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Chez Marie

A Praça das Flores, em Lisboa, ganhou um novo salão de cabeleireiro com sotaque francês. Chama-se Marie à Lisbonne e está longe de ser um convencional espaço para cortar o cabelo.

Ali conversa-se muito, ouve-se histórias mirabolantes e faz-se amizades. “Queres um macarron? Ou um café?”, pergunta Marie Sabatier, num delicioso português cantado. E entre uma frase e outra, fala com Corie, a sua ternurenta cadela rafeira, que se aproxima a pedir festas.

É como estar em casa de Marie, na sua pequena sala, onde recebe os amigos e conversa com eles. E há sempre tema. E o tema é sempre interessante.

Marie nasceu em França, em Clermont-Ferrand, e desde os 15 anos que segue a sua paixão pela profissão. “Adoro cortar cabelos. É a única coisa que gosto de fazer”, explica, carregando nos erres.

O seu curto cabelo louro descolorado e os grandes óculos de massa avermelhados estabelecem o tom das frases. Fala com perseverança e sem qualquer filtro.

Fez carreira com Jacques Dessange, onde foi aprendiz, o que lhe deu a oportunidade de abrir e dar formação em alguns dos seus salões espalhados pelo mundo. Assim chegou a Buenos Aires, onde esteve oito anos. Passou, entretanto, por Brasil, Québec, Santiago do Chile, Saint-Tropez, Zurique, Paris, Moscovo, La Reunión (ilha do Pacífico), Barcelona e, finalmente, chegou a Portugal.

“Apaixonei-me por Lisboa. A calçada, os cheiros, a luz… todos me entendiam”, diz, com os olhos a brilhar. E é na capital portuguesa que vive há mais de uma década, tendo passado por dois salões de referência, o Facto, no Bairro Alto, e o WIP, na Bica.

Não foi difícil criar a sua carteira de clientes, que rapidamente se tornou num círculo de amigos. Amigos esses que, até há pouco tempo, recebia em casa para lhes cortar o cabelo. “Poderia passar o Natal com qualquer um dos meus clientes”, declara, com um grande sorriso.

Daí o Marie à Lisbonne ser assim: como a sua sala de estar, com um confortável cadeirão, onde tudo é cosy e familiar. E lá só a vai encontrar a ela, mais nenhum empregado, desde a lavagem ao corte.

A longa experiência como cabeleireira sente-se a cada tesourada. As histórias cheias de sensibilidade e genuinidade fazem-nos sorrir, como aquela dos vários meses que passou com uma tribo na Amazónia ou a da choradeira quando viu o ‘Rei Leão’, que a levou a não mais entrar numa sala de cinema.

Há qualquer coisa em Marie que nos toca e nos faz querer voltar, muito para além das suas mãos.

Detalhes:

Rua Marcos Portugal, 17, à Praça das Flores, Lisboa

Aberto todos os dias (incluindo fins de semana e feriados) das 14h às 21h30. Encerra à quarta-feira.

Tel. +351 912 062 145

Preço do corte (senhoras): €38.

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