha. Não sei como é que o meu marido aguenta… Acho que o que cozinho me dá imunidade! A minha perdição já foram os pratos com pé. Agora, procuro sobretudo chávenas e taças. Vale a pena comprá-las em todo o lado, desde que não custem uma fortuna: lojas, feiras de velharias, hipermercados. Um dia, até consegui comprar umas peças que não estavam à venda!
Destinos
Susan Sontag escreveu: “I haven’t been everywhere, but it’s on my list.” Subscrevo. Os meus pais sempre valorizaram as viagens e desde cedo me incentivaram e me ajudaram a fazê-las: curso de verão em Inglaterra na adolescência, Açores, Grécia, Bélgica e Cuba durante a universidade, Erasmus em Salamanca, curso de verão nos EUA. Confesso que, depois de ter sido mãe, fiquei mais preguiçosa. Para além de não ser do tipo de ir para todo o lado com os miúdos, o custo de viajar a quatro adia algumas vontades. Por cá, adoramos as regiões do Minho e do Douro. As miniférias na Quinta do Vallado e na Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, em primaveras passadas, foram tão boas que fico nostálgica só de pensar.
Do outro lado da fronteira, a Galiza faz sempre parte do nosso itinerário de verão, porque é tradição passarmos uns dias em Caminha (tomar café nas esplanadas da ‘pracinha’, enquanto os miúdos correm atrás das pombas, é daqueles momentos simples que me fazem feliz). Mesmo no inverno, somos bem capazes de ir do Porto a Baiona só para comprar um gelado na Gamela e ficar a comê-lo em frente à marina. Para o verão de 2015, estamos a planear uma viagem em família a Itália, e os miúdos estão em pulgas. É bom ver que já partilham desta vontade de partir à descoberta.
Restaurantes
Da Vittorio, perto de Bérgamo, Itália. Não tanto pela comida em si (que era realmente muito boa, mas impossível de replicar em casa), mas pelo privilégio de estar num “três estrelas Michelin”, onde fomos servidos com uma atenção incrível ao pormenor. Recentemente, um restaurante no Porto encheu-me igualmente as medidas, com serviço e comida memorável pelos melhores motivos: O Paparico. Foi surpreendente o momento em que eu disse ao rapaz que nos servia, com uma simpatia e um profissionalismo raros, para dar os parabéns ao chef. Respondeu que o chef (e o dono do restaurante) era ele. Agora sei que se chama Sérgio Cambas. Um ‘one-man show’ que vale a pena conhecer.
Cenários
A minha memória é relativamente fraca. Tanto nas coisas prosaicas do dia a dia como em relação a momentos que me emocionaram, o que é bastante mais grave: filmes, livros, lugares. Esqueço muita coisa. Porém, há paisagens de que me lembro sempre: a Lagoa do Fogo (São Miguel, Açores); o Cais Palafítico da Carrasqueira (Alcácer do Sal); o Douro visto de São Leonardo de Galafura (Régua); a Dune du Pilat (Arcachon, França); Stonehenge (Inglaterra), e as Maldivas vistas do hidroavião.
Foto de destaque © Ricardo Silva Photography